Gisele Bündchen saiu de Horizontina, pequeno município de 20 mil habitantes no interior do Rio Grande do Sul, para o mundo. O salto da top teve um empurrãozinho de um descobrir de modelos da mesma cidade. Há três décadas no ramo, Dilson Stein, 50 anos, foi o responsável por descobrir e lançar a maior estrela do mundo fashion dos últimos anos, ainda adolescente.
Nesta quarta (15), 20 anos depois de chamar a atenção do olheiro, a gaúcha de 34 anos se despede das passarelas com um desfile pela Colcci na edição de verão da São Paulo Fashion Week.
“Foi o fato mais marcante da minha carreira. E ainda por eu ter descoberto a melhor modelo na minha própria cidade”, diz ao G1 o mesmo homem que guiou às passarelas nacionais e internacionais outras modelos como Alessandra Ambrósio e Carol Trentini. “Gisele representa para o mundo da moda o que o Pelé representa para o futebol. Outras grandes modelos vão surgir, mas nunca haverá outra Gisele”, analisa.
A descoberta foi em 1994. Em meio a um curso em Horizontina, o olheiro teve como aluna a então menina, com 13 anos e no alto de seus 1,80m. Inscrita pela família para melhorar a postura, a adolescente sequer pensava em seguir a carreira das passarelas.
“Quando bati o olho dela, me deu um estalo. Comentei que ela poderia ser uma das melhores modelos do mundo”, lembra Stein. “Me impressionei com os traços, com a altura dela. E no decorrer do curso, Gisele demonstrou muita personalidade, muita atitude”, completa.
Apesar da desconfiança do pai, a menina teve o apoio da mãe e seguiu para a capital paulista, acompanhada de três irmãs, entre elas, a gêmea Patrícia. Aos 14 anos, Gisele passou a integrar o casting de John Casablancas, dono da agência Elite, a mesma de Cindy Crawford, Claudia Schiffer e Naomi Campbell, e estreou nas passarelas.Não demorou muito para que ele a convidasse a ir a São Paulo. “Na época o pessoal não levou muito a sério o que eu dizia. Não tinha muitas informações sobre a carreira de uma modelo, como tem hoje, com a internet”, comenta.
“O pai foi contra no início. Mas a gente o convenceu. Ele exigiu da agência de modelos um planejamento estratégico para ela por cinco anos, por escrito. Não deu outra. Eles aceitaram e Gisele se tornou a melhor modelo do mundo”, afirma.
O início da carreira também não foi tão fácil como parece. Stein diz que a top recebeu muitos "nãos" no início, como qualquer modelo. "Alguns falavam que ela tinha o nariz muito grande. O nariz é o mesmo até hoje. Ela tinha muito foco, muita atitude”, elogia.
A modelo deixa as passarelas, mas deve continuar fotografando e desenvolvendo outros trabalhos na indústria da moda. Opção acertada, acredita o olheiro. “Ela sai por cima. Está no topo”, opina.
A carreira de Gisele
Ao longo de duas décadas, criou uma carreira sólida que hoje é refletida em grandes campanhas que têm a top como garota propaganda, como a Chanel. Já trabalhou para marcas como Valentino, Victoria's Secret, Versace e Louis Vuitton.
Mostrou também uma veia para os negócios: em 2011 criou sua própria marca de lingerie, a Gisele Bündchen Intimates. Segundo a revista "Forbes", Gisele embolsou US$ 47 milhões no último ano. De acordo com a publicação, é a modelo mais bem paga do mundo e ostenta esse título há oito anos.
Casada com o ídolo do futebol americano Tom Brady, do time New England Patriots, a gaúcha tem dois filhos, Benjamin e Vivian. A família vive nos Estados Unidos. Em Hollywood, se aventurou também no cinema: estrelou as comédias 'Táxi' (2004) e "O Diabo Veste Prada" (2006).
Em clima de despedida das passarelas, Gisele postou uma foto de seu primeiro desfile e agradeceu pela carreira em sua conta no Instagram. "Sou muito grata por ter tido a oportunidade, aos 14 anos, de iniciar esta jornada. Hoje, após 20 anos nesta carreira, é um privilégio estar fazendo meu último desfile por escolha própria e ainda continuar trabalhando em outras facetas da indústria”, escreveu a top na rede social.
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