segunda-feira, 4 de maio de 2015

Brasil tem 745,9 mil casos de dengue até 18 de abril, segundo ministério

Agentes da Vigilância Ambiental atuam no combate à dengue no bairro da Vila Mariana, na zona sul de São Paulo (Foto: Alê Frata/ Estadão Conteúdo)

Casos de dengue no Brasil por estado (1/1 a 18/4/15)
RO
2.201
AC
8.413
AM
2.751
RR
510
PA
4.822
AP
1.748
TO
6.585
MA
4.092
PI
2.856
CE
20.913
RN
12.394
PB
5.427
PE
24.340
AL
4.055
SE
2.768
BA
20.746
MG
60.838
ES
4.750
RJ
22.484
SP
401.564
PR
40.203
SC
4.320
RS
1.837
MS
12.125
MT
6.434
GO
63.203
DF
3.578
O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (4) que o país registrou 745,9 mil casos de dengue entre 1º de janeiro e 18 de abril deste ano. O total é 234,2% maior em relação ao mesmo período do ano passado e 48,6% menor em comparação com 2013, quando na mesma época foram notificadas 1,4 milhão de ocorrências da doença.
Em 2015, foram confirmadas 229 mortes causadas pela doença nas 15 primeiras semanas do ano, um aumento de 44,9% em relação ao mesmo período de 2014, quando foram registradas 158. Em relação a 2013, quando houve 379 óbitos, há uma queda de 39,6%.
A incidência de casos no Brasil para cada grupo de 100 mil habitantes é de 367,8, índice que para a Organização Mundial da Saúde (OMS) representa situação de epidemia (a classificação mínima de epidemia é de 300/100 mil habitantes)
Levando-se em conta esta informação, sete estados estão em situação epidêmica: Acre (1064,8/100 mil), Tocantins (439,9/100 mil), Rio Grande do Norte (363,6/100 mil), São Paulo (911,9/100 mil), Paraná (362,8/100 mil), Mato Grosso do Sul (462,8/100 mil) e Goiás (968,9/100 mil).
No balanço anterior ao desta segunda, divulgado em 13 de abril e que referia-se até 28 de março, o país tinha índice de 227,1/100 mil e apenas quatro estados estavam em situação de epidemia.
É comum que o número de casos de dengue oscile ao longo dos anos. Em alguns há um número muito grande de notificações e, em outros, um número menor. Depende muito dos sorotipos que estão circulando, o que varia de região para região.
Óbitos
Das 229 mortes registradas nas 15 primeiras semanas de 2015, 169 foram no estado de São Paulo – é o maior número. Goiás vem em seguida, com 15, além de Paraná e Minas Gerais, com 8 cada.

Até 18 de abril houve 404 casos graves, elevação de 49,6% na comparação com 2014, quando foram registradas 270 notificações do tipo. Segundo o ministério, não é possível comparar ao total de 2013 porque houve mudanças no processo de classificação da dengue.
Reconheça os sintomas
Diagnosticar a dengue com rapidez é uma das chaves para combater a doença com maior eficácia. O primeiro passo para isso é conhecer como a infecção se manifesta.

Se os sintomas forem reconhecidos, é fundamental procurar um médico o mais rápido possível. Em geral, a doença tem evolução rápida.

Por isso, saber antes pode fazer a diferença entre a ocorrência de um mal menor e consequências mais graves, principalmente no caso de crianças.
Existem quatro tipos do vírus da dengue: O DEN-1, o DEN-2, o DEN-3 e o DEN-4. Eles causam os mesmos sintomas. A diferença é que, cada vez que você pega um tipo do vírus, não pode mais ser infectado por ele. Ou seja, na vida, uma pessoa só pode ter dengue quatro vezes.
70% a 90% das pessoas que pegam a dengue pela primeira vez não têm nenhum sintoma. Nos casos mais graves, a doença pode ser hemorrágica ou fulminante, levando à morte.
Os principais "sinais de alerta" da doença são dor intensa na barriga, sinais de desmaio, náusea que impede a pessoa de se hidratar pela boca, falta de ar, tosse seca, fezes pretas e sangramento.
Diagnóstico precoce
É essencial fazer tanto um diagnóstico clínico – que avalia os sintomas – como o exame laboratorial de sorologia, que verifica a contagem de hematócritos e plaquetas no sangue.

