O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou, que "o reajuste da tarifa de ônibus no município já foi feito com base nas desonerações do governo federal" (as passagens passaram de R$ 3 para R$ 3,20 no começo do mês). "A tarifa em São Paulo já foi reajustada com a desoneração que seria possível. Se levássemos em conta a inflação, o valor ficaria em R$ 3,47", afirmou Haddad.
O prefeito procurou depois a Agência Brasil --agência de notícias do governo federal-- ter divulgado uma informação de que, segundo a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, as tarifas em São Paulo poderiam ser reduzidas em até R$ 0,23 com base nas desonerações feitas pelo governo federal. Às 21h59, a Agência Brasil publicou um texto dizendo que a ministra "retificou as informações" sobre o impacto das desonerações.
Segundo a agência, "a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, retificou as informações sobre impacto das desonerações federais na redução ou reajuste menor das tarifas de ônibus". "A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, retificou a informação sobre o impacto de desonerações federais na tarifa de ônibus e disse que não é possível calcular em quanto as prefeituras podem reduzir o preço das passagens a partir das medidas federais", informou a Agência Brasil.
Mais cedo, a ministra havia informado que com as desonerações feitas pelo governo federal, os municípios poderiam fazer reajustes menores ou reduzir o preço das passagens. Na cidade de São Paulo, segundo cálculos do governo federal, as desonerações poderiam diminuir as tarifas em até R$ 0,23. Ao retificar a informação, a ministra Gleisi Hoffmann disse que não é possível garantir que o percentual do qual o governo abriu mão com as desonerações seja repassado integralmente para reduzir o preço das passagens, porque o cálculo da tarifa leva em conta outros custos.
Haddad disse que não se trata de um bom momento para desinformar. "Até eu e minha família podemos sofrer retaliações."
Sobre os protestos de hoje em São Paulo, o prefeito disse que estava "monitorando". Haddad afirmou "Que havia acabado de sair de uma reunião com a presidente Dilma Rousseff e que só então viu o que estava acontecendo".
Questionado sobre o grupo que tentou invadir a sede prefeitura e que começou a depredar e saquear o comércio na região central durante o sexto protesto contra o aumento da tarifa, o prefeito disse: "Me parece que é uma depredação meio geral, estão saqueando o centro".
Haddad não sinalizou nenhuma nova medida em relação às tarifas de transporte.
O prefeito negou que a onda de protestos tenha sido o tema principal da reunião com Dilma. "Conversamos sobre o protesto, mas 70% do que falamos foi sobre o PAC", disse o prefeito, sem detalhar o teor das conversas.
A primeira medida federal com impacto na tarifa de ônibus foi a desoneração da folha de pagamento das empresas de transporte coletivo rodoviário, em vigor desde janeiro deste ano. O setor metroviário também será beneficiado a partir de julho. A segunda está na Medida Provisória 617/2013, enviada ao Congresso no dia 31 de maio, que isenta do PIS e da Cofins os serviços de transporte coletivo rodoviário, metroviário e ferroviário.
A passagem de ônibus em São Paulo foi reajustada de R$ 3 para R$ 3,20 no último dia 2. A inflação desde o último aumento nos ônibus da capital, em janeiro de 2011, foi de 15,5%, de acordo com o IPCA (índice oficial, calculado pelo IBGE). No caso do Metrô e dos trens, o último reajuste ocorreu em fevereiro de 2012. Se optassem por repor toda a inflação oficial, a gestão Haddad teria de elevar a tarifa para R$ 3,47 e o governo de Geraldo Alckmin --metrô e trem--, para R$ 3,24.
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