No dia em que participou de um evento para anunciar a expansão da fábrica da Ambev, em Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife, o governador Paulo Câmara (PSB) criticou fortemente o governo federal pelo desemprego em Pernambuco. Em um ato no Palácio do Campo das Princesas, voltado a trabalhadores da indústria da cana de açúcar, o socialista acusou a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) de tomar “medidas irresponsáveis”. Ele abordou, sobretudo, as demissões no Porto de Suape.
“Estamos tendo muitas dificuldades em relação a empreendimentos do governo federal. Principalmente à refinaria (Abreu e Lima), que já era para estar pronta, parou no meio, demitiu gente demais e agora em 2015 talvez retorne a funcionar. São 70 mil postos de emprego (a menos). Pernambuco nos últimos oito anos gerou quase 600 mil empregos e a gente não pode admitir, deixar acontecer, que 10% desses emprego evaporem por medidas muitas das quais foram irresponsáveis, medidas que não tiveram um olhar com planejamento como a gente quer fazer aqui”, discursou.
Questionado após a cerimônia sobre que medidas irresponsáveis foram tomadas pelo governo federal, Paulo Câmara desconversou, mas ainda assim foi duro com a União.
“Eu não digo medidas irresponsáveis do governo federal, mas digo que hoje tudo o que está acontecendo na Petrobras foi falta de condução de seus diretores em relação a essa empresa. Isso afetou Pernambuco porque temos um empreendimento que já era para estar pronto, já para estar gerando renda. A movimentação econômica no nosso Estado, segundo cálculos preliminares, seria da ordem de R$ 8 bilhões por ano só com a refinaria, e não está acontecendo. De uma hora para outra as obras pararam, mais de 15 mil empregos foram finalizados de repente, toda uma cadeia fornecedora parou de funcionar e isso prejudicou Pernambuco. É óbvio que isso prejudicou e isso é fruto do que estamos vendo a partir das investigações que estão acontecendo na Operação Lava-Jato“, declarou.
Ajustes financeiros
O governador também falou sobre as reuniões com os secretários para definir os ajustes financeiros em cada pasta. A medida visa a adequar a estrutura administrativa à crise econômica.“Vai envolver contratos, locação de carros, diárias, utilização de passagens aéreas, ajustes cada vez mais que precisam ser feitos nessa parte de terceirizados, aluguel de imóveis, de compra de material de expediente, conta de energia. Tudo isso está sendo ajustado secretaria por secretaria. Elas vão ter prazo, vão ter meta, e a gente vai ter que cumprir. É uma questão de equilíbrio do Estado. Então, não há duas conversas. Os cortes vão ter que acontecer até porque a economia não está reagindo”, falou. (fonte: JC Online/foto: Wagner Ramos/divulgação)
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