É "legítimo" e "normal" que
o ex-presidente Lula manifeste opinião sobre a data que considera mais
conveniente para o julgamento do mensalão, afirmou o ministro Marco Aurélio
Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (30).
Marco
Aurélio é o segundo mais antigo dos atuais 11 ministros do Supremo, órgão
responsável por julgar os acusados do mensalão. "Por que é aceitável? Primeiro porque é um leigo. Leigo na área do
direito. Na área da política, não. Segundo, porque ele integra o partido, o
PT", disse.
Apesar de
considerar correto que Lula opine sobre datas de julgamentos do STF, Marco
Aurélio afirmou que "está tudo errado" no encontro de 26 de abril
entre o ex-presidente, o ministro Gilmar Mendes e o ex-ministro da Defesa
Nelson Jobim.
O ministro
comentou ainda declarações recentes de Gilmar Mendes, que acusa Lula de
pressionar o STF para julgar o mensalão apenas em 2012. Disse não ter
entendido, no começo, "o espaço de tempo entre o ocorrido, o encontro, e a
divulgação do encontro", mas que, depois, tomou conhecimento de que
"alguém estaria vazando informações" e Gilmar "se adiantou para
realmente escancarar o episódio".
Para Marco
Aurélio, não há sentido em cogitar proteção a Mendes na CPI do Cachoeira, uma
vez que o foco do grupo não é investigá-lo. Gilmar Mendes tem dito que é vítima
de falsas notícias sobre conexões com as operações de Cachoeira e do senador
Demóstenes Torres (sem partido-GO).
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