sexta-feira, 18 de setembro de 2015

2 anos de Mais Médicos: ministro diz que Brasil trará estrangeiros até 2026

Gelcilane agradeceu atenção do médico cubano durante o pré-natal da filha Laura Nascimento (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)Gelcilane agradeceu atenção do médico cubano durante o pré-natal da filha Laura Nascimento, no município de Careiro Castanho, no Amazonas (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)
Há dois anos, os primeiros estrangeiros bolsistas do Mais Médicos começaram a chegar aos municípios onde atuariam. O programa federal propunha aumentar o número de médicos atuando na rede de atenção básica do Sistema Único de Súde (SUS) em regiões carentes desses profissionais.
Mais Médicos - Selo 1  (Foto: G1)
Anunciado no dia 8 de julho de 2013, o programa previa inicialmente a criação de 10 mil novos postos de trabalho para médicos. Os primeiros estrangeiros recrutados pelo governo começaram a atender a partir de 23 de setembro e a lei do Mais Médicos foi promulgada em 22 de outubro daquele ano.
Hoje, há 18.240 médicos atuando no programa, sendo 11.429 cubanos contratados via convênio com a Organização Pan-americana da Saúde (Opas), 1.537 formados no exterior e 5.274 brasileiros.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, diz ter a expectativa de que o país deixe de depender de médicos estrangeiros em 2026, quando devem ter concluído a residência as primeiras turmas formadas em cursos já adaptados às mudanças estabelecidas pelo programa, que visam a priorizar a formação generalista para atuação na atenção básica.
 Mais Médicos - Selo3 (Foto: G1)
Dois anos depois do início do programa, há cidades no Brasil que passaram a ter, pela primeira vez, um médico do SUS residindo e atendendo no local. Em outras regiões, a presença dos bolsistas não proporcionou uma melhora perceptível do atendimento, segundo a população. Mesmo em localidades em que os moradores comemoram a chegada dos médicos do programa, a falta de medicamentos e estrutura para exames continua comprometendo a qualidade do atendimento.
G1 revisitou cidades em todas as cinco regiões do Brasil que, em 2013, apresentavam problemas devido à falta de médicos e questionou a população e os profissionais do Mais Médicos sobre como o programa impactou a saúde dos moradores da região.
Programa chegou a 73% dos municípios

No início do programa, 700 municípios brasileiros não tinham nenhum médico na rede pública, segundo estimativa apresentada na época pela ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. O Ministério da Saúde não soube informar se continua havendo municípios sem médicos no país, apenas que os integrantes do programa chegaram a 4.058 municípios, 73% do total de cidades brasileiras. "Não obrigamos ninguém a aderir ao Mais Médicos, foi uma adesão voluntária", disse o ministro.

Mais Médicos - Selo 2 (Foto: G1)
Antes carente de profissionais para a atenção básica, Cachoreiro de Itapemirim, no Espírito Santo, foi uma das cidades beneficiadas pelo programa. Hoje, o pastor Geilson Meireles, que vive no distrito de Pacotuba, não precisa andar grandes distâncias para levar a filha ao médico. "O médico está sempre aqui, em horário integral e isso nos dá um conforto, uma tranquilidade, em saber que a gente pode chegar a qualquer momento e ser atendido. Antes, tínhamos essa dificuldade."
Em Roraima, a comunidade Indígena Malacacheta deixou de depender da capital, Boa Vista, para atendimentos médicos básicos com a vinda do cubano Ricardo Viota. "Ajudou muito. Nossa população vem crescendo e em Boa Vista não é diferente, onde os hospitais estão sempre lotados. Com o médico na comunidade, as doenças mais simples podem ser tratadas por aqui", disse o líder indígena Simeão Mecias.
Equipe médica da comunida indígena da Malacacheta (Foto: Valéria Oliveira/ G1)Equipe médica da comunida indígena da Malacacheta, em Roraima (Foto: Valéria Oliveira/ G1)
Municípios falhavam em fixar médicos

Um dos problemas relatados por municípios do interior dos estados era a falta de interesse dos médicos em viver na cidade e lá atender com exclusividade. "Havia uma desistência dos médicos dos médicos, que ficaram pouco tempo na cidade. A maioria tinha que voltar para a capital ou atender em outros municípios. Com o programa Mais Médicos, os profissionais passaram a residir na cidade", diz o prefeito de Careiro Castanho, no Amazonas, Hamilton Alves Villar.

