Depois de 42 anos na estrada, enfim o Kiss subiu em um palco em Brasília. Na estrutura montada ao lado do Estádio Mané Garrincha, Gene Simmons (baixo e voz), Paul Stanley (guitarra e voz), Tommy Thayer (guitarra solo) e Eric Singer (bateria e voz) fizeram o que estão acostumados e mostraram o mesmo show que se vê em toda a turnê em comemoração pelas quatro décadas de carreira, que tomou a estrada em 2013 e deve seguir até junho.
Durante pouco mais de uma hora e meia, a banda fez no palco o que o público espera dela. Com suas máscaras e fantasias, o grupo ofereceu um espetáculo com luzes, disparos, fogos, músicos saindo do show, sangue cenográfico e composições das principais fases da carreira.
Steel Panther e Raimundos
Antes da estreia do Kiss em palcos brasilienses, o público conferiu 30 minutos de Raimundos comemorando 20 anos de carreira desfilando sucessos especialmente da época em que Fred e Rodolfo faziam parte do time.
O show curto começou pontualmente às 20h20 com “Eu quero ver o oco”. Ainda com o público chegando ao local, a banda executou sucessos como “I saw you saying”, “Mulher de fases” e “Puteiro em João Pessoa”, a última da noite.
A segunda atração foi a banda californiana Steel Panther. Conhecidos por letras bem humoradas que abusam dos temas sexuais, o quarteto de Los Angeles conseguiu entreter o público, especialmente quando pediu para as garotas mostraram os seios.
Energia
Nada de “Forever”, “God gave rock’n’roll to you” ou “Beth”. Do primeiro ao ultimo minuto, o que prevaleceu no show do Kiss foram as guitarras distorcidas, o ritmo rápido e os refrões fortes de hits como “I love it loud”, “Creatures of the night”, “Lick it up”, “Psycho Circus” e “War Machine”. O único momento leve foi a introdução dedilhada de guitarra em “Black Diamond”.
O Kiss entrou no palco às 22h53, depois da execução de “Rock’n’roll” do Led Zeppelin, tocada mais alta do que as outras músicas de espera. Um vídeo mostra os integrantes e em segundos eles estão sobre o palco. Cai a cortina gigante com o nome da banda e eles começam a festa com “Detroit rock city”.
A apresentação teve de tudo o que o Kiss criou ao longo de 42 anos de carreira. Eric Singer cantou em “Black diamond” e tocou a bateria como se deve em um show de rock. Não foram poucos os momentos em que ele esteve em pé no instrumento, abusou das viradas e incluiu pedais duplos em trechos fortes das músicas.
Paul Stanley foi quem conversou com a plateia, manteve palhetas na língua, jogou pelo menos 20 delas para o público e “voou” até um palco na house mix (onde ficam as mesas e os técnicos de som) para cantar “Love gun”.
Tommy Thayer usou apenas duas guitarras ao longo do show. Uma Les Paul branca, na maior parte da apresentação, e outra preta, com direito a disparos saindo do braço em direção ao céu.
Gene Simmons também teve momento solo, cuspiu sangue, foi içado para um pequeno palco a 10 metros de altura e cantou “God of thunder”. A língua esticada para fora da boca também esteve presente.
Foram 17 músicas ao todo, contando o bis com “Shout it out loud”, “I was made for loving you” e “Rock and roll all nite”, a mais celebrada da noite, com direito a chuva incessante de papel, acompanhada de chuva enviada por São Pedro, durante toda a execução. No fim, o praticável da bateria é elevado, Simmons e Thayer estão em plataformas que se movem sobre o público e Paul Stanley quebra sua guitarra.
A festa chega ao fim. A primeira vez do Kiss foi marcante. O público gostou da primeira vez da banda na capital federal e saiu do local falando sobre a performance, o repertório, a parte cênica, as máscaras e fantasias, luzes, disparos, fogos, músicos saindo do show, sangue cenográfico e, é claro, a música.
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