Representes do Movimento Sem Teto reuniram-se na manhã desta terça-feira (22) em frente ao prédio da Prefeitura de Petrolina, no Sertão pernambucano. Eles fazem parte de uma ocupação no bairro Vila Marcela, na Zona Leste da cidade, e reivindicam contra uma notificação expedida pela Secretaria de Ordem Pública para que as casas de alvenaria construídas pelos moradores sejam demolidas.
A notificação indica que as equipes da Secretaria irão realizar a demolição na próxima segunda-feira (28). Cerca de 20 famílias moram na ocupação. Eles afirmam que moravam em barracos e conseguiram construir as casas, há cerca de oito meses, com tijolos reciclados de uma outra construção demolida. Porém, ainda segundo o documento, o terreno é do Poder Público e a demolição é autorizada por isso e por se tratar de uma “invasão”.
Um dos representes do Movimento Sem Teto, João Batista Rodrigues do Nascimento, afirmou que a ocupação existe há cerca de quatro anos e que as famílias, em sua maior parte, estão cadastradas no programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida, para o sorteio de casas, mas não são contemplados. “Estamos esperando a casa do governo. Fizemos cadastro e renovação de cadastro e nada”, disse o líder do Movimento.
Ele contou ainda que o protesto em frente a sede da prefeitura é para chamar a atenção dos petrolinenses em relação à situação deles e de lá eles devem seguir para a Câmara de Vereadores. “Queremos que eles suspendam esta derrubada. Não temos para onde ir”, enfatizou o morador.
A idosa, Doralice Otila da Silva, de 65 anos, também foi para a frente da prefeitura com o documento de notificação em mãos. Ela disse que teve que pedir empréstimo para poder conseguir construir a casa com os restos de construção que encontrava e agora não sabe o que irá fazer. “Tive que pegar mais de R$ 6 mil de empréstimo para construir a casa. Agora a prefeitura disse que vai derrubar. Disse para mim que era para tirar a madeira se eu não quisesse ter prejuízo. Tirar as telhas e jogar fora, porque quando a máquina viesse ia derrubar os blocos, ia derrubar tudo”, lamentou Doralice.
Em nota, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Petrolina afirmou que "os moradores da invasão da área pública na Vila Marcela foram notificados sobre a demolição, por estarem em uma área que, além de pública, oferece riscos à saúde da população". Segundo a nota, a área é imprópria para moradia, pois está a 100 metros de um sistema de tratamento de esgoto aberto. A prefeitura disse ainda que a demolição não irá mais acontecer na segunda-feira, como previsto, mas que irá ser realizada em nova data a ser definida.
Em relação à remoção dos moradores, a nota esclareceu que o município sstá tomando as providências, mas não informou como iria acontecer ou mesmo para onde estas pessoas irão.
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