quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Sem chuva, início do Programa Terra Pronta é adiado no Sertão de PE


Armazém de milho (Foto: Reprodução/TVCA)Milho é um dos tipos de grãos que serão
distribuídos (Foto: Reprodução/TVCA)
Os agricultores do Sertão pernambucano que serão beneficiados pelo Programa Terra Pronta ainda devem aguardar por mais algum tempo. O volume de chuva na região, segundo o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), não é suficiente para iniciar a distribuição de sementes e as atividades de aragem. A expectativa é de que cerca de 15 mil trabalhadores rurais sejam contemplados nas cidades de Afrânio, Dormentes, Lagoa Grande, Orocó, Petrolina e Santa Maria da Boa Vista.
Segundo o supervisor regional do IPA, Marcos Henrique Gerônimo, o Instituto aguarda a liberação da Secretaria de Agricultura de Pernambuco. “Toda a documentação está ‘ok’, as sementes estão estocadas e as máquinas também estão preparadas. Falta mesmo só a chuva e a autorização da Secretaria”, afirmou.
Cada inscrito no Terra Nova terá um hectare arado pelo programa, além de receber sementes de milho, feijão e sorgo. O IPA está com um estoque de mais de 300 toneladas de grãos. “Estamos acompanhando as previsões meteorológicas para iniciar as atividades. Seria um desperdício arar os terrenos e depositar as sementes se o volume de chuva não for o ideal”, explicou Marcos.
Ainda de acordo com Gerônimo, a quantidade desejada varia, pois em cada município o volume de chuva é diferente. Segundo dados da Agência Pernambucana de Águas e Clima, em Afrânio, no mês de fevereiro choveu mais de 120 mm, já em Lagoa Grande, por exemplo, foi pouco mais de 20 mm. Não existe uma data para as atividades do Programa começarem

UPE abre seleção para 22 vagas de estágio em Petrolina, PE

Upe Petrolina (Foto: Isabella Ornellas/G1)Upe Petrolina (Foto: Isabella Ornellas/G1)
Estão disponíveis 22 vagas para estágio e formação de cadastro de reserva na Universidade de Pernambuco (UPE), em Petrolina, no Sertão do estado. Podem concorrer estudantes do Ensino Médio e Superior. O período de inscrição é de 19 de fevereiro a 6 de março. O processo seletivo acontecerá, em três etapas, entre os dias 11 e 17 de março.
Das vagas disponíveis, 13 são para o Nível Médio, sendo que uma delas é garantida para a pessoa com necessidades especiais. Já para o Superior, são duas vagas para o curso de Administração, uma para Informática, duas para Secretariado Executivo e quatro para Pedagogia.
As inscrições devem ser feitas presencialmente no Setor de Recursos Humanos da UPE. Os interessados devem apresentar a Ficha de Inscrição, que está disponível no edital do processo seletivo, o Histórico Escolar atualizado, uma declaração da instituição de ensino que está matriculado, comprovante de matrícula e originais e cópias do RG e CPF. Os candidatos com necessidades especiais precisam levar o laudo médico.
Os pré-requisitos para a participação no processo seletivo são cursar entre o 2º e o 6º período, para os alunos do Ensino Superior, ou cursar o 1º ou 2º ano do Ensino Médio, além de possuir conhecimentos básicos de informática e internet.
A carga horária do estágio será de 20 horas semanais, por um período que varia de um semestre a dois anos. A bolsa para o Nível Médio é no valor de R$ 200 e para o nível Superior, R$ 250. As duas modalidades também recebem um auxílio-transporte de R$ 88,65.
As etapas do processo seletivo são a análise do Histórico Escolar, entrevista individual e teste prático de informática. O resultado está previsto para ser divulgado no dia 20 de março. Outras informações pelos telefones (87) 3866-6498 e (87) 3866-6485 ou no site da UPE.
Serviço:
campus Petrolina da UPE fica no km 2 da BR 203, na Vila Eduardo, Zona Leste da cidade
Inscrições: 19 de fevereiro a 6 de março