Se não fosse por isso, teria de ter enfrentado mensalmente mais de 40 km de rios e estradas para comparecer às consultas.
Sobre a dificuldade que os municípios tinham de fixar médicos antes do programa federal, o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro, observa que o médico é um profissional que, como outro qualquer, tem seu interesse regulado pelo mercado. “Nesses locais onde o mercado não permite ao médico ter renda suficiente para sustentar sua família, defendemos que o estado brasileiro, através do governo, faça a mesma coisa que faz para promotores e juízes: uma carreira de estado.”
Osmayki Martin examina gestante em comunidade Olho D’Água em Cocal (Foto: Gilcilene Araújo/G1)Osmayki Martin examina gestante em comunidade Olho D’Água em Cocal, no Piauí (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
Muito crítico ao programa Mais Médicos, o CFM defende que a solução para atrair médicos para as regiões mais distantes do país seria criar um plano de carreira atrativo ao qual os médicos poderiam se candidatar por meio de concurso, em vez de trazer médicos estrangeiros ao país.
Para médicos, estrutura é maior problema

Um dos problemas relatados por médicos do programa federal ouvidos pelo G1 foi a falta de medicamentos e de estrutura para atender os pacientes de forma adequada. O casal de cubanos Osmayki Martin Junco e Arianna Mallea Garcia, que chegou ao Brasil em 2013 para trabalhar em Cocal, no Piauí, conta que até os exames mais simples precisam ser feitos na cidade mais próxima, que fica a 64 km.

Mais Médicos (Foto: G1)
O médico espanhol Rafael de Quinta Frutos, que chegou em 2013 à Baia da Traição, na Paraíba, vive uma situação parecida. Ele descreveu a infraestrutura do local onde atende como precária. "Na Espanha, eu só pegava na caneta para assinar, era tudo no computador. Não era necessário nem imprimir a receita, ela ficava registrada no cartão do ‘SUS’ de lá. Aqui não tem nem computador." Outra queixa foi a falta de remédios.
Segundo o ministro Arthur Chioro, o Mais Médicos também tem a meta de melhorar a infraestrutura da saúde básica. O plano é construir ou reformar 26 mil unidades básicas de saúde, das quais 11 mil já estão concluídas. Ao todo, o país tem 40 mil unidades desse tipo.
Ezequiel e Shiley com a filha Heloísa de 40 dias em um posto de saúde em Suzano (Foto: Douglas Pires / G1)Ezequiel e Shiley com a filha Heloísa de 40 dias em um posto de saúde em Suzano, interior de São Paulo (Foto: Douglas Pires / G1)
A falta de estrutura de saúde no interior do país é um dos principais pontos criticados pelo CFM em relação ao Mais Médicos. "Não adianta querer interiorizar o médico, tem que interiorizar o sistema de saúde do qual o médico é apenas um componente. É preciso ter médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, laboratório básico e uma estrutura mínima de atendimento de forma que possam ter resolutividade", diz Mauro Ribeiro.
População aprova, mas continua esperando por consultas
Nas cidades visitadas pelo G1, os pacientes atendidos pelos profissionais do Mais Médicos contaram estarem satisfeitos com a atenção recebida: eles citam um atendimento mais humanizado e mais cuidadoso do que aquele com que estavam acostumados. Porém, em muitas regiões, grande parte da população nunca teve a experiência de se consultar com um desses médicos e continua esperando muito tempo para conseguir uma consulta.

