INFECÇÃO HOSPITALAR
Qualquer tipo de infecção contraída pelo paciente
dentro do hospital, ou mesmo depois da alta, é chamado de Infecção Hospitalar.
Para diagnosticar a Infecção, os médicos observam se o paciente por acaso não
chegou ao hospital durante o período de incubação do agente causador e realizam
alguns procedimentos:
Observação geral do paciente; Observação das
informações do prontuário; Análise de resultados de exames laboratoriais.
Uma visão mais recente da Infecção Hospitalar substitui
o termo por Infecção relacionada à assistência à saúde, que é bem mais
abrangente. Inclui infecções relacionadas a procedimentos ambulatoriais,
cuidados em domicílio e até as adquiridas por profissionais da saúde durante o
desempenho de suas funções. A
Infecção Hospitalar ou Infecção Relacionada à Assistência à Saúde pode levar o
paciente a uma reintervenção cirúrgica ou ocasionar efeitos colaterais causados
pela administração do tratamento, que é feito com antibióticos por um período
entre duas a quatro semanas. Pode ser necessária também a manutenção do
paciente por mais tempo no hospital ou a reinternação, caso ele tenha recebido
alta.
Quais são as
causas?
Os microrganismos causadores das Infecções
Hospitalares são bactérias, fungos, vírus e protozoários. Essas formas de vida,
invisíveis a olho nu, podem estar presentes no ambiente hospitalar, em outros
ambientes e até no próprio organismo. Podem ser transmitidos por meio de água
ou alimentos contaminados, de pessoa para pessoa por gotículas de saliva ou
pelo ar com pó ou poeira contaminado. Para que a infecção
se manifeste é preciso que haja uma interação entre esses agentes causadores e
o paciente. A quantidade de microrganismos presentes, o potencial infeccioso
desses micróbios e a capacidade imunológica do paciente é que vão ser decisivos
para o desenvolvimento ou não da infecção.
Quem está
mais exposto à Infecção?
Qualquer pessoa que precise se internar ou fazer
algum procedimento ambulatorial está sujeito a contrair uma Infecção
Hospitalar. Alguns grupos de pessoas possuem alterações no sistema imunológico
e, por isso, são mais suscetíveis às infecções. São eles:
Recém-nascidos; Idosos; Portadores de Diabetes;
Pessoas com câncer; Transplantados.
É possível
prevenir?
A prevenção é a melhor maneira de reduzir os casos
de pacientes que apresentam o quadro de Infecção Hospitalar. Medidas
relacionadas à prevenção devem ser tomadas tanto pelas instituições de saúde,
quanto pelos seus profissionais e até mesmo pelos pacientes e visitantes. Os hospitais e
ambulatórios possuem regras de higiene e procedimentos que visam à prevenção do
contágio do ambiente por bactérias e vírus que podem causar infecções e a
segurança do paciente. Mas os profissionais que prestam assistência à saúde
devem tomar alguns cuidados pessoais:
Sempre usar o jaleco fechado; retirar o jaleco para
fazer as refeições; não utilizar o jaleco de outras instituições; evitar sentar
no leito do paciente; usar os cabelos sempre presos ou mantê-los curtos; evitar
joias ou bijuterias; cuidar da higiene das unhas, mantendo-as sempre limpas e
curtas; Não fazer refeições em lugares fora dos refeitórios; utilizar sapatos fechados;
comunicar quando surgirem resfriados, gastroenterites e feridas; não transitar
pelo hospital com alimentos.
A medida de prevenção que deve ser praticada por
visitantes, cuidadores domésticos e todos os envolvidos no tratamento é a
higiene das mãos. Essa medida simples evita a forma mais comum de contágio por
bactérias, germes e vírus. O correto é fazer a lavagem com água e sabão ou
utilizando o álcool gel. É indicado lavar sempre as mãos:
Ao chegar para visitar um paciente; depois de
finalizar a visita; antes e após utilizar o banheiro; antes e após fazer as
refeições; antes e após arrumar os cabelos ou tocar qualquer parte do corpo;
antes de preparar e administrar medicamentos; antes e após trocar ou fazer
curativos.
Para fins de classificação epidemiológica, a infecção
hospitalar é toda infecção adquirida durante a internação hospitalar (desde que
não incubada previamente à internação) ou então relacionada a algum
procedimento realizado no hospital (por exemplo, cirurgias), podendo
manifestar-se inclusive após a alta. Atualmente, o termo infecção hospitalar
tem sido substituído por Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS).
Essa mudança abrange não só a infecção adquirida no hospital, mas também aquela
relacionada a procedimentos feitos em ambulatório, durante cuidados
domiciliares e à infecção ocupacional adquirida por profissionais de saúde
(médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros).
Quais
são esses fatores e em quais condições esses riscos estão mais presentes?
Entre os fatores de risco para aquisição de uma infecção
hospitalar está, obviamente, a necessidade de um indivíduo ser submetido a uma
internação ou a um procedimento de saúde. A ocorrência de uma infecção
dependerá principalmente da relação de desequilíbrio entre três fatores, os
quais incluem a condição clínica do paciente, a virulência e inoculo dos
micro-organismos e fatores relacionados à hospitalização (procedimentos
invasivos, condições do ambiente e atuação do profissional de saúde).
Em relação ao paciente (ou hospedeiro), várias condições
estão associadas a um maior risco de ocorrência de infecção. Entre elas estão
condições como extremos de idade (recém-nascidos e idosos); duração da
internação; diabetes mellitus, que compromete os processos de cicatrização
tecidual; doenças vasculares, que comprometam a oxigenação adequada de tecidos;
alterações da consciência, que interferem com os mecanismos fisiológicos da
deglutição; estados de imunossupressão, sejam inatos ou adquiridos pelo uso de medicações
(corticoide e quimioterapia); além de quaisquer condições que exijam procedimentos
invasivos (sondagem urinária, inserção de cateter venoso central, utilização de
ventilação mecânica) e ou cirurgias que comprometem a integridade da pele e
mucosas.