Treinamento para Olimpíada de Informática é oferecido em Petrolina

Seguem abertas até o dia 26 de fevereiro as inscrições para o treinamento gratuito de Lógica e Programação de Computadores oferecido no Instituto Federal do Sertão Pernambucano em Petrolina, no Sertão. As modalidades oferecidas são de Formação Inicial e Continuada para estudantes que estejam matriculados no Ensino Fundamental e Médio de qualquer instituição. O treinamento é para aqueles que desejam participar da 17ª Olimpíada Brasileira de Informática (OBI).
Estão sendo ofertadas 100 vagas. 20 delas são para Iniciação Nível 1, destinada para alunos do sexto ano do Ensino Fundamental. Já 40 vagas são para Programação Junior, oferecidas para alunos do oitavo ou nono ano do Ensino Fundamental. As outras 40 vagas são para o público do primeiro ou segundo ano do Ensino Médio na modalidade Programação Nível 1. O treinamento será oferecido nos turnos manhã e tarde.
Para participar o candidato deve se inscrever na recepção do Instituto no campus Petrolina, das 08h às 20h e preencher a ficha de inscrição, além de entregar um comprovante de matrícula. O processo seletivo será por ordem de inscrição que também contará com uma lista de espera, se caso houver desistência.
O resultado da seleção está previsto para o dia 27 de fevereiro e o início das aulas a partir de 4 de março. Para os aprovados, a matrícula será realizada na Secretaria de Controle Acadêmico do Campus Petrolina, nos dias 02 e 03 de março das 14h às 20h. A documentação exigida é uma cópia original do CPF, comprovante de residência e duas fotos 3x4 iguais e recentes.
As inscrições para o 17ª Olimpíada Brasileira de Informática já estão abertas e podem ser realizadas no site do evento.

LOCAL DAS AULASTURNOMODALIDADEDIAS LETIVOS
Campus PetrolinaManhãIniciação
(6º e 7º ano)
1 dia por semana
(Sábado)
Campus PetrolinaManhãProgramação Junior
(8º e 9º ano)
2 dias por semana
Campus PetrolinaTardeProgramação Junior
(8º e 9º ano)
2 dias por semana
Campus PetrolinaManhãProgramação Nível 1
(1º e 2º ano médio)
2 dias por semana
Campus PetrolinaTardeProgramação Nível 1
(1º e 2º ano médio)
2 dias por semana
Serviço:
IF SERTÃO-PE, Campus Petrolina: BR 407, Km 08, s/n, Jardim São Paulo.
Telefone: (87) 2101-2350

MEC admite atraso no Pronatec e libera R$ 119 mil para quitar dívida

O Ministério da Educação divulgou nota oficial nesta quinta-feira (19) na qual admitiu atrasos nos repasses da União para o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e informou a liberação de R$ 119 milhões para regularizar o pagamento de professores que lecionam no por meio de escolas particulares. O valor corresponde aos pagamentos de outubro, novembro e dezembro do ano passado.
"O MEC informa que foram liberados R$ 119 milhões para regularizar o fluxo de pagamento referente às mensalidades de 2014 para instituições privadas. A liberação dos repasses este ano está dentro do previsto, lembrando que o pagamento de cada parcela pode ser feito em até 45 dias após o vencimento do mês de referência", afirmou o ministério no comunicado.
A assessoria do MEC ressaltou que o pagamento dos professores é feito por meio de repasse da União para o Fundo Nacional de Educação (FNDE). Posteriormente, os recursos são liberados para as instituições de ensino de acordo com o número de alunos matriculados. Cada escola fica responsável por fazer o pagamento aos professores que atuam na iniciativa federal. O ministério destacou que o pagamento de cada parcela pode ser feito em até 45 dias após o vencimento do mês de referência.
Criado em 2011, o programa já alcançou 8 milhões de matrículas. No ano passado, com a meta de alcançar mais 12 milhões de matrículas.
“Em 2014, foram repassados cerca de R$ 640 milhões a instituições privadas [por meio do Pronatec]. Atualmente, não há previsão de alteração na forma de repasse, considerando que a introdução da confirmação de frequência pelo estudante foi uma inovação que tornou o processo mais transparente e seguro”, informou o Ministério da Educação.Na nota divulgada nesta quinta, o ministério destacou que as instituições privadas representam cerca de 7% das matrículas totais do programa. Segundo a pasta, em 2014, foram feitas cerca de 440 mil matrículas em escolas particulares, além das 150 mil iniciadas em 2013.
Leia a íntegra da nota divulgada pelo Ministério da Educação:
O MEC informa que foram liberados R$ 119 milhões para regularizar o fluxo de pagamento referente às mensalidades de 2014 para instituições privadas. A liberação dos repasses este ano está dentro do previsto, lembrando que o pagamento de cada parcela pode ser feito em até 45 dias após o vencimento do mês de referência.
As instituições privadas participam da iniciativa Bolsa-Formação do Pronatec, na oferta de cursos técnicos subsequentes por meio do Sisutec – Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica. O MEC esclarece que as instituições privadas representam cerca de 7% das matrículas totais do Pronatec. Por meio dessa ação, foram realizadas cerca de 440 mil matrículas em 2014, além das cerca de 150 mil iniciadas em 2013.
O pagamento dos valores é realizado em parcelas, a partir do registro de frequência do beneficiário no SISTEC pela instituição, bem como da confirmação pelo próprio aluno, com senha pessoal e intransferível. Em 2014, foram repassados cerca de R$ 640 milhões a instituições privadas. Atualmente, não há previsão de alteração na forma de repasse, considerando que a introdução da confirmação de freq

