terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Delator diz que pagou R$ 12 milhões de propina a ex-diretor da Petrobras

O consultor Julio Camargo afirmou em depoimento prestado nesta segunda-feira (2), em Curitiba, ao juiz federal Sérgio Moro e a procuradores do Ministério Público Federal que atuam na Operação Lava Jato que pagou R$ 12 milhões de propina ao ex-diretor da Petrobras Renato Duque e ao ex-gerente da estatal Pedro Barusco.

Os advogados de Duque e Barusco, mas não tinha conseguido localizá-los até a última atualização desta reportagem.

Segundo Camargo, na ocasião executivo da Toyo Setal, uma das empresas fornecedoras da Petrobras, disse que a propina foi cobrada sobre um contrato de R$ 2,4 bilhões para fornecimento de coque e ácido sulfúrico para a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR).

De acordo com o consultor, somente quem pagava a propina conseguia contratos nas áreas de abastecimento e de engenharia da Petrobras.

"Mas isso aí era muito flexivel e muitas vezes isso era negociado, e no meu caso sempre negociei para menor, nunca para maior", disse. "Eu paguei em torno de R$ 12 milhões", afirmou Camargo, que fez acordo de delação premiada com o MP.

"Havia uma regra do jogo. Se o sr. não pagasse propina nas áreas de engenharia e de abastecimento, o sr. não teria sucesso ou o sr. não obteria seus contratos na Petrobras", afirmou aos investigadores.

Segundo ele, parte do dinheiro da propina era pago no Brasil e outra parte noutros países. "A maioria dos pagamentos, feitos no exterior, em contas indicadas no exterior, e outra parte em reais aqui no Brasil", declarou.



Antes de Camargo, depôs nesta segunda-feira à Justiça Federal o executivo Augusto Mendonça, da Setal Engenharia - os vídeos dos depoimentos, que não estão sob segredo de Justiça, foram adicionados a um dos processos da Operação Lava Jato.


Mendonça afirmou que o ex-diretor da Petrobras Renato Duque recebia propinas de empreiteiras sem a intermediação de um operador. Mendonça, que firmou acordo de delação premiada, disse ainda que Duque ou o ex-gerente da estatal, Pedro Barusco, indicavam as contas em que os pagamentos deveriam ser feitos.

o executivo.O executivo fez a afirmação ao ser questionado  se Duque tinha um operador que mediava os pagamentos no exterior, a exemplo de Alberto Yousseff, doleiro preso na Operação Lava Jato com Duque, Mendonça, e outros empreiteiros e servidores ligados à Petrobras.

Mendonça também explicou que Duque ou Barusco indicavam as contas onde os pagamento deveriam ser feitos.

"Nós pagávamos uma empresa. Na verdade eram talvez cinco ou seis empresas, como tem detalhado na minha declaração, e estas emprsas depositavam na conta indicadas por eles", completou.

O executivo detalhou ainda que, para justificar o dinheiro da propina, essas empresas eram pagas por serviços que não tinham sido prestados.

"Eram prestadores de serviços, que alugavam equipamentos, esse tipo de coisa. Nós assinamos contratos pela obra para eles por uma, vamos dizer, prestação de serviço que não ocorreu, e pagávamos, e eles disponibiliavam o saldo do valor", disse Mendonça.

O executivo acrescentou que era procurado diretamento por Duque e Barusco e que os dois ex-servidores da Petrobras tinham poder de beneficiar ou prejudicar uma empresa.

Quando foi perguntado pelo advogado de Yousseff se Duque e Barusco "tinham poder para tirar alguma empresa, convidar ou não uma empresa para uma licitação", Mendonça afirmou que sim.

Também nesta segunda, Mendonça apresentou à Polícia Federal documentos que comprovariam o pagamento de propina ao ex-diretor Renato Duque.


Entre os documentos, estão notas fiscais, cópias de contratos e comprovantes de transferências bancárias. Ao todo, as notas somam mais de R$ 5 milhões.


