27.04.12
- Mundo Karol Assunção Jornalista da Adital Apesar de alguns avanços, os
investimentos nas juventudes ainda não são suficientes. Essa é uma das
conclusões do relatório Seguimento dos programas de população, com especial
referência aos adolescentes e jovens, apresentado nesta semana pelo Secretário
Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) no 45° período de sessões da
Comissão de População e Desenvolvimento (CPD). "Os países têm avançado com
vista ao cumprimento dos compromissos adquiridos no marco do Programa de Ação
da Conferência Internacional sobre a População e o Desenvolvimento e as
medidas-chave para sua execução posterior e os Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio. Não obstante, apesar de que existam provas de peso sobre a importância
da juventude para as perspectivas de desenvolvimento dos países, os
investimentos nos jovens seguem sendo insuficientes”, avalia. De acordo com o
relatório, o mundo atual possui a maior quantidade de jovens da história: são
mais de 1,8 bilhão de pessoas entre 10 e 24 anos de idade. A grande maioria
(cerca de 90%) vive em países em desenvolvimento. Apesar da quantidade de
jovens e de alguns avanços em termos de políticas, o informe aponta que, em
muitos casos, ainda falta investimento. Além da educação, um dos grandes
problemas enfrentados pela juventude é o desemprego. Segundo o documento, a
pouca oferta de trabalhos e a falta de conhecimento teórico e prático
dificultam o acesso dos/as jovens ao emprego digno. "No final de 2010
havia em torno de 75,1 milhões de jovens desempregados. Por volta de 152
milhões dos jovens empregados seguem vivendo em uma situação de extrema
pobreza, realizando trabalhos mal remunerados e em condições pouco seguras”,
destaca. Outro ponto destacado pelo relatório é a questão da saúde e dos
direitos sexuais e reprodutivos da juventude. Um das principais questões ainda
é a falta de informação. Em países de rendas baixas e médias, segundo o
informe, muitas meninas ainda têm seus filhos/as sem terem informações e apoios
necessários. E a quantidade de adolescentes grávidas ainda é alta. O relatório
indica que, entre os anos 2000 e 2009 31% das jovens entre 20 e 24 anos de
idade de países menos desenvolvidos tiveram filhos/as antes dos 18 anos. As que
decidem não prosseguir com a gestação também passam por dificuldades, visto que
muitos dos abortos são realizados em condições precárias. Além disso, a prática
do sexo sem preservativo também contribui para o aumento de doenças sexualmente
transmissíveis (incluindo o HIV/Aids). Por ano, são cerca de 3 mil novos casos
de HIV entre jovens. O relatório também destaca que o Programa de Ação da
Conferência Internacional sobre a População e o Desenvolvimento, realizado em
1994, no Cairo, sobre políticas, programas e recursos destinados aos jovens,
ainda é uma meta não conquistada em muitos países. "Em geral, os jovens
seguem tendo que fazer frente à pobreza, ao desemprego e ao subemprego, à
educação inadequada, aos problemas de saúde e à violência. Os jovens pobres das
zonas rurais, particularmente as meninas, são vulneráveis aos contatos sexuais
não desejados e à violência baseada no gênero, o que inclui o matrimônio
precoce e forçado. Não têm acesso a serviços de saúde sexual e reprodutivo para
evitar as gestações não desejadas, os abortos praticados em condições de risco
e as infecções de transmissão sexual, incluindo o HIV”.
Fonte: PSOL PETROLINA
Blog: Durvalina Coelho
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