Avião se choca com carro em pista de aeroporto na Arábia Saud

Carro de serviço colidiu com o avião (Foto: Reprodução/Twitter/aleqtisadiah)Carro de serviço colidiu com o avião (Foto: Reprodução/Twitter/aleqtisadiah)







O site do jornal saudita "Al Eqtisadiah" noticia que um Airbus A-320 da companhia Saudi Arabian Airlines se chocou com um veículo de serviço na pista do Aeroporto Internacional  Rei Abdulaziz em Jeddah, no litoral do Mar Vermelho na madrugada desta quinta-feira (19).
O avião estava sem passageiros e se deslocava para um hangar de manutenção. A turbina direita foi danificada. O carro foi praticamente destruído, mas o jornal diz que o motorista teve ferimentos leves e foi transferido para uma clínica para receber atendimento médico. As causas do acidente serão  investigadas.
Avião teve a turbina danificada e carro ficou praticamente destruído, mas o motorista teve apenas ferimentos leves (Foto: Reprodução/Twitter/aleqtisadiah)
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Beija-Flor festeja: 'A campeã voltou'






Neguinho da Beija-Flor e Raíssa posam para foto com o troféu do carnaval 2015; Enzo Celulari,
 filho de Edson e Claudia Raia, aparece ao fundo, à direita

Aos gritos de “A campeã voltou”, os torcedores da Beija-Flor festejaram o 13º título da escola de Nilópolis pouco despois das 18h desta quarta-feira (18), antes mesmo de a vitória ser declarada oficialmente. Mas, pela contagem dos pontos, a azul-e-branca da baixada Fluminense não tinha mais chance de perder.

Por volta das 20h, quando chegaram à quadra Neguinho da Beija-Flor, que cantou o samba no desfile vitorioso, e o presidente de honra da escola Aniz Abraão David, o Anísio, a quadra já estava lotada.
Esse título é uma redenção do ano passado. O sétimo lugar a Beija nunca mereceu. Esse título é resultado da abnegação do ano passado e da garra da Beija-Flor”, disse o presidente Farid Abraão David.

O sétimo lugar de 2014 ficou entalado na garganta de Neguinho: "O sentimento é de dever cumprido porque ficou engasgado. Ganhou a escola que errou menos”.

O mau resultado de 2014 também abalou Selminha Sorriso: ”A gente trabalhou muito para pagar o ano passado, quando a Beija-Flor ficou fora do Desfile das Campeãs. Sem raiva e sem rancor. Só trabalho. Tenho oito títulos, mas a emoção é sempre a mesma”, disse a porta-bandeira da Beija-Flor, que já desfilou 20 carnavais pela escola.

Raíssa de Oliveira, a rainha de bateria, considerou o desfile da Beija-Flor muito bom. "Eu estava confiante porque fizemos um ótimo desfile”, disse.


Boni criticou o Sambódromo 


Enzo Celulari, filho de Claudia Raia, comemora a vitória

Enzo Celulari, filho da musa da escola, a atriz Claudia Raia, com Edson Celulari, era só elogios: "Foi um desfile sensacional. A Beija-Flor tem um dos melhores sambas-enredo. Uma escola que acompanho desde pequenininho", comemorou.

Para o carnavalesco Fran-Sérgio, colecionando seu oitavo título pela escola de Nilópolis, o desfile foi impecável. "Eu achava que o Salgueiro também tinha feito um desfile impecável, mas tivemos algo a mais. A briga acirrada foi justa. A Guiné Equatorial é um enredo maravilhoso", disse.

