O motorista do veículo Saveiro que foi jogado em um rio após a queda de uma ponte, em Jaguari, na Região Central do Rio Grande do Sul, relata que passou por momentos de desespero até conseguir sair do carro submerso. O engenheiro agrônomo Diogo Patias foi liberado do Hospital de Caridade do município na manhã desta segunda-feira (1º).
"Passa um filme na cabeça. Que você vai morrer. Cheguei a pensar que ia morrer. Mas, graças a Deus, foi ao contrário. Em 31 de maio de 2015, eu nasci de novo", declarou em entrevista à RBS TV (veja o vídeo ao lado).
A ponte centenária despencou na tarde deste domingo (31). Segundo a Brigada Militar, a estrutura antiga não resistiu após um caminhão bitrem passar pelo local.
Embaixo d'água, Diogo ficou preso no carro e demorou para conseguir sair. "Estava submerso. Duas vezes tentei sair, mas o cinto não me deixava. Na terceira, veio uma luz, Deus, sei lá, do além, e eu fui com a mão e consegui destravar o cinto", conta o sobrevivente, emocionado.
Após deixar o veículo, Diego foi levado por conhecidos ao Hospital de Santiago, a 40 km de lá. Os exames não apontaram nenhum problema grave de saúde, apenas os hematomas em função da queda. Junto do carro, dentro do rio, ficaram documentos, roupas, computador, celular. Entretanto, o mais importante já voltou para casa.
"Graças a Deus estou aqui, bem de saúde segundo os exames. Os bens materiais com certeza eu recupero", declara Patias.
Após a queda, ocorrida por volta das 16h20, a carreta ficou pendurada na ponte, tendo parte do semi-reboque caído na água. Na tarde desta segunda, o veículo segue no local.
A prefeitura do município aguarda a chegada de engenheiros do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e integrantes da Defesa Civil para dar início aos trabalhos de retirada do bitrem.
O motorista do caminhão chegou a ser levado ao hospital, mas foi liberado em seguida do local.
Sobre a ponte
A ponte fica no centro do município e liga as duas partes da cidade, que é separada pelo Rio Jaguari. Foi construída em 1898, inicialmente para a passagem de trens. Na década de 1950, a ponte passou por sua primeira grande reforma, com alteração da estrutura de madeira para concreto e adaptação para passagem de veículos.
Já na década de 1980, a ponte passou novamente por reparos na estrutura. "Foi uma reforma grande que resolveu os problemas", disse o prefeito João Mário Cristofari (PMDB) em entrevista à RBS TV. Há oito anos, segundo ele, novamente foram realizados reparos na ponte, mas com trabalhos mais pontuais, como pequenos consertos e pintura da estrutura.
Em 2011 a prefeitura fez um pedido ao Ministério Público para que a ponte passasse por uma avaliação de engenheiros, já que o município não tem profissionais específicos para isso. À época, de acordo com o prefeito, o Daer informou que não teria técnicos capacitados para fazer o serviço, já que se tratava de um estrutura de metal e os engenheiros do departamento trabalhavam somente com estrutura de concreto.
Em outubro do ano passado, também como informa o prefeito, técnicos contratados pelo MP emitiram um laudo afirmando que a ponte não corria riscos de queda. A reportagem tentou confirmar essa informação, mas ainda não obteve retorno.
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