Presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e vários de diretores foram detidos
Foto: Divulgação /Site Odebrecht
A justiça suíça anunciou nesta quinta-feira a abertura de uma investigação contra o grupo brasileiro de construção Odebrecht, no âmbito do caso de corrupção que afeta a Petrobras. "O procurador-geral da Confederação abriu muitas investigações relacionadas ao caso Petrobras", explicou à AFP a porta-voz Nathalie Guth, acrescentando que uma das investigações afeta o grupo brasileiro Odebrecht "e outras pessoas e empresas associadas".
"Os primeiros resultados destas investigações indicam que o centro financeiro suíço foi seriamente afetado pelo escândalo, com muitas pessoas e empresas acusadas ou declaradas culpadas no Brasil de ter realizado transações suspeitas através de contas na Suíça", acrescentou.
Por esta razão o procurador-geral fez uma demanda de assistência mútua ao Brasil para que as autoridades brasileiras coloquem em segurança as possíveis provas e interroguem os suspeitos e seus sócios.
"Segundo as primeiras constatações, há suspeitas de que sociedades propriedade do grupo Odebrecht pagaram subornos a ex-dirigentes da Petrobras através de contas suíças", explicou a porta-voz. A gigante da construção Odebrecht está no coração deste caso de corrupção. Seu presidente, Marcelo Odebrecht, e vários de seus diretores foram detidos no dia 19 de junho no âmbito de uma investigação mais ampla sobre a corrupção na Petrobras.
De acordo com a investigação em curso no Brasil, as empresas dividiram entre si de 2004 a 2014 os mercados da Petrobras, pagando subornos para diretores da companhia em troca de contratos. Algumas destas comissões foram dadas para políticos.
Em 20 de julho, o escândalo levou à primeira condenação de empresários: três ex-diretores da construtora Camargo Correa, uma das maiores empresas envolvidas no caso da Petrobras, foram condenados a penas de prisão que serão, na prática, aliviadas para dois deles, em razão de um acordo assinado com os investigadores em troca de sua cooperação.
Na Suíça, a investigação contra a Petrobras foi aberta em abril de 2014. Em 18 de março de 2015, o procurador-geral suíço havia indicado que as investigações "permitiram descobrir mais de 300 relações de negócios com mais de 30 bancos na Suíça, para os quais os pagamentos de corrupção presumivelmente transitaram".
Ele também anunciou que a Suíça havia liberado 120 milhões de dólares de bens congelados na Suíça, de um total de 400 milhões de dólares bloqueados no contexto do caso Petrobras.
O escândalo tem afetado particularmente os bancos em Genebra, apesar de o centro financeiro suíço garantir há muitos anos que tem fortalecido seus critérios éticos para enfrentar a corrupção e a lavagem de dinheiro.
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