domingo, 12 de abril de 2015

Manter tradição de produzir vinho há mais de 30 anos


Uma família de produtores rurais de Conceição do Castelo no Sul do Espirito Santo, mantém viva há 35 anos a tradição de produzir vinhos de jabuticaba. Com um processo novo e completamente artesanal de fabricação, a família conseguiu aumentar a renda e a quantidade da bebida produzida, que passou de 200 garrafas por ano para uma média de 400 litros por mês.
O produtor Anselmo Dalbó relembrou que essa prática teve início com o pai. "Ele sempre contava que na Itália se fabricava vinho, era costume tomar vinho à tarde, que era bom. Meu pai sempre falava no vinho. E compraram essa propriedade, vieram para cá e plantaram muitas frutas, inclusive bastante jabuticaba. Então o tempo foi se passando e em 1980 resolveram que iam fazer um vinho de jabuticaba. Arrumamos um barril, naquela época de madeira, e resolvemos fazer o vinho de jabuticaba. Fizemos e deu certo", contou.

Os frutos são retirados da propriedade, que fica na localidade de Mata Fria, interior do município, onde 60 árvores estão carregadas. São deles que o produtor retira o sustento. Na linha de produção, atuam os membros de toda a família. O negócio tem dado tão certo que eles decidiram legalizar a produção para vender na região. "Deu certo, graças a Deus e cada vez está crescendo mais", contou Anselmo.

Antes, a família produzia 200 garrafas de vinho de jabuticaba por ano. Atualmente, mais de 5 mil garrafas são produzidas no mesmo período, dando uma média de 400 litros por mês. "É meio cansativo, mas não pensamos em parar porque é uma coisa que acrescentou na renda familiar da gente, porque viver só da lavoura é difícil", concluiu. O produto é vendido para supermercados, lojas de artesanatos e feiras.
Entenda o processo
A princípio, as frutas são retiradas. Com uma marreta, os coletores batem no caule da jabuticabeira e as frutas caem sobre um lona esticada sob a copa da árvore. Após recolhidas, as frutas são jogadas dentro de uma caixa com água, para separas as boas daquelas que não estão boas para a fabricação da bebida.

Em seguida, elas passam por um equipamento criado por Anselmo para barrar as folhas e outras sujeiras. Depois, as jabuticabas são mergulhadas em água com cloreto de sódio, que serve para matar fungos e bactérias; elas passam por outro equipamento criado pelo produtor, quando são esmagadas.
"A gente espreme com a mão essa massa, que é jabuticaba já 'pocada', para poder separar a casca da polpa para fazer o vinho branco. Depois a gente só usa a polpa", contou a produtora Angelica Dalbó. Depois desse processo, o caldo é levado até um barril onde fica de 30 a 40 dias para fermentação. Só então ele é retirado para separar o líquido do bagaço. Depois ele volta para o barril onde fica pelo menos um ano para maturação.

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