A contagem de hematócritos acima do normal e de plaquetas abaixo de 50 mil por milímetro cúbico de sangue pode ser um indício de dengue.

O exame de sangue, por si só, não determina se o paciente está com dengue ou não. É preciso diagnosticar também os sintomas. Esses dois fatores vão determinar as condições do paciente.

O período crítico da doença é quando a febre do paciente diminui. Se a febre passar e o paciente tiver muita dor na barriga, ele está num estado grave mesmo sem sangramento. Esse pode ser um problema no atendimento primário nos hospitais por que geralmente as pessoas com febre são atendidas prioritariamente.

Orações e agradecimentos marcam missa do vaqueiro do Sítio Caiçara

Missa no Sítio Caiçara (Foto: Giuliano Roque/TV Grande Rio)

O vaqueiro é uma das figuras caraterísticas do Nordeste brasileiro e a sua fé, junto com sua vestimenta de couro, é um dos elementos marcantes dessa categoria. Para fazer preces e agradecer as graças alcançadas, vaqueiros e demais fiéis católicos se reuniram no domingo (3), para a tradicional missa do Sítio Caiçara, na Zona Rural de Petrolina, no Sertão de Pernambuco.
Um altar foi improvisado em cima de um caminhão. Durante a cerimônia, pessoas de idades diversas, de crianças a idosos, acompanhavam atentos aos cânticos católicos. Marcaram presença também os tradicionais aboios, canções sobre o trabalho no campo, a fé e o cotidiano do vaqueiro.
Tradição do vaqueiro é transmitida para as próximas gerações (Foto: Giuliano Roque/TV Grande Rio)
Para o vaqueiro Álvaro Guilherme de Oliveira, a missa é uma oportunidade para pedir proteção. “É um momento de fé e de agradecimento a Deus. Além disso, nós pedimos para que Ele abençoe a gente todos os dias. Para que cada vez que partirmos para pegar um boi, Ele proteja a gente e o cavalo”, declarou Oliveira, destacando a relação de cumplicidade entre o homem e o animal durante o trabalho.
O também vaqueiro, João Bosco Santos, sintetiza o cotidiano da classe e a importância da fé para eles. “O vaqueiro tem que ter fé em Deus para vencer todas as batalhas, porque a vida de vaqueiro é muito perigosa. A gente tem que se apegar com Ele e todos os santos”, disse. A celebração no Sítio Caiçara está na sua 14ª edição.

A MULHER E O MERCADO DE TRABALHO

São diversas as desigualdades existentes na sociedade brasileira. Uma das, mas evidentes refere-se às relações de gênero, menos relacionada à questão econômica e mais ao ponto de vista cultural e social, constituindo, a partir daí, as representações sociais sobre a participação da mulher dentro de espaços variados, seja na família, na escola, igreja, nos movimentos sociais, enfim, na vida em sociedade.
Nas últimas décadas do século XX, presenciamos um dos fatos mais marcantes na sociedade brasileira, que foi a inserção, cada vez mais crescente, da mulher no campo do trabalho, fato este explicada pela combinação de fatores econômicos, culturais e sociais.
Em razão do avanço e crescimento da industrialização no Brasil, ocorreram a transformação da estrutura produtiva, o contínuo processo de urbanização e a redução das taxas de fecundidade nas famílias, proporcionando a inclusão das mulheres no mercado de trabalho.
Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) realizada pelo IBGE em 2007, a população brasileira chega a quase 190 milhões de brasileiros, com a estimativa de 51% de mulheres. Segundo dados do IBGE de 2000, a PEA (População Economicamente Ativa) brasileira, em 2001, tinha uma média de escolaridade de 6,1 anos, sendo que a escolaridade média das mulheres era de 7,3 anos e a dos homens de 6,3 anos.
Uma constatação recorrente é a de que, independente do gênero, a pessoa com maior nível de escolaridade tem mais chances e oportunidades de inclusão no mercado de trabalho. Conforme estudos recentes, verifica-se, mesmo que de forma tímida, que a mulher tem tido uma inserção maior no mercado de trabalho. Constata-se, também, uma significativa melhora entre as diferenças salariais quando comparadas ao sexo masculino. Contudo, ainda não foram superadas as recorrentes dificuldades encontradas pelas trabalhadoras no acesso a cargos de chefia e de equiparação salarial com homens que ocupam os mesmos cargos/ocupações.
Ainda nos dias de hoje é recorrente a concentração de ocupações das mulheres no mercado de trabalho, sendo que 80% delas são professoras, cabeleireiras, manicures, funcionárias públicas ou trabalham em serviços de saúde. Mas o contingente das mulheres trabalhadoras mais importantes está concentrado no serviço doméstico remunerado; no geral, são mulheres negras, com baixo nível de escolaridade e com os menores rendimentos na sociedade brasileira.
Segundo o Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, do governo do Estado de São Paulo – quanto ao “comportamento do desemprego feminino na Região Metropolitana de São Paulo, observa-se que, em 1985, essa taxa era de 15,5% para as mulheres e de 10,1% para os homens, aumentando, em 2000, para 20,9% e 15,0%, respectivamente. Isso significa que na RMSP [Região Metropolitana de São Paulo], em 2000, uma em cada cinco mulheres que integravam a População Economicamente Ativa encontravam-se na condição de desempregada.”
O total das mulheres no trabalho precário e informal é de 61%, sendo 13% superior à presença dos homens (54%). A mulher negra tem uma taxa 71% superior à dos homens brancos e 23% delas são empregadas domésticas. Necessariamente, a análise da situação da presença feminina no mundo do trabalho passa por uma revisão das funções sociais da mulher, pela crítica ao entendimento convencional do que seja o trabalho e as formas de mensuração deste, que são efetivado no mercado.

