quarta-feira, 18 de março de 2015

'Achei que fosse morrer', diz ator sobre assalto em favela no Rio

Tadeu Aguiar (Foto: TV Globo/Estevam Avellar) 
Tadeu Aguiar foi rendido em Costa Barros
A arma na cabeça, os equipamentos e o carro roubados e o medo da morte ainda assombram o ator Tadeu Aguiar após um assalto sofrido no morro do Chapadão, no subúrbio do Rio, na última semana. "Fico relembrando a cena o tempo inteiro. É impressionante. É um peso no peito horrível", disse nesta terça-feira (17) o ator, que atua em Babilônia, da TV Globo, após 20 anos longe das novelas.

Quatro dias após o crime, ainda existe o medo. "Eu iria ontem para um evento, acabei não indo. Estava com medo de voltar para casa", contou. O caso foi citado na coluna Gente Boa, do jornal O Globo.

Estava em um estado letárgico, sem saber o que fazer. Pensava que poderíamos ter morrido"
Tadeu Aguiar
Por volta das 17h45 da última sexta-feira (13), os atores Tadeu Aguiar e Sérgio Menezes dirigiam o carro em direção ao SESC Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde encenariam a peça "Bilac vê estrelas". O trânsito na Linha Amarela, já complicado normalmente em uma tarde de sexta-feira, estava pior por causa da chuva.
O aplicativo Waze, que indica alternativas de trânsito para o motorista, apontou que o melhor caminho era pelo bairro de Del Castilho, pelo qual eles supostamente chegariam a Nova Iguaçu em 35 minutos. Se continuassem na Linha Amarela, seria pelo menos uma hora a mais de trânsito.
"Quando me dei por mim, estávamos em frente à Estação Costa Barros, e logo depois já na subida da comunidade. Um homem passou com uma moto e encostou no carro, já me pedindo para sair com a arma na minha cabeça. Foi um momento terrível", contou Tadeu Aguiar.
Sérgio Menezes (Foto: TV Globo/Renato Rocha Miranda)Sérgio Menezes estava com Tadeu
(Foto: TV Globo/Renato Rocha Miranda)
Segundo ele, o bandido roubou sua corrente, o celular dele e de Sérgio Menezes, o carro e todo o equipamento de som do espetáculo. Quando o criminoso foi embora, os atores ficaram em silêncio em meio à favela. "Estava em um estado letárgico, sem saber o que fazer. Pensava que poderíamos ter morrido", conta.
Pouco depois, uma moradora se aproximou e ofereceu o celular para que eles ligassem para a produção do espetáculo. Um outro morador, ao saber do que acontecera, deu uma bronca em ambos: "Isso acontece o tempo todo. Você nunca devia ter vindo por aqui", teria dito o morador.

Lembranças em cena

Após conseguir se comunicar com a produção do espetáculo, os atores foram encenar o espetáculo no Sesc de Nova Iguaçu. Por ironia, Tadeu interpreta um personagem que sequestra outro durante a peça.

"Foi horrível, me senti muito mal em atuar na peça depois de tudo que aconteceu. Mas tive que fazê-lo", afirmou Tadeu, que após o espetáculo fez um registro pelo roubo do carro e dos equipamentos na 14ª DP, no Leblon, na Zona Sul do Rio.

"Por mais que a violência esteja nas nossas vidas, a gente nunca espera que possa acontecer com a gente. Você nunca está seguro", lamentou.

De acordo com informações da 14ª DP, as vítimas foram ouvidas e as investigações estão em andamento para identificar a autoria. O caso foi encaminhado para a 39ª DP (Pavuna), área onde o fato aconteceu para continuar com as investigações.

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