sábado, 9 de maio de 2015

Morte de estudante gera campanha nas redes sociais contra o feminicídio

Ingrid Araújo apoia a campanha contra o feminicídio  (Foto: Ingrid Araújo/ Arquivo pessoal)

Uma campanha nas redes sociais têm mobilizado mulheres do Sertão nordestino contra o feminicídio. Estão sendo publicadas, na página online da Marcha das Mulheres, fotografias de mulheres com cartazes que fazem referência à morte da estudante, Rosilene Rio, morta a facadas no restaurante universitário do campus Petrolina sede, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) no fim de abril.

Com cartazes escritos "Rosilene Rio, morta pelo machismo‬", mulheres de todas as idades dão força a campanha. De acordo com a militante da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) no Sertão e estudante de residência médica da Univasf, Erika Vasconcelos, esta é uma forma de fazer uma pressão política para que o crime de Rosilene Rio não seja apenas um caso isolado. “Pelas redes sociais e imagens de mulheres estamos tentando pressionar os órgãos públicos. Queremos que o agressor, seu ex-companheiro, seja punido e cumpra a Lei do Feminicídio, sancionada no dia 9 de março de 2015 pela presidente Dilma Rousseff”, destaca.
Dalila Carla apoia campanha contra o feminicídio (Foto: Dalila Carla/ Arquivo pessoal)Dalila Carla apoia campanha contra o feminicídio
A nova lei torna hediondo o crime de feminicídio, que é o assassinato de mulheres por violência doméstica ou discriminação de gênero. “A lei se aplica ao crime de Rosilene Rio. A campanha pelas redes foi a forma de conseguir alcançar maior número de pessoas para que o caso repercuta de forma rápida. Temos pessoas de todos os lugares do Brasil mandando fotos. Mulheres  da Marcha Mundial das Mulheres, Movimento da Juventude, coletivos, estudantes da Univasf e de outras universidades de todo o Brasil. Estamos conseguindo alcançar muita gente”, ressalta Vasconcelos.
A militante do Levante Popular da Juventude, Vanessa Gonzaga, explica que todos estão sensibilizados com o crime brutal da estudante. “A proposta da campanha é publicizar e esclarecer para a população que não foi um homicídio comum, foi um feminicídio. E queremos que a população discuta sobre isso. E aqui na região são feitas vítimas do feminicídio, violência física e verbal”, argumenta.
Quem quiser aderir a campanha, a orientação é tirar uma  foto com uma placa, onde esteja escrito:"Rosilene Rio, morta pelo machismo. ‪#‎mulherescontraofeminicidio‬" ou encaminhar as fotos para o e -mail: feminismo.popular@gmail.com.
Rosilene Rio foi morta no dia 30 de abril com cerca de 40 facadas pelo ex-companheiro, um pedreiro de 44 anos.  Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.

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