O trabalho não remunerado da mulher, especialmente o realizado no âmbito familiar, não é contabilizado por nosso sistema estatístico e não possui valorização social - nem pelas próprias mulheres - embora contribuam significativamente com a renda familiar e venha crescendo. O que se conclui com os estudos sobre a situação da mulher no mercado de trabalho é que ocorre uma dificuldade em separar a vida familiar da vida laboral ou vida pública da vida privada, mesmo em se tratando da participação no mercado de trabalho, na população economicamente ativa.

Iniciativas que ensinam crianças a empreender proliferam no Brasil

Kylee Majkowski, de 10 anos, participa de painel no Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, em abril (Foto: Fernando Conrado/Divulgação)

Quando Kylee Majkowski tinha 7 anos, descobriu que seu sonho de se tornar uma princesa jamais seria concretizado. Foi também com essa idade que começou a se questionar por que a escola não ensinava empreendedorismo para os alunos, inspirada por uma visita ao escritório de sua mãe, uma empreendedora social.
Desde então, já fundou uma empresa e tem recebido convites internacionais para dar palestras e firmar parcerias. E ela só tem 10 anos. A garota de Washington DC, cofundadora e CEO da empresa Tomorrow’s Lemonade Stand, esteve no Brasil em abril para participar do 28º Fórum da Liberdade, evento organizado pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE), em Porto Alegre, onde falou diante de um auditório lotado de empresários e estudantes.
Tomorrow’s Lemonade Stand (ou Banca de Limonada do Amanhã) oferece um programa que ensina crianças de 7 a 12 anos a se tornarem empreendedoras. Em 4 meses, os participantes aprendem conceitos de empreendedorismo por meio de uma plataforma online e se reúnem em clubes fora do horário da escola. A ideia é que, no módulo final do curso, a criança ponha em prática sua ideia de negócio.
O currículo foi todo pensado por Kylee durante uma viagem de trem de Washington para Nova York, segundo sua mãe, Amanda Antico, que fundou a empresa junto com a filha.
Kylee e sua mãe, Amanda Antico, em evento no Brasil (Foto: Fernando Conrado/Divulgação)
Com mais de 100 crianças formadas pela iniciativa, os negócios desenvolvidos por elas abrangem desde um site que tem a proposta de ensinar sobre tecnologia para avôs e avós, passando por uma produção de cupcakes até a invenção de uma camiseta “anticalor”, que tem um bolso interno no qual se coloca um saco de gelo para refrescar quem a veste.
Ações no Brasil
No Brasil, iniciativas parecidas também começam a surgir. É o caso da Oficina de Negocinhos, criada no Rio de Janeiro em 2013 pela psicóloga Ana Biavatti. O objetivo é estimular a atitude empreendedora de crianças a partir de 6 anos.