Com o título de 2015, a Beija-Flor, com 13 campeonatos, se aproxima da Mangueira, que já venceu 17 vezes e é a segunda maior campeã do Grupo Especial, desde 1932. A Portela lidera com 21 títulos.Para Laíla, diretor da Comissão de Carnaval, a vitória veio acompanhada de desabafo: “A gente está sempre buscando fazer o melhor para a escola de samba. Eu amo a minha escola, mas o enredo foi tão questionado, até mesmo dentro da escola. Me questionaram muito”, disse, aos prantos.
O título da escola de Nilópolis não era conquistado desde 2011. Os outros campeonatos vencidos foram em 1763 ,1977, 1978, 1980, 1983, 1998, 2003, 2004 , 2005, 2007 e 2008.


Quadra da Beija-Flor fica lotada para a comemoração

No sábado (21), seis escolas voltam à Sapucaí a partir das 21h30 para o Desfile das Campeãs. A ordem é inversa à da colocação. A sexta colocada, Imperatriz, abre a festa, seguida de Portela, Unidos da Tijuca, Grande Rio e Salgueiro, fechando com a campeã Beija-Flor.

Na quadra da Beija-Flor, às 21h já não cabia mais ninguém e o calor era forte. A festa se trasnformou em baile de carnaval, com os músicos tocando marchinhas e sambas. Os torcedores vestiam em sua maiora roupas com as cores da escola: azul e branco. E diziam que a festa não tinha hora para acabar.


Diretor da comissão de carnaval da Beija-Flor, Laíla comemora resultado

A escola mostrou o enredo: "Um Griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade". A exaltação da cultura e da alma africana já havia dado à escola azul e branca da Baixada Fluminense vários campeonatos, que no total faturou 12 títulos no carnaval carioca. 


Quadra da Beija-Flor fica lotada após a vitória da escola 

Em 2015, a Beija-Flor voltou a abusar do  luxo e da tradição. Foram poucas as inovações ou os recursos tecnológicos. A aposta maior foi na perfeição técnica e na empolgação dos integrantes, que na avenida esqueceram o sétimo lugar de 2014 para voltar a sonhar com um posto mais alto.

A voz única e marcante de Neguinho da Beija-Flor, que completa 40 anos de escola, fez do samba-enredo o ponto alto e manteve a empolgação dos 3.700 componentes, distribuídos em 42 alas, sete carros e um tripé.

Homenagem polêmica

A Beija-Flor recebeu patrocínio da Guiné Equatorial, o país africano homenageado no enredo, que é uma ditadura comandada há 35 anos por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo e tem como base da economia a exploração do petróleo. O patrocínio gerou muita polêmica.

O presidente da Beija-Flor, Farid Abraão, negou que o governo da Guiné Equatorial tivesse investido R$ 10 milhões no carnaval da escola, mas admitiu ter recebido contribuição, sem, no entanto, informar o valor.

"A gente pegou um enredo para falar de um país africano, um país que até então muita gente não conhecia. Nossa questão aqui é carnaval. O regime não nos compete. Cuba era odiado pelo mundo democrático e hoje está sendo abraçado", disse Farid. 

HISTÓRIA DO CARNAVAL NO BRASIL

O carnaval no Brasil tem suas raízes históricas no período colonial, tornando-se uma lucrativa atividade comercial no século XX.


Desenho de Jean Baptiste-Debret (1768-1848) mostrando a brincadeira do entrudo entre os escravos 
Desenho de Jean Baptiste-Debret (1768-1848) mostrando a brincadeira do entrudo entre os escravos

A história do carnaval no Brasil iniciou-se no período colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que, na colônia, era praticada pelos escravos. Estes saíam pelas ruas com seus rostos pintados, jogando farinha e bolinhas de água de cheiro nas pessoas. Tais bolinhas nem sempre eram cheirosas. O entrudo era considerado ainda uma prática violenta e ofensiva, em razão dos ataques às pessoas com os materiais, mas era bastante popular.

Isso pode explicar o fato de as famílias mais abastadas não comemorarem junto aos escravos, ficando em suas casas. Porém, nesse espaço havia brincadeiras, e as jovens moças das famílias de reputação ficavam nas janelas jogando águas nos transeuntes.

Por volta de meados do século XIX, no Rio de Janeiro, a prática do entrudo passou a ser criminalizada, principalmente após uma campanha contra a manifestação popular veiculada pela imprensa. Enquanto o entrudo era reprimido nas ruas, a elite do Império criava os bailes de carnaval em clubes e teatros. No entrudo, não havia músicas, ao contrário dos bailes da capital imperial, onde eram tocadas principalmente as polcas.

A elite do Rio de Janeiro criaria ainda as sociedades, cuja primeira foi o Congresso das Sumidades Carnavalescas, que passou a desfilar nas ruas da cidade. Enquanto o entrudo era reprimido, a alta sociedade imperial tentava tomar as ruas.

