Padastro e mãe de menino encontrado morto dentro de freezer |
A polícia de São Paulo divulgou imagens da mãe e do padrasto do menino Ezra, encontrado morto dentro de um freezer na residência onde vivia a família de origem sul-africana, na Rua Santo Amaro, na região central de São Paulo.
A gravação de câmeras de segurança do aeroporto de Guarulhos mostra Lee Ann Finck e Mzee Shabani passando pelo saguão com as duas filhas no dia 3 de setembro, pouco antes de embarcar em um voo para a África. O corpo do menino, de aparentemente 5 anos, foi encontrado um dia depois.
As informações foram passadas ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pela Polícia Federal, que encontrou os registros da saída de Lee, Mzee e das duas meninas. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não especificou, no entanto, para qual país africano eles viajaram.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o casal não foi indiciado pelo crime e por isso não é considerado foragido. O DHPP aguarda o laudo necroscópico para saber a causa e a data da morte do menino.
Freezer
Imagens de câmeras de segurança do prédio onde morava a família mostram que, no dia 28 de agosto, o freezer foi carregado da loja de doces de Mzee, no térreo, até o apartamento deles. No local moravam o menino, a mãe dele, o padrasto de 26 anos e duas irmãs, filhas do casal, segundo o boletim de ocorrência.
Seis dias antes, no dia 22, as mesmas câmeras registraram o Ezra entrando no hall do prédio e, em outro momento, cumprimentando um vizinho.
Histórico de problemas
O Conselho Tutelar informou que Ezra foi atendido em junho de 2014 após receber denúncia que a criança apresentava sinais de espancamento. A mãe declarou, segundo o conselho, que batia "no intuito de educar, e não machucar".
No mesmo ano foi concedida uma liminar de acolhimento, suspendendo o convívio familiar de Ezra com o padrasto e a mãe. Em 15 de janeiro deste ano, o juiz Rodrigo Vieira Murat permitiu o retorno do menino ao convívio com o casal e determinou que o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) acompanhasse a família por seis meses.
O desembargador do Tribunal de Justiça Antônio Carlos Malheiros disse que o menino foi acompanhado durante seis meses e depois devolvido à família após pedido da própria criança.
Sepultamento
Como nenhum familiar procurou o IML (Instituto Médico Legal) para liberar o corpo da criança, o delegado que investiga o caso prorrogou o prazo de três dias para reconhecimento para que o menino não seja enterrado como indigente.
A polícia informou que entrou em contato com o consulado da África do Sul para tratar de liberação do corpo de Ezra.
Depois da descoberta do corpo do menino, a loja de doces da família foi arrombada e saqueada, segundo os vizinhos.
A Polícia Civil disse que a investigação está em andamento, com coleta de imagens, depoimentos, levantamento de informações com a Polícia Federal e com a Delegacia do Aeroporto, bem como de ligações telefônicas recentes.
Caso
A família tinha loja de doces no térreo do edifício e morava no primeiro andar. Por volta das 18h40 de sexta (4), vizinhos ligaram para a polícia para verificar se havia algo estranho no apartamento.
O primo do padrasto do menino contou à polícia ter estranhado o fato de o vendedor de 26 anos ter deixado a loja fechada naquele dia. Ele foi até o apartamento e, na porta, sentiu um cheiro muito forte.
O homem chamou o proprietário do imóvel e lá encontraram, no freezer, o corpo do menino enrolado em um lençol e em sacos plásticos, segundo o boletim de ocorrência. O primo disse que Ezra era filho da companheira do vendedor.
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