segunda-feira, 3 de agosto de 2015

EDUARDO CAMPOS - A FALTA QUE FAZ

No próximo dia 13 faz um ano que ele se foi. Ele poderia ter sido eleito presidente do Brasil ou poderia, ao menos, estar aqui entre nós. Um político cheio de entusiasmo pelo trabalho em união e competência para avançar, penso, nestes tempos nebulosos, o que estaria pensando, pregando e fazendo.
Somos 200 milhões, cada vez mais incluídos, processo que vem se ampliando em todos os sentidos. Com 1,2 bilhão de habitantes, a Índia, um dos nossos concorrentes diretos, pena com 400 milhões de pessoas em situação de pobreza extrema.
Temos US$ 368 bilhões em reservas e participação no contexto comercial mundial que nos transportou de escravos comerciais da Inglaterra para construtores e sócios do porto de Mariel, em Cuba, futuro “hub” portuário do Golfo do México.
Temos uma mulher digna e corajosa como presidente da República, legitimamente escolhida pelos brasileiros. Enquanto o patrimonialismo, o egoísmo e a vulgaridade política dominam, ela firma protocolos de investimento com potencial para mais de US$ 500 bilhões no médio prazo com EUA e China.
As instituições nacionais, governo e sociedade evoluem. Polícia, Ministério Público, advocacia e magistratura trabalham em atinência à ordem democrática, com naturalidade impensável há pouco tempo.
Enquanto fazemos ajustes, mesmo que tardiamente, na conduta da nossa economia e política, a Europa vive um clima de pré-guerra por causa de € 320 bilhões de pendura da Grécia. Ora, isso é cafezinho perto do que Alemanha, França, Inglaterra e outros deveriam pagar pelo que devem de hora/aula a Platão.
Temos todas as possibilidades de fazer valer o ativo chamado Brasil e grandes oportunidades estão em nossas mãos, para crescer com justiça social, equilíbrio econômico e modernidade política.
Penso que Eduardo estaria buscando, como sempre dizia, juntar os bons de espírito, mobilizando as pessoas, andando pelo país, conversando com todos, defendendo a ordem democrática, combatendo o anacronismo regimental da velha política, apontando para o futuro.
Tenho convicção, pelo que fez nos sete anos e três meses de governo em Pernambuco, que Eduardo Campos estaria articulando com firmeza os poderes constituídos e a sociedade, para que se perceba a delicadeza da equalização que é necessária à condução administrativa, política e da comunicação.
É como se um ano depois da sua passagem por aqui eu escutasse a sua palavra orientadora, fazendo ecoar em todos os corações a bandeira de sua luta, proclamada cabalisticamente na sua última intervenção, na bancada do Jornal Nacional, na noite de 12 de agosto de 2014: “Não vamos desistir do Brasil”.

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