Mas as camadas populares não desistiram de suas práticas carnavalescas. No final do século XIX, buscando adaptarem-se às tentativas de disciplinamento policial, foram criados os cordões e ranchos. Os primeiros incluíam a utilização da estética das procissões religiosas com manifestações populares, como a capoeira e os zé-pereiras, tocadores de grandes bumbos. Os ranchos eram cortejos praticados principalmente pelas pessoas de origem rural.

Desenho de Angelo Agostini (1843-1910) mostrando o carnaval no Rio de Janeiro, publicado na Revista Ilustrada, em 1884.
Desenho de Angelo Agostini (1843-1910) mostrando o carnaval no Rio de Janeiro, publicado na Revista Ilustrada, em 1884.

As marchinhas de carnaval surgiram também no século XIX, cujo nome originário mais conhecido é o de Chiquinha Gonzaga, bem como sua música O Abre-alas. O samba somente surgiria por volta da década de 1910, com a música Pelo Telefone, de Donga e Mauro de Almeida, tornando-se ao longo do tempo o legítimo representante musical do carnaval.

Na Bahia, os primeiros afoxés surgiram na virada do século XIX para o XX, com o objetivo de relembrar as tradições culturais africanas. Os primeiros afoxés foram o Embaixada Africana e os Pândegos da África. Por volta do mesmo período, o frevo passou a ser praticado no Recife, e o maracatu ganhou as ruas de Olinda.

Ao longo do século XX, o carnaval popularizou-se ainda mais no Brasil e conheceu uma diversidade de formas de realização, tanto entre a classe dominante como entre as classes populares. Por volta da década de 1910, os corsos surgiram, com os carros conversíveis da elite carioca desfilando pela avenida Central, atual avenida Rio Branco. Tal prática durou até por volta da década de 1930.

Entre as classes populares, surgiram as escolas de samba na década de 1920. As primeiras escolas teriam sido a Deixa Falar, que daria origem à escola Estácio de Sá, e a Vai como Pode, futura Portela. As escolas de samba eram o desenvolvimento dos cordões e ranchos. A primeira disputa entre as escolas ocorreu em 1929.

As marchinhas conviveram em notoriedade com o samba a partir da década de 1930. Uma das mais famosas marchinhas foi Os cabelos da mulata, de Lamartine Babo e os Irmãos Valença. Essa década seria conhecida como a era das marchinhas. Os desfiles das escolas de samba desenvolveram-se e foram obrigados a se enquadrar nas diretrizes do autoritarismo da Era Vargas. Os alvarás de funcionamento das escolas apareceram nessa década.

Em 1950, na cidade de Salvador, o trio elétrico surgiu após Dodô e Osmar utilizarem um antigo caminhão para colocar em sua caçamba instrumentos musicais por eles tocados e amplificados por alto-falante, desfilando pelas ruas da cidade. Eles fizeram um enorme sucesso. Mas o nome somente seria utilizado um ano depois, quando Temistócles Aragão foi convidado pelos dois. Um novo veículo foi utilizado, com a inscrição “Trio Elétrico” na lateral.

O trio elétrico conheceria transformação em 1979, quando Morais Moreira adicionou o batuque dos afoxés à composição. Novo sucesso foi dado aos trios elétricos, que passaram a ser adotados em várias partes do Brasil.

Cena do carnaval em Olinda, Pernambuco.*
Cena do carnaval em Olinda, Pernambuco.

As escolas de samba e o carnaval carioca passaram a se tornar uma importante atividade comercial a partir da década de 1960. Empresários do jogo do bicho e de outras atividades empresariais legais começaram a investir na tradição cultural. A Prefeitura do Rio de Janeiro passou a colocar arquibancadas na avenida Rio Branco e a cobrar ingresso para ver o desfile. Em São Paulo, também houve o desenvolvimento do desfile de escolas de samba a partir desse período.

Em 1984, foi criada no Rio de Janeiro a Passarela do Samba, ou Sambódromo, sob o mandato do ex-governador Leonel Brizola. Com um desenho arquitetônico realizado por Oscar Niemeyer, a edificação passou a ser um dos principais símbolos do carnaval brasileiro.

O carnaval, além de ser uma tradição cultural brasileira, passou a ser um lucrativo negócio do ramo turístico e do entretenimento. Milhões de turistas dirigem-se ao país na época de realização dessa festa, e bilhões de reais são movimentados na produção e consumo dessa mercadoria cultural.

Cartão Natal