É a situação observada na periferia de Suzano, no interior de São Paulo, que desde 2013 tinha problemas com a falta de médicos. "Eu não sinto diferença nenhuma nestes últimos dois anos, com a implantação do Mais Médicos. (...) Eles [o posto] abrem a agenda para marcar consultas apenas uma vez por mês, isso quando abrem. Não podemos esperar tanto tempo para receber atendimento assim", diz o aposentado Francisco Lucas.
Ana Silva, 48, diz que precisou percorrer três unidades para tratar dengue, em Goiânia (Foto: Fernanda Borges/G1)Ana Silva, de 48 anos, diz que precisou percorrer três unidades para tratar dengue, em Goiânia (Foto: Fernanda Borges/G1)
Em Goiânia, que enfrentava uma crise no atendimento básico no final de 2012, um clínico geral que não é do Mais Médicos e que atua em uma UBS da cidade disse que a chegada do programa "deu um fôlego" na atenção básica, já que os profissionais do programa ficam mais tempo nos postos. Mas isso não foi suficiente para eliminar as longas esperas dos pacientes.
A pensionista Almezina Santos Cabral, de 70 anos, está entre os pacientes que fazem uma peregrinação para conseguir atendimento. Com sintomas de depressão e precisando de uma cirurgia de hérnia, ela conta que estava há mais de um mês em busca de uma consulta com um clínico geral.
O casal Max Ferreira e Alana de Souza, por exemplo, nem sabia sobre a existência do programa federal. Insatisfeitos com o SUS, resolveram migrar para o atendimento particular recentemente. A aposentada Arlete Viturini conta que continua esperando até 40 dias para conseguir ser atendida por um médico.
Mais Médicos determina mudanças em educação
Apesar de a importação de médicos estrangeiros ter sido o aspecto mais debatido na época do anúncio do programa (as entidades médicas brasileiras contestam o fato de os estrangeiros não terem de revalidar o diploma no país e criticam o regime de trabalho diferenciado dos profissionais cubanos), o Mais Médicos também determinou várias mudanças na educação médica no Brasil.

Médico Aníbal Borin se formou em Cuba e trabalha no bairro Nacional, em Porto Velho, desde o início do programa na capital de RO (Foto: Mary Porfiro/G1)Médico Aníbal Borin se formou em Cuba e trabalha no bairro Nacional, em Porto Velho, desde o início do programa na capital de RO (Foto: Mary Porfiro/G1)
Além de propor o aumento de vagas de graduação em medicina e de residência médica, o programa determina a mudança do perfil dos cursos, que devem passar a priorizar a formação de médicos generalistas, voltados para a atenção básica em saúde, segundo Vinicius Ximenes Muricy da Rocha, médico sanitarista e diretor de Desenvovlimento da Educação em Saúde do Ministério da Educação (MEC). Ele observa que as mudanças têm o objetivo de que "todo médico brasileiro, independentemente de ser um superespecialista, tenha uma forte base de medicina geral".
Mais Médicos - Selo 4 (Foto: G1)
Desde o início do programa, foram criadas 5.306 novas vagas de graduação em medicina, tanto em cursos privados e públicos já existentes quanto em 20 novos cursos em universidades federais que foram autorizados nesse período e já estão em funcionamento. Outros três cursos federais já foram autorizados, mas ainda não iniciaram as aulas.
Além disso, 36 municípios já foram selecionados para receber novos cursos privados de medicina. A previsão é que eles possam abrir vagas já em 2016. Outros 22 municípios pré-selecionados ainda passam por avaliação para verificar se têm estrutura adequada para receber os cursos.
As instituições devem oferecer 10% das vagas para alunos de baixa renda, que terão bolsa integral. Somado a outros programas do governo como o Prouni e o Fies, o benefício deve garantir que uma grande parcela dos estudantes venham de famílias mais pobres, segundo Rocha. Existe uma meta de que, até 2017, o programa tenha criado um total de 11,5 mil vagas de graduação.
Residência em saúde da família gera polêmica
Outra mudança determinada pelo programa foi tornar obrigatória para quase todos os formandos a residência em Medicina Geral de Família e Comunidade, cuja duração pode variar de um a dois anos dependendo da especialidade que será buscada pelo profissional posteriormente. A medida deve ser implementada em 2018, quando o programa espera ter criado 12,4 mil novas vagas de residência no país, e foi recebida com críticas pelo CFM.