A intenção não é que a criança vire uma miniempresária e comece a fazer dinheiro. Mas desenvolver habilidades para que, quando ela chegue na idade de trabalhar, tenha opções além de prestar um concurso ou distribuir currículo"
Ana Biavatti, psicóloga
“A intenção não é que a criança vire uma miniempresária e comece a fazer dinheiro. Mas desenvolver um conjunto de habilidades para que, quando ela chegue na idade de trabalhar, tenha opções além de prestar um concurso ou distribuir currículo. Que ela possa sonhar em criar valor extraordinário para as coisas. O empreendedor tem a habilidade de perceber valor onde os outros não percebem”, diz.
“Imagine uma criança que, desde cedo, olha em volta, entende os problemas e os vê como oportunidade de agir e transformar. Nossa missão é despertar essa habilidade questionadora.”
Como ficam os estudos?
Mas será que o contato tão precoce com o mundo dos negócios não pode desviar a atenção dos estudos? A própria Kylee diz não ser fã da escola. “Quantas crianças vocês conhecem que gostam de ir para a escola? Não gosto de ir para a escola. Fico entediada, ensinam a mesma coisa várias vezes”, disse para um grupo de jornalistas no Brasil.

Pesquisas recentes, porém, sugerem que o ensino de empreendedorismo pode aumentar o interesse por outras disciplinas. Ana Biavatti cita um estudo desenvolvido pela Escola Superior de Educação de Harvard que avaliou um grupo de alunos de quatro escolas de ensino médio da região de Boston. Parte dos estudantes participavam do programa da Fundação Nacional pelo Ensino de Empreendedorismo (NFTE, na sigla em inglês) e a outra parte não.
Os alunos que receberam lições de empreendedorismo tiveram melhora de desempenho em disciplinas como matemática e língua inglesa, em comparação com o outro grupo. O primeiro grupo também passou a demonstrar maior interesse por atividades da comunidade.
Psicóloga Ana Biavatti (primeira à direita) coordena atividade sobre empreendedorismo com crianças da Oficina de Negocinhos (Foto: ACKimages/Divulgação)
“O empreendedorismo dá uma razão para as crianças estudarem. Eles entendem que, para fazer a contabilidade de um negócio, precisam entender melhor a matemática. Para fazer marketing, precisam escrever bem e dominar a língua. Para fazer storytelling, é preciso saber história e geografia, para entender a memória daquela comunidade”, diz Ana.
Empreendedorismo na escola
Esta também é a percepção da educadora Graziely Nunes, diretora do Ensino Fundamental I do Colégio Guilherme Dumont Villares, de São Paulo. Lá, as aulas de empreendedorismo fazem parte da grade curricular de alunos do 1º ao 5º ano. Os que se interessarem podem continuar o curso até o 9º ano, em caráter eletivo. Em cada série, os alunos são engajados em atividades como plantio de ervas medicinais, construção de brinquedos, fabricação de doces, entre outras atividades.

Só em 2014, 26,5 mil alunos brasileiros participaram do programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos, do Sebrae.
“Eles têm que produzir textos, elaborar cartazes, fazer cálculos, dividir tarefas e, com certeza envolvem todas as disciplinas do currículo em prol do empreendedorismo”, diz Graziely.
Para ela, a atitude empreendedora, constantemente desenvolvida no curso, contribui para a melhoria do desempenho escolar de modo geral. “Eles acabam pesquisando mais, desenvolvendo outras habilidades e até estruturando sua organização de estudo de um jeito diferente.”
O colégio adota o conteúdo do programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos, do Sebrae. Segundo Juliana Gazzotti Schneider, gerente da Unidade de Cultura Empreendedora do Sebrae-SP, só no ano passado, 190 escolas, entre públicas e privadas, adotaram o currículo, levando o conteúdo a 26,5 mil alunos.
“O programa desenvolve atributos e habilidades necessárias para gerenciar sua vida pessoal e profissional. O programa ajuda a preparar o aluno para ser protagonista de sua própria vida”, diz Juliana.
A armadilha da competição extrema
Quem tem experiência na área lembra que estimular o empreendedorismo entre os pequenos não significa promover uma competitividade selvagem ou esperar que as crianças ganhem seu primeiro milhão na primeira década de vida.