O advogado Alexandre Lopes de Oliveira, que representa Duque, disse que os recibos apresentados por Augusto Ribeiro são falsos. Afirmou ainda que as informações prestadas por ele durante a delação premiada não fazem sentido e que cabe ao juiz federal Sérgio Moro selecionar o que é ou não verdade.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Bebê e mais três pessoas morrem em chacina na Zona Leste de SP

SÃO PAULO - Um bebê de nove meses morreu, vítima de bala perdida, durante uma chacina que matou outras três pessoas em uma favela na Vila Jacuí, Zona Leste de São Paulo, na madrugada desta segunda-feira. Manoela Romagnoli estava dentro de casa, um barraco de madeira, quando foi atingida na cabeça.
Segundo testemunhas, homens encapuzados chegaram em um carro e uma moto, atiraram várias vezes contra um grupo de jovens que conversava em uma praça na Rua João Tavares. Os criminosos fugiram. A polícia ainda não tem pistas.
Duas vítimas, Matheus Lemos Cordeiro, 15 anos, e Edivan Lemos Cordeiro, eram irmãos. Edivan, que era do Pará e estava em São Paulo havia sete meses, estava sem documento quando foi baleado. Gabriel Silva Soares, de 14 anos, também não resistiu aos ferimentos. Uma quarta vítima está internada no Hospital do Tatuapé.
Na hora dos disparos, um dos jovens tentou fugir e correu em direção aos barracos. A mãe do bebê, Tatiana Romagnoli, que está grávida, contou à polícia que ao ouvir os tiros pediu para o pai da menina se jogar no chão com Manoela. Mas um dos disparos, atravessou a parede de madeira e atingiu sua filha.
Um morador socorreu os quatro baleados em uma van até o Hospital Ermelino Matarazzo, onde dois morreram. Outros dois foram transferidos para o Hospital Tatuapé. Um deles morreu após a cirurgia. Uma testemunha, que pediu para não ser identificada, contou que sete criminosos participaram da chacina.

FALTA DE ÁGUA AMEAÇA SEGURANÇA ALIMENTAR NO BRASIL, DIZ CHEFE DA FAO.

A crise hídrica que o Brasil atravessa põe em risco não só o abastecimento de suas cidades, mas também a oferta de alimentos nos mercados do país, diz o brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da agência da ONU para agricultura e segurança alimentar (FAO).

"Estamos tendo uma quebra enorme da safra de todos os produtos", diz Graziano. Segundo ele, a estiagem deve resultar em preços mais altos nas prateleiras nos próximos meses.

Em entrevista à BBC Brasil, o chefe da FAO afirma ainda que o Brasil terá de ampliar seus estoques de alimentos e privilegiar culturas mais resistentes a secas, fenômeno que deve se tornar cada vez mais frequente por causa das mudanças climáticas.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista, concedida durante a última cúpula da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac), na Costa Rica, na semana passada.

BBC Brasil - A crise hídrica que o Brasil atravessa pode afetar a segurança alimentar do país?

José Graziano - Sem dúvida. Tenho desde 1987 uma pequena chácara perto de Campinas (SP) e nunca meu poço tinha secado. Cheguei a perder árvores frutíferas.

É um exemplo de como o Brasil, que não faz uso da irrigação em grande escala e se beneficia muito de um sistema de chuvas regulares, tem sua produção afetada por uma seca como essa.

BBC Brasil - A seca é um efeito das mudanças climáticas?

Graziano - Na FAO, a nossa avaliação é que neste ano o impacto do El Niño (superaquecimento das águas do Pacífico que esquenta a atmosfera) foi muito maior que o esperado. Nunca havia chegado ao ponto de ameaçar o abastecimento urbano, como estamos vendo em São Paulo.

Estamos atravessando o período das águas no Brasil e deveria estar chovendo muito mais do que está. Tivemos deficiência hídrica de praticamente um metro d'água na região centro-sul do Brasil.

Espera-se a normalização das chuvas no próximo ano agrícola, que começa em setembro, mas até lá vamos enfrentar resíduos da falta de água e todos os agravantes que isso tem.

Estiagem prolongada prejudica a agricultura e expõe deficiência no planejamento de grandes cidades do Sudeste

BBC Brasil - Quais agravantes?