Marileidys e Alberto atendem juntos em unidade de saúde de Cachoeiro de Itapemirim (Foto: Viviane Machado/ G1)Marileidys e Alberto atendem juntos em unidade de saúde de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo (Foto: Viviane Machado/ G1)
O conselho avalia, segundo Mauro Ribeiro, que a medida tem o interesse de colocar o médico recém-formado na assistência e não priorizar o processo de ensino de qualidade.
Já o médico Roberto Queiroz Padilha, superintendente de Ensino do Hospital Sírio-Libanês, avalia que a mudança tende a ter resultados positivos. “A mudança de cenário, sair dos muros da escola para trabalhar com a realidade e, a partir dela, construir as competências que o médico deve ter para atender as necessidades da população, é uma mudança fundamental para a formação médica no Brasil.”
Estrangeiros até 2026
Chioro enfatiza que o principal objetivo do programa, a longo prazo, é que o país seja autossuficiente em profissionais com perfil voltado para atendimento em atenção básica. “Como demoram 6 anos para formar e mais 2 anos na residência, não podemos pensar que isso vá ocorrer antes da segunda metade de 2026”, disse o ministro, levando em conta que a obrigatoriedade da residência em Medicina Geral de Família e Comunidade passará a valer a partir de 2018.

Mesmo com o cenário de crise econômica, Chioro afirma que o programa não deve ser afetado. “A presidente diz o tempo inteiro a mim que não mexerá no programa Mais Médicos”, diz o ministro. “O programa mudou a história da atenção básica no Brasil. Pela primeira vez, atenção básica passou a ser ofertada em todo o país.”
Os nossos colaboradores nessa matérias:  Colaboraram: Adneison Severiano (G1 AM), Douglas Pires (G1 Mogi das Cruzes e Suzano), Fernanda Borges (G1 GO), Fernanda Zauli (G1 RN), Gilcilene Araújo (G1 PI), Henrique Mendes (G1 BA), Krystine Carneiro (G1 PB), Mary Porfiro (G1 RO), Valéria Oliveira (G1 RR), Viviane Machado (G1 ES) e G1 RS

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

PRF recupera veículo com motor roubado na BR 408

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Ocupantes do veículo possuíam diversas passagens pela polícia
Uma fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), realizada na madrugada desta quarta-feira(16), resultou na recuperação de um carro com motor roubado, na BR 408, em Guadalajara, no município de Paudalho/PE. Os cinco ocupantes do veículo possuíam passagens pela polícia, principalmente pela prática de roubo, previsto no artigo 157 do Código Penal.
Durante a abordagem, o motorista e os passageiros apresentaram bastante nervosismo, inclusive estancando o veículo algumas vezes. Ao verificar o motor do automóvel, os policiais do Núcleo de Operações Especiais da PRF verificaram que o equipamento pertence a outro carro com registro de roubo/furto.
O grupo foi encaminhado à Central de Flagrantes da Capital. Após consulta aos sistemas, foi constatado que os homens eram egressos do sistema prisional e possuíam diversos antecedentes por outros crimes, como furto, estelionato e formação de quadrilha.
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Audiência pública reúne gestores da Rede Peba em discussão sobre saúde


