De acordo com Carlan Carlo e Ana Cláudia de Sena, promotores de Justiça à frente do caso, a gratuidade seria proposta como contrapartida aos impactos urbanísticos gerados por esses empreendimentos, o que exige soluções por parte do município. Diante dos fatos, a audiência pretende buscar um entendimento entre os responsáveis pelos shoppings e a gestão municipal.
Foram convocados representantes do River Shopping, Petrolina Park Shopping e Shopping Petrolina – estes dois últimos em fase de implementação – e do município, os representantes da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) e secretários de Ordem Pública, Urbanismo e Infraestrutura. Como o assunto é de interesse público, toda a população está convidada a participar do debate. Quem desejar se pronunciar sobre o caso durante a audiência precisa realizar o cadastramento prévio na lista de inscrição, que estará disposta na entrada do local até as 8h45min.
De acordo com o promotor Carlan Carlo, o River já oferece estacionamento gratuito aos usuários há mais de um ano, mas a medida foi instaurada após o MPPE detectar irregularidades no licenciamento, o que levou o município a exigir a interrupção da cobrança.“A ideia é mostrar aos responsáveis pelos empreendimentos que a alteração gerada nas vias de circulação próximas a esses locais, atingindo a estrutura urbanística, precisa de uma contrapartida para o município. Neste caso, a gratuidade total ou parcial do estacionamento”, afirmou.
Impactos
Baseado no Estatuto das Cidades, o promotor defende que todo empreendimento de impacto urbano precisa apresentar contrapartidas e é dever do município cobrá-las. Durante a reunião, o promotor ainda vai exigir a criação de um Conselho de Urbanismo, também conhecido como Conselho das Cidades ou de Desenvolvimento Urbano. O grupo é uma determinação do Estatuto das Cidades e entre suas funções está a análise de contrapartidas ao impacto urbano gerado por grandes empreendimentos.
O representante do MPPE destacou que a construção de shoppings aumenta a circulação de veículos nos arredores de suas instalações, gerando engarrafamentos, situação que exige medidas reparativas. Como a solução para o problema é de responsabilidade municipal, as despesas resultantes dessas ações acabam onerando os contribuintes. Por isso a gratuidade seria uma forma de recompensá-los, pontou o promotor. Cidades como Brasília, que oferece o serviço de forma parcial, e Salvador, sem cobrança no estacionamento dos shoppings, foram citadas por Carlan como exemplos.
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