Graziano -
 Estamos tendo uma quebra enorme da safra de todos os produtos. Até mesmo da cana de açúcar, que é bastante insensível ao regime de chuvas. Isso vai resultar em aumento de preços.

Aliás, estamos vendo muita oscilação de preços resultante do impacto das mudanças climáticas. Há uma irregularidade da produção. Situações de seca, que antes se repetiam a cada cem anos, agora ocorrem a cada 20 anos.

O jeito é ter estoques. O Brasil tem alguns estoques bons, como o de milho, fruto da boa colheita do ano passado, mas não tem em outras áreas. Precisa até importar trigo.

BBC Brasil - Como reduzir os impactos das mudanças climáticas na produção agrícola?

Graziano - Estamos trabalhando muito com a adaptação de culturas à seca. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, estatal ligada ao Ministério da Agricultura) já tomou essa iniciativa e está desenvolvendo variedades até de arroz adaptado à seca.

Também devemos substituir culturas. A quinoa demanda muito menos água que o arroz e tem um valor nutritivo muito maior. Estamos promovendo a substituição do trigo nas regiões tropicais e a recuperação de produtos tradicionais.

A mandioca, por exemplo, que tinha sido abandonada, hoje está em alta no Caribe, onde está sendo adicionada à confecção do pão para reduzir a dependência da importação do trigo. Outra possibilidade é expandir a irrigação para evitar crises de abastecimento.

BBC Brasil - Aumentar a irrigação não é incompatível com o cenário atual, com reservatórios cada vez mais vazios?

Graziano - Temos menos água armazenada em São Paulo, mas na Cantareira. A (represa) Billings está cheia. Precisa haver um sistema de integração dessas bacias, porque a distribuição das chuvas é muito errática. Essa prática é muito usada na Ásia.

E temos de ter a capacidade de absorver a água da chuva. Na minha chácara, por exemplo, comprei cisternas plásticas e hoje tenho capacidade de armazenar pelo menos 20 mil litros de água da chuva.

BBC Brasil - A crise hídrica e a instabilidade na produção de alimentos gerada pelas mudanças climáticas indicam a necessidade de repensar o modelo agrícola do país, hoje muito voltado a commodities para exportação, como a soja?

Graziano - Eu diria que se trata mais de pensar em mudanças tecnológicas. No passado, utilizamos intensivamente a mecanização. Hoje estamos promovendo o cultivo mínimo, que significa não arar o solo e manter a vegetação que o cobre. Isso facilita a absorção da água e preserva a matéria orgânica.

A Argentina tem hoje mais de 90% de suas áreas de soja e milho baseadas em cultivo mínimo e tem aumentado a produtividade mesmo na seca.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

A lenda voltou! Spider joga Nick Diaz para escanteio, vence e cai no choro

A agonia de ficar longe do que mais ama durou 398 dias. Dúvidas e questionamentos não deixaram Anderson Silva em paz desde a fratura na perna esquerda na revanche contra Chris Weidman, em 28 de dezembro de 2013. Mas tudo isso se transformou em energia e força para o esperado retorno ao octógono. Os fãs de MMA aguardaram um bom tempo e agora podem desfrutar: a lenda está de volta. O Spider teve pela frente o americano Nick Diaz na noite deste sábado em Las Vegas (madrugada no Brasil), na luta principal do UFC 183, e cumpriu seu papel com êxito. Precisou de cinco rounds, é verdade, mas saiu com a vitória.
O brasileiro, que costuma tentar desestabilizar os adversários emocionalmente, experimentou o outro lado da moeda com Diaz e jogou as provocações e palhaçadas exageradas do rival para escanteio. Não teve medo de chutar com a recuperada perna esquerda e se sagrou vencedor por decisão unânime dos jurados (49 a 46, 50 a 45 e 50 a 45) após cinco rounds, em sua primeira luta a terminar na buzina final desde que bateu Demian Maia em 10 de abril de 2010. Na comemoração, o alívio, e Anderson caiu no choro, aos prantos. Foi o fim de um capítulo emocionante na história do maior nome das artes marciais mistas na atualidade.
Anderson Silva x Nick Diaz, UFC 183 (Foto: Getty Images)Spider cai no chão e chora após ser anunciado vencedor em sua primeira luta pós-lesão (Foto: Getty Images)


