O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, chega à embaixada da
Espanha para receber prêmio
O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, classificou nesta quinta-feira (19) de
“incidente político grave” a sessão tumultuada desta quarta (18) da Câmara dos
Deputados na qual o então ministro da Educação, Cid Gomes,
bateu boca com parlamentares e que acabou culminando na demissão do auxiliar da
presidente Dilma Rousseff.
Na visão de Mercadante, o episódio
"prejudicaria muito" a eventual permanência de Cid no primeiro
escalão.
“É da vida pública, da democracia, enfim,
tivemos um incidente político grave e, evidentemente, prejudicaria muito o Ministério da Educação a permanência do ministro
depois da sessão que vimos ontem, como todo aquele debate acalorado em torno da
relação entre o ministro e o Congresso Nacional”, disse Mercadante, após
receber um prêmio na embaixada da Espanha, em Brasília.
À frente do MEC há apenas 76 dias, Cid Gomes
havia sido convocado pelos deputados federais para explicar declaração que ele
havia dada no último dia 27, durante palestra a estudantes da Universidade
Federal do Pará. Na ocasião, o agora ex-ministro afirmou que a Câmara tem de
300 a 400 parlamentares que "achacam".
Em meio à sessão desta quarta na Câmara, Cid Gomes fez um apelo, na tribuna da Casa, aos deputados
"oportunistas" que detêm cargos na administração federal, mas não dão
apoio ao governo no Congresso, para que "larguem o osso, saiam do
governo".
Ele justificou afirmando que era uma posição
"pessoal" e que não a manifestou como ministro de Estado. De acordo
com o ministro, os "400 ou 300" são os que apostam no "quanto
pior, melhor", mas ele pediu "perdão aos que não agem desse
jeito".
A declaração gerou indignação entre
deputados da base aliada e da oposição, que passaram a cobrar sua demissão,
afirmando que ele havia perdido as condições de se manter no comando do
Ministério da Educação.
Depois de discutir com os deputados no
plenário e abandonar o recinto da Câmara em meio à sessão, Cid foi ao Palácio
do Planalto e pediu demissão à presidente da República, que aceitou. A exoneração já foi publicada no "Diário Oficial
da União".
Disputa política
Indagado sobre o atual cenário político do Brasil, o chefe da Casa Civil afirmou que há setores da sociedade que, “mesmo depois de 12 anos” do PT no poder, ainda não aceitam que o partido governe o país.
Mercadante ressaltou ainda que o governo
respeita as manifestações contrárias à presidente Dilma Rousseff. “Tivemos uma eleição muito polarizada,
muito disputada. Depois de 12 anos consecutivos, quatro eleições que a oposição
perde, eu acho que nós tivemos depois da eleição clima de terceiro turno. Houve
até questionamento [pela oposição] da urna eletrônica, da democracia e das
contas eleitorais”, disse.
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