Amanda Antico conta que muitos pais, ao inscreverem seus filhos na Tomorrow’s Lemonade Stand, buscam apenas uma vantagem competitiva para a criança, o que não é o objetivo principal do projeto. “Os pais precisam estar envolvidos, mas precisam deixar a criança florescer”, diz. “Muitos pais competitivos americanos pensam que isso é uma vantagem para entrar na faculdade ou querem saber se isso vai ajudar os filhos a entrarem no colégio Thomas Jefferson (instituição de prestígio de Washington). Eu respondo que não.”
A família deve encontrar o meio termo e avaliar se essa ocupação da criança está passando dos limites, quanto tempo ela está se dedicando a isso e se a atividade está agregando algum valor."
Graziely Nunes, educadora
Ana Biavatti, da Oficina de Negocinhos, conta que já experimentou situações parecidas. “Os pais me ligam para saber se as atividades deram bom resultado, incitando uma competição extrema. Querem saber como os filhos vão atingir determinada meta. É preciso entender que é um processo de crescimento e desenvolvimento.”
Para Graziely, o papel dos pais deve ser o de garantir o equilíbrio entre os “negócios” e os estudos. Ela própria é mãe de uma miniempreendedora: sua filha Luiza, de 10 anos, produz e vende biscoitos para os vizinhos do condomínio. “A família deve encontrar o meio termo e avaliar se essa ocupação da criança está passando dos limites, quanto tempo ela está se dedicando a isso e se a atividade está agregando algum valor.”

A educadora conta que, hoje, a filha já compra o material para suas receitas com o dinheiro das vendas e deposita o que sobra na poupança. Segundo ela, essa atitude tem colaborado no desenvolvimento da responsabilidade e da organização pessoal da Luiza, que faz a tarefa com alegria. “Toda família incentiva e valoriza, mas o equilíbrio é fundamental”, diz.

Quanto a Kylee, ela já tem uma ideia clara do que quer ser quando crescer. “Quero ser uma daquelas adolescentes milionárias e posso me ver, quando for mais velha, como diretora de uma grande empresa. Antes eu pensava que iria ser uma princesa quando crescesse. Mas caí na real quando tinha 7 anos. Nós vivemos em uma democracia.”

Segurança mata cliente por causa de estacionamento em Embu das Artes

Um rapaz de 19 anos morreu e outros dois jovens ficaram feridos após uma briga com o segurança de uma loja na tarde deste domingo (3), no Centro de Embu das Artes, na Grande São Paulo. O estabelecimento BBB Outlet fica na Avenida Yasbek, 1987.
De acordo com a polícia, o grupo com quatro primos saía do estabelecimento quando foram informados no caixa pela gerente que a bandeira do cartão de crédito usado para pagar as compras não era aceita.
Dois deles ficaram no estacionamento, e outros dois foram sacar dinheiro em um caixa a três quarteirões. Na volta, segundo um dos jovens, o segurança impediu que eles subissem novamente na loja, porque já tinha dado 17h e a loja tinha acabado de fechar.
José Gabriel Sousa Oliveira, de 19 anos, levou quarto tiros e morreu no local. Ele tentava proteger Felipe, de 25 anos. Baleado no peito, no braço e na perna, ele passou por cirurgia e está fora de perigo.

O mais novo, de 15 anos, conseguiu se esconder. “Só espero que essa pessoa seja punida pelo ato que fez e essa loja também, por não saber contratar funcionários”, disse o pai. “Ele foi comprar um presente e aconteceu tudo isso, por causa de R$ 12 de um estacionamento.”

Os proprietários do estabelecimento, a empresa para qual trabalhava o segurança e a empresa responsável pelas câmeras de segurança devem comparecer ao DP Central de Embu das Artes nesta manhã para ajudar a identificar o segurança.