- Eu não sei o que dizer. Obrigado, Deus, por me dar mais uma chance. Obrigado aos meus amigos e à minha família. Esse momento é muito importante para mim, para toda a minha família e para todos os brasileiros. Queria agradecer a todos vocês que estiveram aqui, a todos os brasileiros. Esse momento, para mim, é muito importante por conta de tudo o que sofri neste um ano. Achei que não ia voltar a lutar no começo. Queria agradecer ao Dr. Márcio Tannure, ao médico que me operou aqui, ao Dana White, ao Lorenzo Fertitta e a todo mundo que me apoiou até aqui - disse Anderson, emocionado, ao fim do duelo.


O futuro de Anderson Silva é uma incógnita. Com mais 14 lutas no contrato com o UFC, ele está com 39 anos e vive recebendo pedidos da família para que se aposente. Se depender do público, ele ainda lutará por muitos anos.

- Vou voltar para a minha família agora. Meu filho Kalyl pediu para eu parar de lutar. Então eu vou voltar para a minha casa para ficar com meus filhos e, não sei, talvez eu volte.

Anderson Silva x Nick Diaz, UFC 183 (Foto: Getty Images)Anderson Silva venceu Nick Diaz por decisão unânime no UFC 183 (Foto: Getty Images)


A LUTA: DOMÍNIO DO SPIDER
O frio na barriga na hora da entrada de Anderson foi geral na MGM Grand Garden Arena, mesmo palco de quando ele quebrou a perna, 13 meses atrás. O suspense até que as luzes fossem ligadas, após a escuridão momentânea, contribuiu para o cenário. E ele caminhou aparentando a maior tranquilidade do mundo. Cantou sua clássica música "Ain't no sunshine" e cumprimentou todos da sua equipe. Subiu no octógono. Era chegado o momento, era para valer. Antes de começar, pediu proteção a Deus, apontando para o céu.
Bem ao seu estilo, Nick Diaz começou a falar e a fazer provocações a Anderson logo de cara. O americano tentou entrar na mente do Spider e até se jogou no chão. Foi para a grade e chamou o brasileiro, que ficou parado. Foi apenas uma prévia do que faria no decorrer da luta.
Anderson Silva x Nick Diaz, UFC 183 (Foto: Getty Images)Nick Diaz deita e provoca Anderson Silva (Foto: Getty Images)

O ex-campeão soltou bons cruzados e acertou Diaz, que não esboçou reação. Nick jogou bons golpes. Anderson respondeu com chute baixo com a perna esquerda, aquela fraturada. E a torcida inteira passou a apoiá-lo. O brasileiro também fez as suas provocações. Ele encurralou Diaz e conectou bons jabs. Nick tentou um chute alto que pegou de raspão. A essa altura, o campeão dos pesos-meio-pesados, Jon Jones, e o desafiante número 1 dos pesos-penas, Conor McGregor, já estavam de pé na primeira fila. Jones, por sinal, praticamente trabalhou como instrutor de Anderson no combate, gritando dicas para Spider o tempo todo.
As provocações continuaram no segundo round, e a torcida brasileira passou a xingar Diaz com palavrões. Focado, Anderson não deu brecha para o azar. Nick jogou chutes baixos, e Anderson respondeu com um direto e outro chute com a perna esquerda. Diaz jogou boa combinação e por pouco não levou uma cotovelada no contra-ataque. Anderson conectou um chutaço na barriga; na sequência, botou a mão na cabeça do americano e levou três diretos, mas não sentiu.
PROVOCAÇÕES DE DIAZ NÃO SURTEM EFEITO
No terceiro assalto, Anderson deu um pisão no joelho de Nick Diaz e emendou outro chute baixo com a esquerda. Foi para cima e conectou joelhadas, mais golpes de boxe. Nick, com o rosto parcialmente ensanguentado, cuspiu o protetor bucal e sem ele ficou até o fim do round, sem que o árbitro John McCarthy percebesse. Sem ter resultado nas provocações, o americano foi perdendo cada vez mais espaço na luta, enquanto Anderson ia soltando o jogo.
Anderson Silva x Nick Diaz, UFC 183 (Foto: Getty Images)Nick Diaz vira de costas para o brasileiro durante o combate (Foto: Getty Images)

