domingo, 12 de julho de 2015

Quando as crianças saem de férias

Crianças têm a necessidade de interagir com amiguinhos e realizar atividades lúdicas / Foto: Casa Astral/Divulgação

Julho chegou, junto com as férias das crianças – que, muitas vezes, não coincidem com o tempo de folga dos pais. A lei dá 30 dias de férias anuais aos trabalhadores, e as escolas, pelo menos três meses de recesso. A conta não fecha, e quando a folga se desencontra, é preciso quebrar a cabeça e esvaziar os bolsos, especialmente no caso das famílias em que os pais trabalham e não contam com auxílio de babás ou de avós.

Quem não pode dar assistência integral aos filhotes e tem condições financeiras para tanto, geralmente opta pelas populares colônias de férias. Elas se “especializam” cada vez mais, focando nos interesses de pais e filhos (artes, esportes, ciência) e nas idades das crianças atendidas. A professora Ana Paula Campos Lima, mãe de Bento, de 2 anos e 3 meses, conta que o filho até teria com quem ficar nas férias, mas “ficar preso em casa é muito chato”. “Ele pede para sair, pede diversão. Tem necessidade de interagir com outras crianças. Por isso, mesmo ele sendo pequeno, busquei uma colônia para manter a rotina da escola, que ele adora. Bento volta da colônia contando mil histórias, e passa o resto do dia ansioso para ir de novo”, relata. O JC preparou uma lista de possibilidades de colônias e atividades, com vários preços e durações, que pode ser consultada aqui

O esquema nem sempre vale, porém, para todas as famílias. Há quem não tenha condições financeiras para tanto, embora algumas opções tenham custo mais acessível. Em outras situações, o problema é como levar e buscar as crianças. O caso da funcionária pública Patrícia Sampaio é emblemático: separada do pai dos filhos de 4 e 11 anos, ela não conta com suporte familiar e já precisou levá-los para seu trabalho várias vezes desde que as férias começaram. Nina, a menorzinha, entrou numa colônia de férias. Mas Yago não curte a proposta, e vem acompanhando a mãe para não ficar sozinho. “Estou com ódio da palavra férias”, desabafa Patrícia.

BRINCADEIRA A DOMICÍLIO

Em alguns condomínios, recreadores estão sendo contratados para realizar atividades lúdicas no espaço coletivo, reduzindo o custo e a dificuldade de transportar as crianças. Recreador há 30 anos, Luiz Carlos Paiva dos Santos, mais conhecido como "tio Lulão", tem até lista de espera por seus serviços. "Este período é o melhor em termos de trabalho, não tenho tempo nem de respirar", comemora ele. As atividades são contratadas para grupos de até quarenta crianças, deixando a brincadeira cômoda, já que a meninada não precisa sair dos prédios onde moram, e também mais econômica. "Geralmente, o pacote acaba custando menos de R$ 20 por criança", calcula Lulão, que promove brincadeiras e, caso os clientes desejam, leva também um mini-zoológico com coelhos, porquinhos da índia, periquitos e outros animais dóceis, que fazem a alegria das crianças menores.

Na verdade, a solução para o problema, às vezes, pode ser a solidariedade de quem passa pela mesma situação. Verdadeiras “redes de apoio” são formadas através do whatsapp e facebook, reunindo crianças que frequentam a mesma escola ou cujos pais são amigos. Os parentes dos coleguinhas de Antonio Cunha, de sete anos, estão combinando encontros sociais como piqueniques e idas à praia e ao cinema. Se alguém não pode ir no dia, recebe carona e suporte dos demais.
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