Corpo de ex-nadadora atropelada no Rio será enterrado nesta segunda


O corpo da ex-nadadora medalhista dos Jogos Pan-Americanos será enterrado nesta segunda-feira (4) no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio. Sarah Corrêa, de 22 anos, foi atropelada perto de casa, em Vargem Pequena, na Zona Oeste, na sexta-feira (1º). Paulo Soares, de 58 anos, também foi atropelado e morreu no momento do acidente.
Pai e mãe de Sarah chegam no IML (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Pai e mãe de Sarah chegam no IML
(Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
A mãe da ex-nadadora passou a tarde deste domingo no Instatuto Médico Legal (IML) ao lado do marido e de parentes aguardando a liberação do corpo.
"Uma menina disciplinada, uma menina que tem uma legião de amigos. Nas redes sociais todo mundo está inconformado com a morte dela. Ela tinha planos de voltar a nadar pelo Flamengo ano que vem", contou a mãe Maria de Fátima Gonçalves.
"Tudo que a gente busca não é a reparação, porque isso é uma ilusão, não existe isso, mas é uma possibilidade de justiça, para que uma pessoa madura, adulta não cometa crimes desta forma", falou o primo da vítima Reno Magalhães.
Sarah era atleta de ponta e trouxe a medalha de prata pro Brasil no revezamento 4 X 200 livre, nos jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México. Mas ela parou de treinar em 2014 e atualmente trabalhava como vendedora em uma loja no Leblon. Segundo os parentes, na sexta-feira Sarah estava indo para uma festa encontrar os amigos do trabalho.
O atropelamento foi gravado por uma câmera de segurança instalada em uma das casas na Estrada dos Bandeirantes, na altura de Vargem Pequena. O motorista avança à esquerda em direção ao ponto de ônibus e atropela duas pessoas.
Um senhor que mora em uma casa em frente ao ponto disse que foi um susto quando ouviu o barulho do carro derrubando o muro dele. "Estava na sala, quando escutei o barulho eu vim ver, ai vi só aquela poeira e só depois que a poeira desceu que eu vi que era um carro", contou.
Paulo soares de 58 anos, morreu na hora. Sarah foi levada para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, onde foi diagnosticada com morte cerebral. A jovem morreu no sábado à tarde e a família autorizou a doação dos órgãos.
Mãe de Sarah publicou foto da filha no Facebook desejando que ela 'descanse em paz' (Foto: Reprodução / Facebook)Mãe de Sarah publicou foto da filha no Facebook
desejando que ela 'descanse em paz'
(Foto: Reprodução / Facebook)
Investigação
Um inquérito foi instaurado para apurar as circunstâncias do caso. Em nota a Polícia Civil informou que o motorista, que não teve o nome divulgado, já prestou depoimento na delegacia do Recreio. Ele alegou que depois do acidente foi a um hospital para cuidar dos ferimentos e que por isso não prestou socorro às vítimas.

Ainda esta semana o motorista deve ser ouvido novamente pelos investigadores. Os agentes buscam o histórico desse suposto atendimento médico a que o motorista se referiu.
Um morador que não quis se identificar disse que o homem que provocou o acidente tem costume de andar em alta velocidade e que no dia estava com sinais de embriaguez.

“O motorista estava visivelmente embriagado nós nos preocupamos com ele. Tiramos ele, perguntamos se tinha vítima, ele alegou que não tinha. Nós procuramos por vítimas e não encontramos. Mas ficamos tranquilos, 15 minutos depois da chegada dos bombeiros, que os bombeiros com a experiência deles foram levantar e encontrar as duas pessoas debaixo do carro. Ele costuma correr, dá cavalo de pau. Não é a primeira vez”, contou o motorista.

“Eles avançam o sinal, precisa de quebra-mola”, contou o analista de sistemas, Vicente Ferreira Júnior.No local onde o acidente aconteceu as imprudências dos motoristas são constantes. Em apenas 20 minutos, a equipe do Bom Dia Rio flagrou ônibus furando o sinal, caminhão, van e vários carros de passeio.
Jennifer da Silva presenciou o acidente de Sarah. Mas a cena que não sai da sua cabeça é a da mãe da ex-nadadora deixando a filha no ponto de ônibus.
“Você vê uma menina que cresceu e agora você sabe que a mãe está chorando. É muito triste você vê uma menina que tinha sonhos e ser acabado por um motorista imprudente”, disse Jennifer.
O velório de Sarah está marcado para começar às 8h na capela B do Cemitério do Caju, na Zona Portuária. O enterro está marcado para as 14h.