- Eu estava dizendo: "Vamos lá. Me bata, venha apanhar um pouco". Eu vou falar o que falo, fazer o que faço. Esse foi um grande show. Esse é Anderson Silva - explicou Nick Diaz, que foi elogiado por Anderson, apesar das palhaçadas.
- Nick é o melhor. Eu já estou aqui há muito tempo. É a primeira vez na minha vida que eu luto contra um cara mentalmente forte, que tem golpes e chutes potentes. Esse é um grande show para as pessoas. Ele é um bom show, eu também. Ele não é um cara mau. É apenas Nick Diaz.

Os dois se movimentaram muito no começo do quarto round, e Diaz acertou bela combinação de boxe. Com a guarda baixa, Anderson saiu de vários golpes do americano. Nick foi no chute baixo e levou prejuízo no contra-ataque. O chute alto passou raspando o rosto dele. Diaz voltou a provocar e fez polichinelo no octógono. O ritmo do combate diminuiu, e o público ensaiou algumas vaias. 

Diaz deu a cara para Anderson bater no início do quinto assalto, dançou e foi vaiado. Anderson foi para cima no boxe, mas ficou na defesa. O americano deu leve balançada em Anderson com um cruzado de esquerda e levou um chute alto na cabeça como resposta. Nick se animou, mas foi para trás com um jab potente. O Spider jogou joelhada voadora e chute alto rodado, ambos passando perto. Nos momentos finais do duelo, o brasileiro não deu brecha para uma surpresa de Nick e, ao soar do gongo, saiu comemorando. Ele sabia o que estava por vir: a vitória que consagrou seu retorno ao MMA após 13 meses longe de seu habitat natural

Vitória rende a Thales Leites bônus de R$ 270 mil



Mesmo com um dos lados do rosto muito inchado e machucado, se tinha alguém feliz na coletiva de imprensa do UFC 183 era o niteroiense Thales Leites. Não só porque tinha acabado de finalizar e botar para dormir Tim Boetsch, mas também por estar voltando para o Brasil com o bolso recheado.
Ele recebeu dois bônus por sua finalização, um de performance da noite e outro de luta da noite (junto com seu rival). Ou seja, além de sua bolsa, ganhará mais US$ 100 mil (cerca de R$ 270 mil). O outro prêmio de performance foi o brasileiro Thiago Pitbull, que embolsou US$ 50 mil.
Não foi uma luta fácil para Thales. Ele resolveu partir para trocação, mesmo essa sendo a principal arma de seu adversário. Com isso, até sofreu um knockdown. Mas conseguiu se recuperar e usou o bom e velho jiu-jítsu para alcançar a vitória com um katagatame justo no segundo round.
“É muito bom ser lutador do UFC, é muita felicidade estar aqui. E esse era meu plano, mostrar que estou evoluindo na trocação, mostrar que estava bem em pé. 

Luta de Diego Brandão é retirada do UFC 183, após adversário passar mal

O brasileiro Diego Brandão não vai mais lutar no UFC 183 neste sábado (31): sua luta foi cancelada após seu adversário, Jimy Hettes, ter um problema de saúde. O combate, que ocorreria no peso pena, estava no card preliminar e seria o terceiro da noite.
Hettes já estava no ginásio onde o UFC 183 será realizado quando passou mal. O lutador estava no vestiário, enfaixando as mãos, quando simplesmente desmaiou. Hettes até chegou a acordar, mas os médicos da Comissão Atlética de Nevada não o liberaram para fazer a luta.
Com o cancelamento do combate, Diego Brandão vai receber a bolsa da luta. Esta é a segunda vez que o brasileiro tem uma luta cancelada horas antes do evento. Em 2014, Brandão iria enfrentar Will Chope no UFC Natal, mas  o adversário foi demitido após o UFC descobrir que ele havia sido exonerado da Força Aérea dos Estados Unidos por agredir a esposa.

