Uma família de produtores rurais de Conceição do Castelo no Sul do Espirito Santo, mantém viva há 35 anos a tradição de produzir vinhos de jabuticaba. Com um processo novo e completamente artesanal de fabricação, a família conseguiu aumentar a renda e a quantidade da bebida produzida, que passou de 200 garrafas por ano para uma média de 400 litros por mês.
O produtor Anselmo Dalbó relembrou que essa prática teve início com o pai. "Ele sempre contava que na Itália se fabricava vinho, era costume tomar vinho à tarde, que era bom. Meu pai sempre falava no vinho. E compraram essa propriedade, vieram para cá e plantaram muitas frutas, inclusive bastante jabuticaba. Então o tempo foi se passando e em 1980 resolveram que iam fazer um vinho de jabuticaba. Arrumamos um barril, naquela época de madeira, e resolvemos fazer o vinho de jabuticaba. Fizemos e deu certo", contou.
Os frutos são retirados da propriedade, que fica na localidade de Mata Fria, interior do município, onde 60 árvores estão carregadas. São deles que o produtor retira o sustento. Na linha de produção, atuam os membros de toda a família. O negócio tem dado tão certo que eles decidiram legalizar a produção para vender na região. "Deu certo, graças a Deus e cada vez está crescendo mais", contou Anselmo.
Antes, a família produzia 200 garrafas de vinho de jabuticaba por ano. Atualmente, mais de 5 mil garrafas são produzidas no mesmo período, dando uma média de 400 litros por mês. "É meio cansativo, mas não pensamos em parar porque é uma coisa que acrescentou na renda familiar da gente, porque viver só da lavoura é difícil", concluiu. O produto é vendido para supermercados, lojas de artesanatos e feiras.
Entenda o processo
A princípio, as frutas são retiradas. Com uma marreta, os coletores batem no caule da jabuticabeira e as frutas caem sobre um lona esticada sob a copa da árvore. Após recolhidas, as frutas são jogadas dentro de uma caixa com água, para separas as boas daquelas que não estão boas para a fabricação da bebida.
Em seguida, elas passam por um equipamento criado por Anselmo para barrar as folhas e outras sujeiras. Depois, as jabuticabas são mergulhadas em água com cloreto de sódio, que serve para matar fungos e bactérias; elas passam por outro equipamento criado pelo produtor, quando são esmagadas.
"A gente espreme com a mão essa massa, que é jabuticaba já 'pocada', para poder separar a casca da polpa para fazer o vinho branco. Depois a gente só usa a polpa", contou a produtora Angelica Dalbó. Depois desse processo, o caldo é levado até um barril onde fica de 30 a 40 dias para fermentação. Só então ele é retirado para separar o líquido do bagaço. Depois ele volta para o barril onde fica pelo menos um ano para maturação.
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