Tráfego chegou a ser fechado no local que ainda passa por limpeza (Foto: Fernanda Soares/ G1)
Os moradores de Pedro do Rio, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, que tiveram suas casas invadidas pela lama na noite deste sábado (7) amanheceram com sujeira e prejuízos a serem contabilizados. O medo também ronda a população do trecho da Estrada União e Indústria onde “cascatas de lama” desceram pelo morro tomando a rua e os imóveis. Uma cratera foi aberta em uma rua que passa por cima da principal e, segundo um morador, cerca de 10 famílias só conseguem passar a pé. Segundo a Defesa Civil, nenhum imóvel precisou ser interditado. Equipes da Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis, a Comdep, fazem a limpeza da pista. O trânsito está fluindo, mas os motoristas devem ter atenção
“Eu fui lá em cima logo depois do deslizamento e vi que a força da lama que desceu do morro abriu um buraco enorme na rua, que é de terra. Os moradores de pelo menos 10 casas só conseguem passar a a pé”, explicou Flávio do Nascimento, de 32 anos, que mora na casa de nº 21.054 da localidade conhecida como Sete Casa, na Estrada União e Indústria, de frente para uma das “cascatas de lama” que foram formadas. Ele, a esposa e os filhos de 2 e 5 anos moravam em uma casa que ficou totalmente inundada, mas se mudaram há duas semanas para outra que não foi atingida. “Sinto por quem não teve a mesma sorte, mas estou aliviada por não ter perdido tudo”, afirmou a esposa de Flávio, Daniele da Silva Santos, de 30 anos.
Lama invadiu aproximadamente 100 casas
Em nota enviada às 12h15 deste domingo, a prefeitura informou que cinco máquinas, 12 caminhões, três caminhões pipa e 73 funcionários atuam na limpeza da via que dá acesso ao distrito da Posse e aos municípios de Areal e São José do Vale do Rio Preto. Segundo o município, 26 caminhões de lama já foram removidos e a previsão é de que mais 45 sejam retirados até o fim do dia. A limpeza do local deverá ser concluída em dois dias e a Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrac) está avaliando as perdas materiais dos moradores.
A moradora Antônia Edileusa Gomes, de 44 anos, mora na localidade há 24 anos e afirmou que nunca havia acontecido nada parecido. Ela estava em casa de licença médica por problemas na coluna, mas teve que trocar o repouso pela faxina durante a madrugada. Muito abalada, ela disse que perdeu móveis e que teme pela saúde do marido. “Ele sofre de enfisema pulmonar, trombose e 'coração grande'. O pessoal da Setrac passou aqui e disse que vão trazer botas, pois ele não pode ter contato com essa sujeira. Eles disseram que vão trazer material de limpeza também”, contou Edileusa, que tem dois filhos. A secretaria confirmou a informação e disse que está fornecendo alimentos, kit higiene e material de limpeza.
Segundo a prefeitura, o deslizamento provocado pela pancada de chuva que durou 20 minutos foi provocado pelo fato do solo estar enfraquecido, em decorrência das queimadas que castigaram a região no final de 2014.
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