Pitbull nocauteia americano com chutaço; Thales apaga rival no UFC 183

Thiago Pitbull até começou levando uma atraso na luta de abertura do card principal do UFC 183. Mas com um chute devastador na linha de cintura do norte-americano Jordan Mein, o brasileiro conseguiu o nocaute no início do segundo round e garantiu sua segunda vitória consecutiva no Ultimate.
"Divisão dos meio médios! Adivinhe quem voltou!", anunciou o brasileiro ainda no octógono. "Foi um caminho longo e difícil, eu cometi erros ao longo do caminho, aprendi como todos, aprendi trabalhando duro, hoje é resultado do meu trabalho duro."
Mein iniciou o combate muito melhor, principalmente se aproveitando de sua maior envergadura. Mantendo o brasileiro à distância, Jordan encaixava boas sequência com golpes longos. Thiago conseguiu absorver bem os ataques, principalmente as duras cotoveladas, mas apanhou muito no primeiro round.
Com o gás em dia, Pitbull voltou para o período seguinte para definir rápido. Ele conseguiu encurtar a distância com uma sequência e, quando o norte-americano tentava sair do raio de ataque, foi atingido por um chutaço na linha de cintura. 
Até demorou um segundo para que ele acusasse golpe, mas em seguida envergou com a mão no local e caiu no chão. Era o chamado para Thiago encerrar o combate com uma chuva de socos, que o árbitro Herb Dean até teve dificuldade de parar, com apenas 39s do segundo round.
"Eu comecei um pouco mal, ele é muito duro, mas eu vi a explosão nas costelas e fui pra cima. Ele é duro, mas me preparei com meu time. Eu tinha que usar socos e chutes para diminuir a distância. Foi resultado de muito trabalho e determinação", explicou Pitbull.
Thales Leites apaga Tim Boetsch
Em uma das lutas mais emocionantes da noite, Thales Leites até estava levando bem o combate na trocação, mas na especialidade da casa, no jiu-jitsu, o brasileiro pegou um belo katagatame no segundo round e colocou o norte-americano Tim Boetsch para dormir.
Com esse resultado, Thales conseguiu a impressionante marca de cinco vitórias consecutivas desde que voltou ao UFC. Mais que isso, continua mostrando uma evolução difícil de se ver em um lutador já formado como ele.
"Era o plano, sim [começar trocando e levar para o chão]. Era meu plano sempre, trocar socos, lutar em pé por um bom tempo. Eu agradeço aos meus treinadores e aquele cara, meu treinador mental, Gustavo Dantas, ele fez muita diferença na minha carreira."
Leites até começou a luta apostando na trocação, onde mais vem crescendo. Ele balançou Boetsch algumas vezes, mas acabava sempre sendo pego nos contra-ataque e até chegou a sofrer um knockdown no final do primeiro round.
O periodo seguinte se desenrolava da mesma maneira, até que o brasileiro conseguiu derrubar o norte-americano com um double-leg. No chão, trabalhou o que tem de melhor em seu jogo, o jiu-jítsu. Tentou um primeiro katagatame, que Tim conseguiu escapar. Mas o segundo foi tão justo que ele nem conseguiu bater. Acabou apagado no chão do octógono.
Card principal
Anderson Silva venceu Nick Diaz por pontos, em decisão unânime dos juízes
T. Woodley venceu Kelvin Gastelum por pontos, em decisão dividida dos juízes
Al Iaquinta nocauteou Joe Lauzon a 3min34 do 2º round
Thales Leites finalizou Tim Boetsch (katagatame) a 3min45 do 2º round
Thiago Alves nocauteou Jordan Mein a 39s do 2º round


Card preliminar


Miesha Tate venceu Sara McMann por pontos, em decisão majoritária dos juízes
Derek Brunson nocauteou Ed Herman a 36s do 1º round
John Lineker venceu Ian McCall por pontos, em decisão unânime dos juízes
Rafael Sapo venceu Tom Watson por pontos, em decisão unânime dos juízes
Ildemar Marajó venceu Rick Monstro por pontos, em decisão dividida dos juízes
Thiago Marreta nocauteou Andy Enz a 1min56 do 1º round