A partir desta sexta-feira (4), o
rendimento da caderneta de poupança será diferente: sempre que a Selic for
menor ou igual a 8,5%, o rendimento da poupança deixará de ser 0,5% ao mês mais
a Taxa Referencial (TR) e passará a ser 70% da Selic (taxa básica de juros)
mais a TR. Essa medida será válida apenas para os montantes aplicados na
caderneta de poupança a partir desta sexta.
Diante dessa notícia, muitos
investidores se perguntam: nesse novo cenário, qual a melhor decisão de
investimento? Se a Selic alcançar o patamar de 8,5%, devo aplicar os meus
recursos na poupança, no Tesouro Direto ou em CDB?
A primeira decisão que o
investidor deve tomar é se vale mais a pena a poupança ou o Tesouro Direto.
Vantagem da poupança é não-incidência de IR
A principal vantagem da aplicação
em poupança é a não-incidência de Imposto de Renda sobre os seus rendimentos.
Já as aplicações no Tesouro Direto e em CDBs pagam IR. A alíquota de IR varia
conforme o prazo: 22,5% para investimentos de até 180 dias; 20% para
investimentos entre 180 e 360 dias; 17,5% para investimentos entre 360 e 720
dias e, por fim, 15% para investimentos com prazo superior a 720 dias.
Além do IR, os investimentos no
Tesouro Direto estão sujeitos a três taxas: taxa de negociação de 0,1% (paga
uma única vez no momento da compra); taxa de custódia de 0,3% ao ano e taxa de
corretagem, que varia de corretora para corretora (nas principais corretoras
essa taxa é nula).
Tendo em conta essas vantagens e
desvantagens e assumindo uma TR média de 0,02% ao mês e a atual Selic em 9% ao
ano, a rentabilidade do Tesouro Direto supera a rentabilidade da poupança,
independentemente do período de investimento. Devido à alíquota regressiva do
IR (paga menos se o prazo for maior), o Tesouro Direto ganha ainda mais da
poupança se o dinheiro ficar aplicado mais tempo.
Uma vez decidido entre poupança e
Tesouro Direto, o investidor deve procurar o seu banco e ver qual a
rentabilidade do CDB oferecido como percentual do CDI (Certificado de Depósito
Inter-Bancário) para tomar a decisão final.
Vale lembrar que investir em um
CDB é o mesmo que emprestar dinheiro ao banco. Dessa forma, o investidor deve
procurar CDB de bancos grandes e com boa capacidade de crédito.
No atual cenário, o Tesouro
Direto será preferível a qualquer CDB com rendimento inferior a 94% do CDI.
Caso contrário, o investidor deverá optar pelo investimento em CDB em
detrimento do Tesouro Direto.
Com Selic em 8,5% e novas regras, poupança perde atratividade
Se a Selic caísse para 8,5% e o
regime antigo da poupança fosse mantido, a rentabilidade da poupança superaria
a rentabilidade do Tesouro Direto para investimentos com prazo de seis meses.
Contudo, levando em consideração
o novo regime da poupança, isso não ocorre. Portanto, o Tesouro Direto se
mantém mais vantajoso do que a poupança, independentemente do período de
investimento.
Com o novo sistema de poupança e
a Selic a 8,5%, as conclusões são basicamente as mesmas do que com a atual
Selic e o antigo sistema de poupança: o Tesouro Direto é preferível à poupança
e a qualquer CDB cujo rendimento seja inferior a 94% do CDI.
Com o novo regime da poupança, a
sua rentabilidade só será superior à do Tesouro Direto com uma taxa Selic
inferior a 8,25% para investimentos de seis meses; 5,5% para investimentos de
um ano; 4,15% para investimentos de dois anos e 3,4% para investimentos de três
anos.
Em suma, levando em consideração
o novo cálculo do rendimento da caderneta de poupança, podemos destacar os
seguintes dados:
- Selic maior ou igual a 8,25%: Tesouro Direto é mais vantajoso que poupança e qualquer aplicação de CDB cujo rendimento seja inferior a 94% do CDI
- Selic inferior a 8,25%: "nova poupança" será mais atrativa para investimentos de até seis meses
- Selic inferior a 5,5%: "nova poupança" será mais atrativa para investimentos de seis meses até um ano
- Selic inferior a 4,15%: "nova poupança" será mais atrativa para investimentos de um até dois anos
- Selic inferior a 3,4%: "nova poupança" será mais atrativa até mesmo para investimentos de prazos mais longos, como de três anos.
Blog: Durvalina Coelho
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