O Banco do Brasil anunciou nesta sexta-feira (4)
novos cortes nas taxas de juros para financiamentos à pessoa física, com
destaque para cheque especial e crédito pessoal. A medida já havia sido
antecipada na quarta-feira (2), após o banco divulgar o balanço do 1º
trimestre, no qual teve lucro de R$ 2,502 bilhões (14,7%
menor na comparação com igual período de 2011).
A taxa do cheque especial para clientes que
tenham conta-salário no banco e aderiram ao programa "Bom Pra Todos"
caiu da máxima de 8,31% para a taxa única de 3,94% ao mês. A redução nesse caso
é de 52,6%. Dentro do mesmo programa, a linha de crédito pessoal automática
caiu da máxima de 5,79% para o teto de 3,94% (queda de 31,9%).
Essas novas taxas, segundo a instituição, entram
em vigor no próximo dia 7.
Instituição facilita portabilidade
O banco também anunciou medidas para facilitar a
transferência de financiamentos de veículos contratados em outros bancos, a
chamada portabilidade.
"Percebemos que os outros bancos nos
seguiram depois que cortamos nossas taxas no mês passado, por isso decidimos
avançar um pouco mais", disse a jornalistas o vice-presidente de negócios
de varejo do BB, Alexandre Abreu.
O BB criou ainda uma linha de crédito para não
clientes, mas que estejam dispostos a oferecer um imóvel como garantia. Para
essa linha, o juro será de 1,52% a 1,60% ao mês. A linha vale para quem tem
renda mensal a partir de R$ 6 mil.
Para aqueles que não tenham imóveis ou tenham
renda inferior a esse patamar será possível oferecer um veículo usado como
garantia e financiar o equivalente a até 70% do valor do veículo. O prazo de
financiamento é de até 58 meses.
"Enxergamos oportunidade de trazer clientes
da concorrência", disse Abreu, revelando que o principal objetivo das
medidas anunciadas nesta sexta-feira é tirar clientes de outros bancos, por
meio da transferência de dívidas.
Essas medidas adicionais estarão todas em vigor
até o dia 27 deste mês.
Outros bancos já fizeram cortes
O BB foi o primeiro banco a anunciar queda nas
taxas de juros, em 4 de abril. Após essa medida, vários bancos também cortaram
as taxas, entre eles Caixa, Bradesco, Itaú, Santander, HSBC e Citibank.
Nesta segunda-feira (30), a presidente Dilma
Rousseff elevou o tom na guerra do governo para que bancos
privados reduzam os juros cobrados aos consumidores. Em pronunciamento na TV,
Dilma pressionou as instituições a seguir o movimento de cortes anunciado pelos
concorrentes públicos e disse ser inadmissível que o Brasil continue com uma
das taxas mais altas do mundo.
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