Ulisses da Costa Cancela,
de 36 anos, foi levado para Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque Caxias, mas
não resistiu ao ferimento. A informação é da Delegacia de Homicídio
da Baixada Fluminense.
O carro do alpinista industrial Ulisses Costa Cancela, baleado e morto
na noite de sábado (9) ao errar o caminho e entrar na comunidade Vila do Sapê,
segue no interior da favela onde ocorreu o crime. Segundo o tio de Ulisses, o
empresário Farlen Macieira, o local é tão perigoso que a polícia só entrou no
dia seguinte, pela manhã para fazer a perícia no carro.
“Nem a seguradora entrou para remover o carro”. O que aconteceu foi uma
maldade, dessas que não dá para explicar. Meu sobrinho era super do bem, uma
pessoa querida.
Estamos vivendo um momento
de total degradação humana. “Meu sobrinho perdeu não só o direito de ir e vir,
mas principalmente, perdeu o direito à vida”, disse Macieira.
Macieira contou que ao perceber que estava no caminho errado, Ulisses
tentou retornar, entrou numa rua escura e deserta e ouviu um tiro. O alpinista
pediu para todos se abaixarem dentro do carro, enquanto tentava sair de ré do
local. Vários tiros foram disparados e um deles atingiu a cabeça de Ulisses
pelo lado direito, segundo o tio.
Ele entrou no lugar errado e quando ia fazer o retorno, eles ouviram
barulho de tiro. Ulisses mandou todos se abaixarem e engatou a ré. Ele foi
atingido na cabeça, perdeu o controle do carro e bateu no muro de uma casa. Só
depois disso tudo é que apareceram algumas pessoas na rua e na casa, contou
Macieira.
“Os tiros atingiram a lateral e a traseira do carro. Segundo as
pessoas, não foi anunciado assalto, nada. Só Deus sabe o que se passou na
cabeça daquelas pessoas. Como estavam todos abaixados, tentando se proteger das
balas, ninguém sabe quantos atiraram. Mas com certeza era mais de um. Foram
muitos tiros”, disse Macieira que viu a foto do carro feita pelos peritos
criminais.
Macieira disse que a mãe e a mulher de Ulisses estão ainda em estado de
choque, inconsoláveis. Ele acrescentou ainda, que logo após o tiroteio, um
homem apareceu com um carro e levou o alpinista e os outros acompanhantes até a
BR-040, nas proximidades do pedágio. Da beira da estrada, eles ligaram para a
polícia e o Corpo de Bombeiros.
O delegado Fábio Cardoso, da Divisão de Homicídios da Baixada
Fluminense (DHBF), que investiga o caso, disse que pretende ouvir parentes do
alpinista ainda esta semana.
De acordo com a tia de Ulisses, Rosana
Portugal, eles estavam voltando de uma festa de criança, por volta das 22h30,
quando erraram o caminho. Ainda segundo Rosana, o socorro aconteceu por
moradores da comunidade, porque a polícia e a ambulância se negaram a entrar na
comunidade devido ao risco oferecido na região.
“Os moradores foram até o carro e uma
dessas pessoas levou os quatro até o pedágio, onde eles foram socorridos. Meu
sobrinho chegou dar entrada no hospital, mas não resistiu. Já a mulher dele e
casal não sofreram ferimento graves”, completou a tia.
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