Ações
são desempenhadas pela CCIH/SCIH
Entre as ações que são desempenhadas pela CCIH/SCIH
destacam-se as seguintes:
· Realização da vigilância epidemiológica para detecção de
casos de infecção hospitalar, seguindo critérios de diagnósticos previamente
estabelecidos, a fim de entender sua ocorrência e planejar ações de melhoria em
conjunto com a direção hospitalar e equipe assistencial;
· Elaboração de diretrizes para a prevenção das infecções
relacionadas à assistência à saúde, que devem sem incorporadas nas normas e
rotinas de atendimento ao paciente e serviços de apoio, com o objetivo de
diminuir os riscos de ocorrência de uma infecção relacionada à assistência à
saúde.
Colaboração no treinamento de todos os profissionais da
saúde no que se refere à prevenção e controle das infecções hospitalares;
· Elaboração de orientações para prescrição adequada de
antibióticos e implantação de ações que contribuam para o controle de seu uso,
evitando que os mesmos sejam prescritos de maneira indevida;
· Estabelecimento de recomendações quanto às medidas de
precaução e isolamento para pacientes com doenças transmissíveis ou portadores
de bactérias resistentes a antibióticos, a fim de reduzir o risco de
transmissão desses agentes entre pacientes ou profissionais de saúde;
· Oferecer apoio técnico à administração hospitalar para a
aquisição correta de materiais e equipamentos e para o planejamento adequado da
área física dos estabelecimentos de saúde.
Os
profissionais que participam de uma CCIH
É necessário que os profissionais que participam de uma
CCIH possuam treinamento para a atuação nessa área. Há exigência legal para
manutenção de pelo menos um médico e um profissional enfermeiro na CCIH de cada
hospital.
Isso está regulamentado em portaria do Ministério da
Saúde. Outros profissionais do hospital também devem participar da CCIH. Eles
contribuem para a padronização correta dos procedimentos a serem executados.
Esses profissionais devem possuir formação de nível superior e são:
farmacêuticos, microbiologistas, epidemiologistas, representantes médicos da
área cirúrgica, clínica e obstétrica. Representantes da administração do
hospital também devem atuar na CCIH para garantir a estrutura necessária para a
implantação das recomendações.
O
uso de solução alcoólica para a higienização das mãos (álcool em gel) substitui
a instalação de lavatórios ou pias com água corrente.
Não, essas ações são complementares. Os equipamentos para
a higiene das mãos devem ser instalados obedecendo às proporções e
características determinadas pela Resolução RDC 50, de 2002, Condições
Ambientais de Controle de Infecção - e pelo Manual de Higienização das Mãos,
Segurança do Paciente em Serviços de Saúde, da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária – ANVISA.
Medida
que os hospitais devem adotar para prevenir a ocorrência de infecções
relacionadas à assistência à saúde
Tendo como objetivo a prevenção de complicações
infecciosas referentes a procedimentos envolvidos com a internação hospitalar,
a equipe assistencial (médico e enfermagem) devem adotar plano terapêutico
otimizado e orientado para garantir a brevidade do período de internação na
medida do que for possível somada à indicação e manutenção criteriosa da
utilização de procedimentos invasivos (sondas, drenos, cateteres, cirurgias).
Ainda, durante o processo de internação, vários fatores devem ser observados
para reduzir o risco de uma complicação infecciosa para o paciente, entre as
quais está incluída a adequada nutrição do paciente, controle da doença de
base, redução das medicações imunossupressoras na medida do possível, atenção
para técnicas adequadas de inserção e manutenção de dispositivos invasivos,
além de adequada higienização das mãos e do ambiente hospitalar.
O Uso
Adequado das Precauções de Contato com pacientes sabidamente
colonizados ou com infecção por patógenos potencialmente resistentes no
ambiente de cuidados intensivos é parte do arsenal do combate à infecção. O uso
de luvas e aventais pode minimizar o risco de transmissão cruzada (de um paciente
para outro) nas UTIs.
O quarto ponto
é o Rastreio e Medidas de Isolamento dos Casos. Portanto, é
importante a identificação dos pacientes colonizados ou infectados com
patógenos potencialmente resistentes para o adequado manejo e emprego de
medidas preventivas.
A Vigilância
Epidemiológica é importante para conhecer a triagem do risco de
desenvolvimento da infecção e para auxiliar na escolha da melhor opção
terapêutica. A escolha inadequada do tratamento antimicrobiano empírico aumenta
o risco de mortes dos pacientes com infecções graves tratamentos nas UTIs. “O
conhecimento da flora microbiológica associada com infecções nas unidades de
terapia intensiva é o melhor preditor para o sucesso da terapia
antimicrobiana”, diz Dr. Thiago Lisboa.
A Limpeza
Adequada do Ambiente também é um fator importante para o combate à
infecção. Isso porque alguns patógenos sobrevivem no ambiente por tempo
prolongado, aumentando o risco de transmissão cruzada e dificultando o manejo
de surtos dentro das unidades de terapia intensiva.
E para fechar
os sete pontos chave a Educação Continuadas dos Profissionais de Saúde. O endereço do estande da AMIB é: O
endereço é: Pavilhão Verde, Avenida L, entre as Ruas 8000 e 9000.
Risco Hospitalar
É
a relação entre a probabilidade da ocorrência de um evento e a consequência que
este evento traz para a organização caso venha a ocorrer.