Após enfrentar problemas familiares, retomar a faculdade e mudar de casa, Adriana Rodrigues, de 34 anos, engordou 40 quilos em cinco anos. Adriana procurou cerca de 20 nutricionistas, fez diversas dietas até que, em 2011, desistiu de tentar emagrecer. “Quando eu engordei os últimos 10 quilos, já tinha desistido mesmo. E foi num período de seis meses”, conta a engenheira de produção, que mora em Resende (RJ).
Apesar de não encontrar roupas para comprar e não se sentir feliz com o corpo, a decisão de emagrecer foi tomada após um desconforto na perna. Ao procurar o médico soube que suas articulações estavam sobrecarregadas em função do seu excesso de peso. “Ele disse eu teria que conviver com essas dores. Eu tinha 30 anos, não podia depender de remédios. Isso me tocou”, ressalta Adriana, que depois de sete meses começou o seu processo de emagrecimento.
A engenheira de produção pediu demissão de seu trabalho, mudou de casa, passou em um concurso público e começou a “cuidar da saúde”. Em agosto de 2012, mudou sua rotina. “A primeira coisa que eu fiz foi estudar os alimentos. Passei a entender o que eles faziam no meu corpo e quais eram as melhores escolhas para eu alcançar meu objetivo.” A meta de eliminar 50 kg foi atingida em 11 meses.
Os lanches, doces, fast food, frituras, refrigerantes e sucos industrializados foram os primeiros itens a serem retirados do seu cardápio. No lugar entraram frutas, verduras e alimentos integrais. “Até hoje eu não gosto de arroz integral, mas eu vi que ele é mais saudável e incorporei na minha vida.”
As dores na perna permaneceram até o terceiro mês. No início, seu marido a acompanhava nas caminhadas diárias. “Ele me apoiou muito, foi fundamental neste processo.”
Nos dois primeiros meses Adriana emagreceu 12 kg e, a partir disso, se matriculou na academia com o objetivo de fortalecer os músculos das pernas e não sentir mais dor. “Eu vi que eu só dependia de mim mesma e o progresso me motivava.”
Quando chegou nos 75 kg, Adriana estava com 34% de gordura corporal. Criou, então, outra meta. Contratou um personal trainer e um nutricionista esportivo e quis reduzir sua gordura corporal. “Eu vi que meu corpo podia mudar e resolvi ir além, me encantei com as competições [de fisiculturismo].” Nesta fase, a engenheira emagreceu mais 10 kg e ficou com menos de 10% de gordura corporal.
Os hábitos alimentares de sua família também mudaram. “Hoje eles não tomam refrigerante e comem verduras. Claro que não têm a mesma alimentação que eu, e eu nem poderia impor isso a eles, mas eles são bem mais saudáveis.”
Embora tenha transformado sua rotina, Adriana sente falta de alguns hábitos do passado. “Ficar sem o pão francês, passar a vontade, é muito difícil no começo, mas você se acostuma.”
Adriana ressalta que é importante ter um dia de refeição livre e que isso pode ajudar no processo de emagrecimento. “A dieta estressa. Você já tem preocupações do dia a dia e não pode mais descontar e se confortar na comida, então você precisa encontrar outras alternativas.”
Quatro anos após mudar completamente sua vida, Adriana destaca o que considera mais importante de todo o processo. “Quando abrimos mão de uma dieta, estamos abrindo mão da gente mesmo. Por mais difícil que pareça ser, temos que mudar. Não tem quem possa fazer isso pela gente. Não estou falando de estética e sim de saúde e sem isso não podemos ficar.”
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