Gari faz ensaio sensual e cria página na web para tentar fazer faculdade

Ana Paula em frente a praia, em Praia Grande (Foto: Mariane Rossi/G1)

Uma gari que varre as ruas da orla de Praia Grande, no litoral de São Paulo, descobriu, por meio da fotografia, uma forma de realizar o sonho de cursar uma faculdade e mudar de vida. Apelidada de 'Margarida do Asfalto', Ana Paula Cassia, de 36 anos, fez um ensaio sensual com o objetivo de tentar arrecadar fundos para se tornar uma bióloga.
Criada por uma família adotiva em São Paulo, Ana Paula só passou a conviver diariamente com a mãe na adolêscencia. Ela conta que virou gari quando se mudou para o litoral. "Até os sete anos a minha mãe não conseguia cuidar de mim. Apesar disso, ela me visitava. Depois de vencer um câncer e se aposentar, ela resolveu nos levar para Praia Grande", lembra.
Ana trabalha na limpeza da cidade (Foto: Mariane Rossi/G1)
Ana trabalha na limpeza da cidade
Ana Paula começou a trabalhar como gari durante uma temporada de verão, até passar em um concurso público e se tornar gari 'oficial' da orla da cidade. “Foi uma alegria imensa. Passei no concurso em 2013”, relembra. Durante o trabalho, as amigas garis diziam que Ana Paula seria uma boa modelo. Por isso, elas brincavam de tirar fotos durante o serviço. “Fiz amizade com várias mulheres. A gente brincava muito. É muito bom trabalhar e o tempo passa rapidinho. Elas tiravam fotos minhas trabalhando”, explica.
Após algum tempo, ela resolveu seguir o conselho das amigas e a brincadeira virou coisa séria. Ana Paula procurou uma fotógrafa profissional para fazer um book e encontrou Márcia Mendes, de Santos. “Quando eu falei que era gari, ela não acreditou. Marcamos as fotos e foi tudo de bom. A Márcia é especial. Eu cheguei tímida, não entendia nada e minha autoestima estava baixa. Ela me abraçou de uma maneira muito forte. Eu não tinha roupa, sapato, nada. Cheguei lá e ela me deu tudo”, conta.
Ana Paula virou a 'Margarida do Asfalto' faz fotografias profissionais (Foto: Márcia Mendes)
Durante a sessão de fotos, Ana Paula se emocionou ao se ver como modelo. “Chegou uma hora que ela falou para eu colocar a roupa do meu trabalho. Algumaspessoas são preconceituosas. Ela fez eu me sentir gente. Colocou uma sandália no pé, uma coroa na minha cabeça e disse que eu era uma princesa. Comecei a chorar enquanto ela tirava as fotos”, relata. Neste dia, Márcia deu a Ana Paula o apelido de ‘Margarida do Asfalto’.
Ana Paula durante o ensaio fotográfico (Foto: Márcia Mendes)
Impressionada com as fotos e o resultado do trabalho, a fotógrafa criou uma página no Facebook para ajudar Ana Paula. A intenção era não apenas mostrar a transformação da Ana, mas também ajudá-la a encontrar alguém que pudesse realizar o grande sonho dela de fazer uma faculdade de biologia. "Criei o 'Margarida do Asfalto' para ajudá-la. Ela é uma menina muito bonita e pode ter uma vida melhor. A minha ideia é fazer alguém se sensibilizar e conseguir uma bolsa de estudos para ela em um curso de biologia", explica Márcia.
Ana Paula gostaria de fazer faculdade de biologia (Foto: Márcia Mendes)Ana Paula gostaria de fazer faculdade de
biologia (Foto: Márcia Mendes)
Após o sucesso das imagens, Ana Paula continua realizando a limpeza das ruas da orla da praia. O sonho, porém, precisou ser adiado um pouco por causa de uma cirurgia que a mãe da gari enfrentará nos próximos meses para corrigir um problema no quadril. "Gosto muito de animais e sonho fazer o curso de biologia. Sei que vou melhorar de vida. Agora, porém, estou mais preocupada com a minha mãe. Estou tendo que trabalhar por ela e pelo meu filho", afirma.
O sonho de fazer uma faculdade ainda continua vivo na 'Margarida do Asfalto'. “Eu quero trabalhar como bióloga em um zoológico. Outra ideia é tentar investir na carreira de modelo. Minha mãe e o meu filho piram nas fotos. Ela sempre me incentivou apesar de eu ser um pouco tímida. Sempre fui assim. Confesso que gosto de me ver nas fotografias”, afirma.
Enquanto as oportunidades não surgem, ela nem pensa em largar a profissão estável de gari. Ela brinca que quem vê as fotos da ‘Margarida do Asfalto’ nem imagina a história e os sonhos que ela carrega. Márcia conta que, apesar das dificuldades do dia a dia, Ana Paula não perde o sorriso no rosto. “Você vê uma menina tão linda nas fotos e, durante o dia, ela está capinando, catando lixo. Ninguém sabe disso”, finaliza Márcia.
Ana Paula após o serviço de gari, em Praia Grande (Foto: Mariane Rossi/G1)

