segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Não responder à mudança climática seria "traição a gerações futuras", diz Obama em posse


  • Obama presta juramento durante cerimônia pública de posse em Washington
    Obama presta juramento durante cerimônia pública de posse em Washington
    O presidente norte-americano, Barack Obama, disse nesta segunda-feira (21) em seu discurso de posse que não responder à "ameaça da mudança climática" seria uma "traição às gerações futuras".
"Ainda achamos que nossas obrigações como americanos não são só para com nós mesmos, mas com a posteridade", expôs Obama. Ele insistiu que "alguns ainda podem negar as provas arrasadoras da ciência", mas ninguém pode escapar "ao impacto devastador" de incêndios, secas e tempestades cada vez mais poderosas.
O aquecimento global é um dos temas que Obama insistiu durante os longos meses de sua campanha eleitoral para a reeleição, no ano passado, tanto pela necessidade de segurança energética como para evitar desastres naturais cada vez mais destrutivos.
"O caminho em direção a novas fontes de energia será longo e, às vezes, difícil, mas os Estados Unidos não podem resistir a esta transição. Nós devemos liderá-la", pediu Obama. "Não podemos ceder a outras nações a tecnologia que vai ser a energia dos novos empregos e das novas indústrias", lembrou.
"Dessa forma, manteremos nossa vitalidade econômica, nosso tesouro nacional, nossas florestas e rios, nossos campos e montanhas coroadas de neve", acrescentou.

Década de guerra


"Esta geração de americanos foi testada por crises. Uma década de guerra está terminando. Uma recuperação econômica já começou", também disse o em seu discurso de posse. A cerimônia pública foi realizada no Capitólio, em Washington, e a organização do evento estima que cerca de 800 mil pessoas tenham comparecido ao evento. O número é menos da metade da posse de 2009, que contou com 1,8 milhão de pessoas. Os números totais ainda não foram divulgados.
"As possibilidades dos EUA são ilimitadas, com nossa juventude, determinação, possibilidades e abertura. Nós fomos construídos para esse momento e vamos aproveitá-lo, desde que juntos", disse Obama no discurso. Após o discurso, a cantora Kelly Clarkson interpretou a música "My country, 'Tis of Thee".
Então, o poeta hispânico homossexual Richard Blanco recitou um poema sobre igualdade, seguido pela benção final do sacerdote hispânico Luis León, da igreja de St. Johns, e do hino nacional, interpretado pela cantora Beyoncé. Assumidamente pró-Obama, a estrela pop já cantou "At Last", de Etta James, enquanto Obama e sua mulher, Michelle, dançavam na primera posse.
Antes do discurso, o presidente fez o juramento ao lado da mulher, Michelle, e das filhas, Sasha e Malia, perante o presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts.
O senador democrata de Nova York Chuck Schumer fez o  discurso de abertura, seguido pela ativista Myrlie Evers-Williams, que fez a tradicional prece da posse. Ela se tornou então a primeira mulher na história a participar do ato. Myrlie é viúva de Medgar Evers, militante de direitos civis assassinado há meio século em Mississippi, em um caso em que ela lutou durante 30 anos nos tribunais.
O senador Lamar Alexander também discursou e convidou a juíza do Supremo, a porto-riquenha Sonia Sotomayor, para comandar o juramento do vice-presidente Joe Biden. Esta é a primeira vez na história do país que a cerimônia é presidida por uma juíza latina, a primeira do Tribunal Supremo.

O coro de Brooklyn também participou da cerimônia e interpretou algumas músicas. O cantor James Taylor se apresentou antes do juramento de Obama.
A limusine que levou Obama chegou ao local às 10h54 (13h54 no horário de Brasília). As atividades da cerimônia começaram cerca de uma hora antes do discurso inaugural do novo mandato. A banda da Marinha dos Estados Unidos se encarregou de anunciar cada passo do evento.
Pela manhã, Obama e a família compareceram a uma missa na igreja de St. Johns, próxima à Casa Branca. "Me sinto honrado e agradecido de que tenhamos a oportunidade de terminar o que começamos. Nosso trabalho começa hoje", escreveu o presidente em seu perfil no Twitter.
Entre os presentes estavam o ex-presidente Bill Clinton, acompanhado da mulher, a secretária de Estado Hillary Clinton, o ex-preseidente Jimmy Carter (1977-1981), o senador John Kerry e o ex-candidato presidencial republicano John McCain.
Chamada de "Fé no futuro dos EUA", a festa aconteceu na ala oeste do Capitólio.
James Taylor, a banda Fun e outros artistas também participaram de eventos relacionados. Um CD será lançado com as 16 músicas favoritas de Obamainterpretadas por artistas como John Legend, o elenco da série "Glee", Katy Perry, Stevie Wonder, Alicia Keys e Usher.

Plano de segurança


A 57ª posse presidencial no país conta com um plano de segurança que envolveu a polícia do Capitólio, o Exército, o Congresso e um comitê especial a cargo dos eventos da posse (PIC, na sigla em inglês). "Os preparativos começaram quando terminou a última posse", disse Brent Colburn, diretor de comunicação do PIC. Na primeira posse houve muitas queixas por desorganização e filas.
O desfile posterior à cerimônia pública deve contar com mais de 10 mil pessoas, incluindo 2.300 membros das Forças Armadas e de diversos grupos cívicos.
A polícia do Capitólio se disse preparada para protestos, ameaças ou emergências. O Serviço Secreto lidera os planos de segurança de segunda, que incluem restrições ao espaço aéreo, fechamento de ruas e vigilância reforçada nos transportes públicos.
Não foram revelados o número de seguranças, o custo das atividades, nem os doadores e doações que bancaram a posse, mas o PIC prometeu divulgar informações em até 90 dias.
Como previsto na Constituição americana, cerimônias privadas de posse para Obama e para o vice-presidente, Joe Biden, aconteceram no domingo (20). As celebrações começaram no sábado com um Dia Nacional de Serviço, que incluiu mais de 2.000 eventos de serviço voluntário em todo o país. Os atos terminam na terça-feira (22) com o tradicional Dia Nacional de Oração na catedral de Washington.
Os desafios que Obama deve enfrentar em seu segundo mandato não são novos e já estão na agenda do presidente. O grande problema agora é solucioná-los. (Com agências internacionais)

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