Promotoria local
afirma que há três mortos na cidade de Kharkiv.
Manifestantes lembravam revolução que derrubou Viktor Yanukovich.
Duas pessoas morreram neste
domingo (22) na cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia, após uma explosão
ocorrida durante a marcha para comemorar o primeiro aniversário da revolução
que derrubou há exatamente um ano o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich.
Inicialmente,
o Ministério do Interior da Ucrânia informou que havia um morto e pelo menos
dez feridos, segundo a agência Reuters. Em seguida, AFP e Reuters ouviram
promotores de Justiça em Kharkiv, que afirmaram que três pessoas morreram. Depois,
no entanto, a promotoria se corrigiu e informou à Reuters que os mortos seriam
dois. Um repórter da AFP viu pessoalmente dois corpos no local cobertos com
bandeiras da Ucrânia.
Segundo a
televisão local '112.Ukraina', a explosão aconteceu no início da passeata, a
cerca de 100 metros do Palácio dos Esportes, onde tinha começado a
manifestação, segundo um porta-voz das forças da segurança.
Um
comunicado publicado pela polícia ucraniana no site do Ministério do Interior
informa que se trata de um "objeto explosivo desconhecido" e que o
caso está sendo tratado como um "ato terrorista".
Revolução
Há um ano, em 22 de fevereiro de 2014, o parlamento da Ucrânia destituiu Yanukovich, que na madrugada anterior tinha fugido de Kiev depois que setores mais radicais da oposição não aceitaram o acordo de compromisso que tinha assinado um dia antes, e que contemplava, entre outras coisas, eleições antecipadas.
Kharkiv,
cidade com quase 1,5 milhão de habitantes, se transformou em meados de abril do
ano passado em palco de manifestações pró-Rússia ao mesmo tempo em que as
capitais das regiões vizinhas de Donetsk e Lugansk.
Embora os
rebeldes pró-Rússia tenham conseguido então tomar alguns edifícios públicos na
cidade, a contundência das forças de ordem ucranianas e a reticência da
população em somar-se à rebelião evitaram que Kharkiv tivesse o mesmo destino
que territórios vizinhos, mergulhados desde então numa sangrenta guerra.
Trégua?
O incidente com o explosivo ocorre em meio à notícia divulgada por diferentes fontes de ambos os lados do conflito de que os combates praticamente haviam cessado no leste ucraniano, e que Kiev e os separatistas pró-Rússia teriam concordado em iniciar a retirada das armas pesadas da linha de frente, para cumprir o cessar-fogo assinado em 12 de fevereiro em Minsk.
"Um
acordo foi assinado para retirar as armas pesadas de toda a linha de
frente", afirmou o general ucraniano Olexander Rozmaznin à AFP, segundo a
qual os rebeldes pró-Rússia confirmaram o acordo.
Rozmaznin
disse que ainda é cedo para dizer quando a operação terá início, mas alguns
meios de comunicação ucranianos afirmaram que deve começar ainda neste domingo.
O general
russo Alexander Lentsov, que trabalha para implementar uma trégua na região,
confirmou à britânica BBC que os rebeldes deram ordens para completar a
retirada das armas num prazo de duas semanas. Ele não sabia indicar se haveria
reciprocidade por parte de Kiev.
Kharkiv, Ucrânia
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