Manifestações Culturais
PASTORIL
A representação do Pastoril tem como centro o nascimento de Jesus e hoje desdobra-se em espetáculo profano, em largos ou pontas de rua. É composto de um tablado rústico, bandeirolas de papel, mulheres de saiotes divididas em cordões (o azul e o encarnado), uma pequena orquestra, danças, cantos e ditos espirituosos, um velho endiabrado a comandar o espetáculo, interação constante entre a troupe e o público, são os principais ingredientes desse folguedo.
OBS: Há pouco a manifestação foi reavivada pelo Grupo Cultural da Escola Municipal Mãe Vitória, a sua primeira apresentação foi em dezembro de 2007. Este grupo, conhecido como Maracatujaba, também dança o Maracatu de Baque Virado, mais característico da cidade de Recife-PE, mas considerada uma cultura genuinamente pernambucana.
Coordenadora: Profª. Maralvina (3031-1247 ou (87) 8822-4183)
QUADRILHA
Manifestação folclórica típica do ciclo junino surgiu como uma sátira às danças palacianas européias. Os casais participantes, divididos em duas alas e vestidos com trajes matutos, desenvolvem uma divertida coreografia ditada pelo "marcador" ao som de conjuntos regionais e músicas próprias da época.
Hoje, observa-se em vários municípios do Estado uma mudança na estrutura original da quadrilha - em nível de indumentária, incluindo um guarda-roupa mais rico e com características do apresentado pelo folclore gaúcho, de coreografia e de repertório musical, que passou a ser mais amplo e não necessariamente relativo ao período.
Em Petrolina, é uma das manifestações culturais mais fortes, Petrolina tem cerca de 12 quadrilhas.
REISADO
De inspiração religiosa, o reisado tem suas origens no Brasil Colônia. O folguedo ocorre durante o período natalino, geralmente em plena rua ou em praças públicas. Seus participantes - o rei, a rainha, os palhaços, o secretário, guias, contra-guias, mestre, mestra, Mateus, embaixadores, governador, índio Peri, sereia, dentre outros - saem tocando e cantando, louvando e saudando os espectadores, contando a história do nascimento do menino Jesus.
A indumentária é composta de saiotes e capas de cetim, com a presença de muitos espelhinhos, vidrilhos e lantejoulas. Os chapéus, ricamente enfeitados com fitas e espelhos, são uma atração à parte, reproduzindo, alguns deles, fachadas de igrejas e até mesmo a tiara do Papa. O ritmo do reisado é marcado por zabumbas, foles, caixas de guerra e pandeiros, sendo também comum a presença de sanfonas rabecas e violas.
Hoje existe apenas um Reisado em Petrolina, O Reisado da Vila Mocó.
SAMBA DE VÉIO
O samba de véio é uma das manifestações culturais mais antigas da Ilha do Massangano. É de origem indígena com influência africana, uma história de mais de 100 anos, como contam os moradores mais antigos.
Esta manifestação folclórica, denominada Samba de Véio pelos ilhéus, constitui-se num frenético sapatear. É formada uma roda e quem vai para o meio improvisa um sapateado diferente que contagia a todos que estão em sua volta. Os casais vão entrando para o centro da roda, sambam, pulam, riem muito e dão a famosa umbigada e, desta forma todos participam. Afastada da roda, uma fogueira é acesa para aquecer o couro do animal que cobre a parte superior de um tamborete - assento de madeira que é o instrumento de percussão responsável pela marcação da coreografia dançada pelos ilhéus. Os instrumentos utilizados são: tambores, triângulos, cavaquinho, atabaque, ganzá e pandeiro. As letras versam sobre o dia a dia dos moradores da ilha, embora as estrofes das canções não variem, há permissão para o improviso seguindo a sugestão dos versos, a pessoa que se encontra no centro aplica, em outra, uma umbigada e o canto prossegue. Depois que todos os participantes tiverem passado pelo meio da roda, nova canção será entoada. Para recuperar o fôlego, uma garrafa de cachaça é passada de mão em mão e vira atração, quando equilibrada na cabeça por um dos sambistas no centro da roda.
