quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Advogados dizem que réus do mensalão ligados a Marcos Valério não tinham poder de decisão


O quarto dia do julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília, foi destinado às defesas de réus que tinham ligações com o publicitário Marcos Valério, que, segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), era o líder do núcleo operacional do suposto esquema.

Foram defendidos os réus Cristiano Paz, Rogério Tolentino, Simone Vasconcelos, Geiza Dias e Kátia Rabello --esta última a única que não trabalhava com Valério. Segundo a PGR, os dois primeiros eram sócios de Valério e tiveram participação ativa no mensalão. A mesma acusação recai para Simone e Geiza, funcionárias da agência SMP&B, de Valério.

Já Kátia era ex-presidente do Banco Rural e é apontada pela Procuradoria como responsável por transferir recursos ilegalmente para as empresas de Valério, que depois abasteceram o chamado mensalão.

Em geral, as defesas insistiram na tese de que os réus que trabalhavam para Valério não tinham poder de decisão, apenas executavam ordens e não sabiam qual era o destino dos saques realizados pelas empresas do publicitário. No caso dos sócios, as defesas ou negaram a sociedade ou alegaram não haver associação com Valério para práticas ilícitas.

O julgamento será retomado amanhã, com a defesa de outros réus. Até agora, dez dos 38 acusados já foram defendidos.

Veja abaixo os principais argumentos apresentados pelos advogados de defesa nesta terça-feira (7).

CRISTIANO PAZ

O advogado Castellar Modesto Guimarães Filho, que defende o publicitário Cristiano Paz, afirmou que seu cliente só atuava na parte de criação nas empresas de publicidade e não se envolvia em questões financeiras e administrativas.

"Sua atividade como homem de criação o impedia de qualquer outra participação na SMP&B. Ele trabalhava na construção de marcas", disse. Para corroborar sua tese, o defensor citou prêmios recebidos pelo seu cliente e um depoimento do também publicitário Duda Mendonça --um dos réus do mensalão--, ratificando o argumento de que quem atua em criação, em geral, não se dedica a outras atividades nas empresas de publicidade.

Paz é acusado de negociar empréstimos e ajudar na distribuição de dinheiro a políticos em troca de contratos de publicidade. Paz também é acusado de ter feito remessa irregular de dinheiro para o exterior, respondendo pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, evasão de divisas e peculato.

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