Mercado aumenta previsão de inflação, baixa de PIB e vê mais juros

As previsões para a economia brasileira voltaram a piorar na semana passada: os economistas do mercado financeiro aumentaram sua estimativa para o comportamento da inflação neste ano, ao mesmo tempo que vêem um "encolhimento" ainda maior da economia brasileira em 2015 e estimaram uma alta maior da taxa básica de juros – fixada pelo Banco Central.
PREVISÕES PARA O IPCA 2015
Em %
7,337,477,777,938,128,138,28,138,238,258,26em %20/227/26/316/320/327/32/410/417/0424/0430/0487,257,57,758,258,5
Fonte: BC
As previsões foram feitas na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (4) pela autoridade monetária, que realizou pesquisa com mais de 100 bancos.
A expectativa dos economistas dos é que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 8,26% neste ano – na semana anterior, a taxa esperada era de 8,25% para 2015. Para 2016, a previsão dos economistas para o IPCA ficou estável em 5,6%.
Se confirmada, a previsão do mercado para a inflação de 2015 (de 8,26%) atingirá o maior patamar desde 2003, quando ficou em 9,3%. A expectativa oficial do governo para a inflação deste ano, divulgada recentemente por meio do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias, está em 8,2%. A equipe econômica informou, na ocasião, que está utilizando as previsões do mercado financeiro em seus documentos.
Segundo economistas, a alta do dólar e dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressiona os preços em 2015. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada.
Produto Interno Bruto
Para o comportamento do PIB neste ano, os economistas do mercado financeiro baixaram sua previsão, na semana passada, para uma retração de 1,18%, contra a estimativa anterior de uma queda de 1,10% em 2015. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. Para 2016, o mercado manteve sua previsão de alta do PIB em 1%.
No fim de março, o IBGE informou que a economia brasileira cresceu 0,1% em 2014. Em valores correntes (em reais), a soma das riquezas produzidas no ano passado chegou a R$ 5,52 trilhões, e o PIB per capita (por pessoa) caiu a R$ 27.229. Esse é o pior resultado desde 2009, ano da crise internacional, quando a economia recuou 0,2%.
PREVISÕES PARA O PIB
Em %
-0,5-0,58-0,66-0,78-0,83-1-1,01-1,01-1,03-1,1-1,18em %20/227/26/313/320/327/32/410/417/0424/0430/04-1,2-1-0,8-0,6-0,4-1,4
Fonte: BC
Taxa de juros
Após o Banco Central ter subido os juros para 13,25% ao ano na semana passada, o maior patamar em seis anos, o mercado passou a prever um aumento maior dos juros em 2015. A expectativa passou a ser de uma taxa de 13,50% ao ano no fim deste ano – o que pressupõe um novo aumento de 0,25 ponto percentual na taxa Selic em 2015.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços.
Câmbio, balança e investimentos
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 permaneceu em R$ 3,20 por dólar. Para o término de 2016, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio ficou estável em R$ 3,30 por dólar.

A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2015 recuou de US$ 4,17 bilhões para US$ 4,02 bilhões de resultado positivo. Para 2016, a previsão de superávit comercial permaneceu em US$ 9,95 bilhões.
Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil subiu de US$ 57 bilhões para US$ 57,5 bilhões. Para 2016, a estimativa dos analistas para o aporte permaneceu estável em US$ 60 bilhões.