Audiência pública reúne autoridades  e gestores em Petrolina, PE (Foto: Juliane Peixinho / G1)
Audiência pública reúne autoridades e gestores em Petrolina, PE (Foto: Juliane Peixinho / G1)
Foi realizada na manhã desta quarta-feira (16), na Câmara de Vereadores de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, uma audiência pública. O evento foi promovido pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Pernambuco para expor os problemas e discutir as soluções para a saúde oferecida na ‘Rede Peba’, que abrange 53 municípios dos estados de Pernambuco e Bahia.
Na ocasião estavam presentes a representante do Ministério da Saúde (MS), Neide Glória Garrido, e da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia, Cássio Garcia, o superintendente do Hospital Universitário (HU), Ricardo Pernambuco. Também estavam presentes os secretários municipais de saúde de Petrolina e de Juazeiro-BA, Lúcia Giesta e Dalmir Pedra, respectivamente. Além de autoridades, profissionais de saúde e membros da sociedade civil.
Audiência pública em Petrolina, PE (Foto: Juliane Peixinho / G1)
Audiência pública em Petrolina, PE
(Foto: Juliane Peixinho / G1)
O presidente da Comissão de Saúde da Alepe, o deputado estadual, Odacy Amorim, falou da importância da discussão sobre a saúde e ressaltou que as unidades de Petrolina estão recebendo regularmente os recusos para manter os atendimentos de saúde de qualidade. “O debate está acontecendo para colocar todos os parceiros da Rede Peba informados sobre os montantes e como anda o funcionamento da rede.  Queremos saber se os estados estão cumprindo a sua parte, assim como o Ministério da Saúde. É discussão sucinta para abrir as informações para a sociedade. Queremos saber se os valores que estão sendo liberados estão sendo realmente repassados para as unidades e fazer as devidas cobranças como a questão da maternidade no Dom Malan que já foi liberada e falta apenas o terreno para a construção”, destaca.
De acordo com Odacy, em 2010, o município de Petrolina recebeu R$62 milhões para a saúde. Em 2014, foram R$49 milhões e em 2015, R$35 milhões, até agora. Os repasses estão sendo feitos para a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) que atua no Hospital Universitário e para o Hospital Dom Malan/IMIP.
O superintendente do HU, Ricardo Pernambuco, disse que a unidade tem insumos, mas ainda exite uma carência de profissionais. “Esta é uma ótima oportunidade para esclarecer o que está acontecendo com o HU e junto às autoridades viabilizar auxílio ao hospital para que  juntos possamos mantê-lo funcionando adequadamente. O grande problema do HU hoje é a falta de profissionais médicos, anestesista e ortopedista. Estamos com metade dos ortopedistas que precisamos e 2/3 dos anestesistas que necessitamos. As queixas são decorrentes do material humano, porque os insumos estamos abastecidos e não há necessidade de nada”, ressalta.
A coordenadora geral de contratualização interfederativa do Ministério da Saúde, Neide Glória Garrido, disse que o sistema de saúde é de responsabilidade dos gestores dos estados da Bahia e Pernambuco. “É fundamental o fruto desta audiência como a retomada da discussão da saúde entre os gestores dos estados. A reunião do colegiado da rede interestadual é fundamental para atualizar o conhecimento dos problemas que estão acontecendo e a busca de soluções, e o importante é que ninguém está parado. Estou aqui para estimular a retomada do diálogo, que não seja uma ocorrência e que o mecanismo de discussão regular sejam reativados. Estamos em um período de dificuldades, mas é preciso o melhor que se pode fazer com o recurso disponível”, argumenta

Polícia divulga imagens de padrasto e mãe de menino achado em freezer

Padastro e mãe de menino encontrado morto dentro de freezer
A polícia de São Paulo divulgou imagens da mãe e do padrasto do menino Ezra, encontrado morto dentro de um freezer na residência onde vivia a família de origem sul-africana, na Rua Santo Amaro, na região central de São Paulo.
A gravação de câmeras de segurança do aeroporto de Guarulhos mostra Lee Ann Finck e Mzee Shabani passando pelo saguão com as duas filhas no dia 3 de setembro, pouco antes de embarcar em um voo para a África. O corpo do menino, de aparentemente 5 anos, foi encontrado um dia depois. 
As informações foram passadas ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pela Polícia Federal, que encontrou os registros da saída de Lee, Mzee e das duas meninas. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não especificou, no entanto, para qual país africano eles viajaram.
Freezer é carregado para dentro de apartamento no Centro de SP (Foto: Reprodução/TV Globo)Freezer é carregado para dentro de apartamento no Centro de SP (Foto: Reprodução/TV Globo)
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o casal não foi indiciado pelo crime e por isso não é considerado foragido. O DHPP aguarda o laudo necroscópico para saber a causa e a data da morte do menino.
Freezer
Imagens de câmeras de segurança do prédio onde morava a família mostram que, no dia 28 de agosto, o freezer foi carregado da loja de doces de Mzee, no térreo, até o apartamento deles. No local moravam o menino, a mãe dele, o padrasto de 26 anos e duas irmãs, filhas do casal, segundo o boletim de ocorrência.

