Os primeiros
fósseis dessas cobras gigantes (as maiores de que se tem registro) foram
desenterrados cerca de dez anos atrás e descritos num artigo científico
em 2009, na revista Nature,
com base numa coleção de fragmentos de ossos de 28 indivíduos, ou
espécimes -- o maior dos quais, segundo os pesquisadores, tinha cerca de
13 metros de comprimento e pesava mais de 1,1 mil quilos.
Agora,
pesquisadores estão juntando as peças de um novo espécime, muito mais
completo e escavado da mesma região da Colômbia entre dezembro de 2011 e
janeiro de 2012, que poderá revelar novos detalhes sobre a biologia
desses "monstros" pré-históricos.
Os novos fósseis estão sendo preparados no departamento de paleontologia de vertebrados do Museu de História Natural da Flórida,
que fica dentro da Universidade da Flórida (UF), em Gainesville. Os
ossos, meticulosamente limpos um a um, para libertá-los de milhões de
anos de sedimento incrustado, estão separados em caixas sobre uma mesa,
como peças de um grande quebra-cabeça pré-histórico, que os
pesquisadores vão montar para recriar como era esse animal na vida
real.As pesquisas são desenvolvidas em parceria pelo museu da UF e o Smithsonian Tropical Research Institute (STRI), que também faz escavações paleontológicas nos sítios de ampliação do Canal do Panamá.
Extrair
fósseis de uma região tropical como o norte da Colômbia não é tarefa
fácil, porque as camadas internas do solo não afloram e ficam expostas
na superfície, como ocorre nas regiões mais áridas, onde a paleontologia
é mais comumente praticada. Em vez disso, ficam escondidas sob
toneladas de terra úmida e vegetação, que não podem ser removidas com
tanta facilidade.
Os ossos de Titanoboa, assim
como de vários outros animais enormes daquela época, só voltaram a ver a
luz do dia porque existe uma grande operação de mineração de carvão em
Cerrejón, que abre valas imensas no solo e permite aos cientistas chegar
até os fósseis.
Um desses outros "monstros" que conviveram com a Titanoboa foi um crocodilo de quase 5 metros e mais de 400 quilos, batizado de Anthracosuchus balrogus, descrito recentemente na revista Historical Biology.
O nome da espécie, para se ter uma ideia do tamanho do bicho (e do lado
nerd da biologia), faz uma "homenagem" ao demônio Balrog, que derrota o
mago Gandalf nas minas de Moria em O Senhor dos Anéis, de J.R.R Tolkien.
Vai
ser interessante ver quantos outros bichos incríveis e assustadores
ainda vão surgir das profundezas das Minas de Cerrejón. Detalhe: A Titanoboa cerrejonensis era grande o suficiente para engolir o Anthracosuchus balrogus num dia de fome. Já o Balrog da Terra Média de Tolkien, nunca saberemos. Imagine só!
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