A Associação Cultural Josefa Isabel dos Santos do Samba de Véio da Ilha do Massangano foi fundada no dia 14 de fevereiro de 2001, e é uma sociedade civil sem fins lucrativos.
SÃO GONÇALO
São Gonçalo é um santo festeiro por excelência. Contam os mais antigos que ele adorava tocar violão. Pela realização de muitos milagres é conhecido até hoje como o santo protetor das mulheres solteiras.
Essa festa é patrocinada pela pessoa que foi agraciada pelo milagre do santo, acontece geralmente em janeiro.
Existe um altar no local e diante do mesmo, o santo, fazem-se duas filas de dançarinos, cada uma com um guia e um contra guia, dá-se revezamento dos extremos das filas e começam os movimentos, é composta de 12 mudanças por cada promessa alcançada.
Essa festa é tão popular que foi dado o nome do santo para um bairro de Petrolina.
Estas festas acontecem eventualmente em Petrolina, não tem datas pré-fixadas, variam de acordo com a pessoa que recebeu a benção ou presente do santo.
LENDAS DO SÃO FRANCISCO
BICHO D’ÁGUA
É um gigante todo coberto de pêlos, escuro e com dentes enormes, que costuma morar nos lugares fundos do rio. À noite, de preferência, ataca as embarcações ancoradas para afundá-las, preferindo sempre agir traiçoeiramente; de dia, derrubando barreiras nas margens, surpreende os barqueiros que passam por perto, tem também o hábito de comer gente.
CARRANCAS
As Carrancas são esculturas de madeira que eram colocadas quase que obrigatoriamente nas antigas embarcações do São Francisco. Traduzem-se em monstros que parecem bichos, é um ser fantástico, poderoso, a sua presença dá sorte. Afugenta os espíritos maus e ainda avisa quando a embarcação está em perigo de afundar, ela geme três vezes.
A Carranca nasceu do homem do São Francisco e é um tipo de arte única no mundo, feita pelos entalhadores atendendo aos sentimentos e fantasias dos barqueiros que precisam espantar o “Minhocão” e o “ Negro D`Água”.
MINHOCÃO OU SURUBIM-REI
Tem mais de 120 pés de extensão, sua boca é pequena, orlada de compridos cabelos mais grossos que os fios de piaçaba, não tem escamas, a pele é de cor bronzeada, bem como as minhocas da terra, das quais tomou o nome, dilata-se, ou comprime-se à vontade, apresentando neste segundo estado a configuração e a grossura de uma pipa.
A SERPENTE ADORMECIDA
Conta a tradição que uma serpente, de muitos e muitos metros de comprimento, vive debaixo do enorme morro que existe na ilha do fogo. Essa serpente estaria presa por três fios de Nossa Senhora, dois desses fios já se romperam, provocando grandes inundações na região.
Quando o terceiro fio se romper toda região será inundada, não restando nenhum sinal de vida. A serpente solta se transformará em uma enorme baleia e Petrolina e Juazeiro se transformarão numa “cama de baleia”. Os dois fios de cabelos rompidos se deve aos muitos pecados das duas cidades.
NOSSA SENHORA DA RAPADURA
Nossa Senhora vive em cima do morro da Ilha do Fogo com uma rapadura sobre os pés. Fôra condenada a viver sobre rochas, a fim de proteger as duas cidades, privando-se de banhar-se no rio, temendo que as águas derretessem a rapadura, tornando-se assim, por um curto espaço de tempo toda a água adocicada.
A MÃE D’ÁGUA
Uma moça esbelta de longa e farta cabeleira, sendo da cintura para baixo um peixe. É a protetora das moças que lhe trazem presentes e orações para obter formosuras e amores felizes.
Os lugares onde dizem que mora alguma, são frequentados constantemente pelas moças indígenas até que consigam casar, as quais lhe levam à noite seus presentes.
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