Seis dias antes, no dia 22, as mesmas câmeras registraram o Ezra entrando no hall do prédio e, em outro momento, cumprimentando um vizinho.
Histórico de problemas
O Conselho Tutelar informou que Ezra foi atendido em junho de 2014 após receber denúncia que a criança apresentava sinais de espancamento. A mãe declarou, segundo o conselho, que batia "no intuito de educar, e não machucar".

No mesmo ano foi concedida uma liminar de acolhimento, suspendendo o convívio familiar de Ezra com o padrasto e a mãe. Em 15 de janeiro deste ano, o juiz Rodrigo Vieira Murat permitiu o retorno do menino ao convívio com o casal e determinou que o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) acompanhasse a família por seis meses.
Menino entra no prédio onde morava no dia 22 de agosto (Foto: Reprodução/TV Globo)Menino entra no prédio onde morava no dia 22 de agosto (Foto: Reprodução/TV Globo)
O desembargador do Tribunal de Justiça Antônio Carlos Malheiros disse que o menino foi acompanhado durante seis meses e depois devolvido à família após pedido da própria criança.
Sepultamento
Como nenhum familiar procurou o IML (Instituto Médico Legal) para liberar o corpo da criança, o delegado que investiga o caso prorrogou o prazo de três dias para reconhecimento para que o menino não seja enterrado como indigente.

A polícia informou que entrou em contato com o consulado da África do Sul para tratar de liberação do corpo de Ezra.
Depois da descoberta do corpo do menino, a loja de doces da família foi arrombada e saqueada, segundo os vizinhos.
A Polícia Civil disse que a investigação está em andamento, com coleta de imagens, depoimentos, levantamento de informações com a Polícia Federal e com a Delegacia do Aeroporto, bem como de ligações telefônicas recentes.
Caso
A família tinha loja de doces no térreo do edifício e morava no primeiro andar. Por volta das 18h40 de sexta (4), vizinhos ligaram para a polícia para verificar se havia algo estranho no apartamento.

O primo do padrasto do menino contou à polícia ter estranhado o fato de o vendedor de 26 anos ter deixado a loja fechada naquele dia. Ele foi até o apartamento e, na porta, sentiu um cheiro muito forte.
O homem chamou o proprietário do imóvel e lá encontraram, no freezer, o corpo do menino enrolado em um lençol e em sacos plásticos, segundo o boletim de ocorrência. O primo disse que Ezra era filho da companheira do vendedor.
Prédio onde menino foi encontrado morto dentro de uma geladeira, no Centro de São Paulo (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)Prédio onde menino foi encontrado morto dentro de um freezer no Centro de SP (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)

Flamengo e Coritiba já tem 62 mil ingressos vendidos e bate recorde no Brasileirão




O Flamengo quebrou o recorde de torcedores pagantes do Campeonato Brasileiro de 2015 antes mesmo de entrar em campo para a partida contra o Coritiba, quinta-feira, às 21h, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Motivada pelo bom momento do time após seis vitórias consecutivas, a torcida já comprou 62 mil ingressos, e superou o duelo entre São Paulo e Coritiba, que teve pouco mais de 59.612 vendidos, no Morumbi.

A diretoria e os organizadores do jogo conseguiram com a polícia militar aumentar a carga para 67 mil ingressos - capacidade máxima aprovada para o estádio. Com isso, o recorde de público presente, de 66 mil pessoas, será superado também.

Os ingressos para Flamengo e Coritiba continuam à venda em Brasília e pelo site www.meubilhete.com. Os valores inteiros dos bilhetes variam entre R$ 100 e R$ 200. Sócios-torcedores do Flamengo têm 50% de desconto, cumulativo à meia-entrada.

Veja o comunicado do clube:

"Em reunião com a presença de representantes do Flamengo, Roni7 Eventos e do Coronel Paulo Ferreira, da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, decidiu-se aumentar a carga de ingressos para a partida contra o Coritiba para 67.000. Até hoje pela manhã 62.000 foram vendidos. FUNDAMENTAL: Divulguem que os portões do Mané Garrincha abrem às 19h e digam que pedimos para o torcedor chegar cedo. Assim, evitam-se filas e o torcedor poderá aproveitar o jogo com mais conforto".

Governadores pedem ao Congresso CPMF com alíquota de 0,38%

Governadores falam sobre a CPMF após reunião com o presidente da Câmara (PMDB-RJ) (Foto: Marianna Holanda/G1)
Governadores de sete estados e uma vice-governadora fizeram um apelo nesta quarta-feira (16) a deputados e senadores da base aliada para que aprovem a proposta de recriar a CPMF com uma alíquota de 0,38%, maior do que a proposta de 0,2% feita pelo governo federal. Para eles, o imposto deveria ser divido entre União, estados e municípios – 0,2% ficariam com a União e 0,18% para os Executivos locais.
Foram ao Congresso Nacional os governadores Luiz Fernando Pezão (RJ), Rui Costa (BA), Waldez Góes (AP), Camilo Santana (CE), Renan Filho (AL), Belivaldo Chagas (em exercício, SE), Marcelo Miranda (TO), Wellington Dias (PI) e a vice-governadora Nazareth Araújo (AC).
Após conversar com parlamentares e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), argumentou que todos os estados do país vivem uma crise econômica difícil e precisam de mais receita.
"Acho que dificilmente algum governador não precise desses recursos, tanto para a Previdência quanto para a saúde. E os municípios também precisam muito. Temos prefeituras fechadas. A gente quer ter essa chance. A Previdência é um gargalo de todos os governos estaduais", disse.
O encontro com deputados ocorre dois dias depois de reunião dos governadores com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto para discutir as medidas do ajuste fiscal, propostas na última segunda (14). O pacote do Executivo, que já enfrenta resistência do Congresso, propõe a volta da CPMF com uma alíquota de 0,2%.
Os recursos iriam somente para a União e serviriam para suprir gastos com a Previdência Social. O novo imposto precisa ser instituído com a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC, que o Planalto deverá enviar ao Congresso na próxima semana. Na reunião com governadores, a presidente sugeriu que eles procurassem suas bancadas para propor um aumento na alíquota e o compartilhamento dos recursos.
Pezão afirmou que Cunha disse ser contra a proposta de recriar o imposto sobre movimentações financeiras, mas prometeu não "atrapalhar" a tramitação da proposta. "Ele é contra. Colocou isso nitidamente ali, mas disse que não vai atrapalhar o pleito. Todos nós fizemos um apelo a ele para colocar em votação", afirmou Pezão.
Após o encontro, Eduardo Cunha voltou a criticar a cobrança de CPMF, classificando-a de "perniciosa" e acusou o governo de tentar "dividir a derrota" da aprovação dela com os governadores. No entanto, segundo ele, o efeito prático da estratégia do Executivo de pedir a participação dos governadores será nulo.
"O governo está tentando dividir a derrota com os governadores, jogando os governadores aqui para fazer o papel que o governo não consegue fazer porque não tem uma base articulada. [...] O efeito prático é nenhum, porque isso não vai mudar a votação por essa motivação", afirmou.
Cunha repetiu que não cabe ao Congresso resolver o problema do déficit no Orçamento. "Ele pode buscar aqui aumento de arrecadação no Congresso e propor, mas nós não temos a obrigação de resolver o déficit do governo. O governo tem que resolver o seu déficit."
Ele lembrou ainda que a tramitação de uma proposta de emenda à Constituição é lenta no Congresso, porque tem que passar pela Comissão de Constituição e Justiça e depois por uma comissão especial criada especialmente para discuti-la. "Com muito boa vontade, [a CPMF] vai entrar em julho de 2016, se passar", ponderou.
Para tentar aliviar um pouco os caixas estaduais, Cunha propôs aos governadores que todo recurso que vier da repatriação de dinheiro não-declarado no exterior fique com estados e municípios. Um projeto que visa taxar esses recursos foi enviado pelo governo ao Congresso, mas, em princípio, ficaria com a União.
“Eu mesmo propus que todo recurso da repatriação fique com estados e municípios. Pode ser um caminho para ajudá-los em 2016”, disse. Segundo Cunha, os governadores consideraram boa a ideia, mas ponderou que terá impacto apenas um ano, por se tratar de um imposto de regularização.
Senado
Antes de receber os governadores em seu gabinete, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que é importante "recolher pontos de vista", mas disse que não dá para "antecipar passos" da tramitação de medidas como a recriação da CPMF.

"Não é prudente predizer o que vai acontecer com relação à elevação da caga tributária no Senado, porque essas matérias começam a tramitar na Câmara. Não é prudente antecipar passos", afirmou o presidente, ao ser questionado sobre a discussão de criação de uma faixa de isenção na CPMF.
Renan disse, ainda, que é importante recolher pontos de vista dos governadores. "Há preocupação de todos com relação a questão fiscal", afirmou.
Popularidade
Pezão afirmou, após as reuniões, que está preocupado com a governabilidade, e não com a popularidade de seu governo.

"A gente tem que fazer a travessia, mostrar os números. Não estou preocupado com popularidade. Estou preocupado com governabilidade. Era muito fácil gastar o que eu não tenho", disse.
A afirmação foi feita após ele ter sido questionado sobre se os governadores temiam perder popularidade ao se ligarem à proposta de volta da CPMF, defendida pelo governo federal.
Segundo Pezão, 23 governadores apóiam as discussões desta quarta-feira.
Após reunião com o pai, o governador de Alagoas, Renan Filho, avaliou que todos os partidos "são importantes" neste momento e que tem que ocorrer uma avaliação "suprapartidária" da situação.
Renan Filho afirmou, ainda, que os estados não conseguirão chegar ao fim de 2016 com as contas em dias, se for mantido o cenário atual.
"Com o aprofundamento da crise, nenhum estado conseguirá chegar ao fim de 2016 com as contas em dia", afirmou.
Resistência
Apesar do empenho dos governadores, a CPMF deve enfrentar resistência tanto na Câmara quanto no Senado. Deputados da base aliada que se reuniram com Dilma nesta terça (15) disseram à presidente considerar "muito difícil" a aprovação do imposto.

Até mesmo o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou, após reunião com Dilma, que a proposta do governo dificilmente será aprovada pelo Congresso.

Acidente na BR-116 deixa uma idosa morta e quatro feridos em Salgueiro

Um acidente nesta quarta-feira (16) na BR-116 em Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, causou a morte de uma idosa de 64 anos e deixou quatro pessoas feridas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, dois veículos colidiram frontalmente no quilômetro 29. A suspeita é que o acidente foi decorrente de uma ultrapassagem indevida.
Segundo os Bombeiros, com o impacto da batida, a idosa sofreu ferimentos graves e morreu no local, seus dois filhos tiveram apenas escoriações. O motorista do veículo que transportava os três passageiros sofreu fraturas, mas não corre risco de morte.
Já o condutor do outro veiculo, um homem de 58 anos, sofreu fraturas nos braços. Ele foi socorrido e encaminhado para o bloco cirúrgico do Hospital Regional e também não corre risco de morte.