VENDAS NO VAREJO
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Fonte: IBGE
No ano, o comércio acumula queda de 2,2%, a maior baixa para um semestre desde 2003, quando a baixa foi de 5,7%, interrompendo uma sequência de 11 anos de taxas positivas consecutivas Em 12 meses, o índice tem recuo de 0,8%.
Em ambas as comparações, entre os ramos que mais sofreram com queda das vendas estão os de automóveis e de móveis e eletrodomésticos.
"No momento em que há crescimento da taxa de juros, elevação do credito... aquele grupo de vendas de bens de consumo duráveis, que envolvem valor mais alto e parcelas maiores, ressentem", disse Isabela Nunes Pereira, gerente de Serviços e Comércio do IBGE.
As vendas do setor de móveis e eletrodomésticos, por exemplo, diminuíram 13,6% em relação ao ano passado, e exerceram a principal influência para o recuo do comércio em geral. De acordo com o IBGE, esse resultado é justificado "pelo menor ritmo de crescimento do crédito com recursos livres, além do comportamento da massa de rendimento médio real habitual dos ocupados".
“Todas as atividades mostram melhora [queda menor] em comparação a maio, exceto hipermercado. Esse setor está ligado intimamente à renda, à massa salarial que vem caindo. A PME [Pesquisa Mensal de Emprego] mostra aumento desemprego, consequentemente, a massa salarial cai. Esse grupamento resiste a ter alguma variação, mas vem sucumbindo às quedas da renda consecutiva. Tem relação com a renda muito forte”, analisou a gerente. Na comparação com maio, as vendas desse segmento ficaram estáveis, mas frente a junho do ano passado, recuaram 2,6%.
De maio para junho
Nessa base de comparação, a maioria das atividades mostrou queda, com destaque para veículos e motos, partes e peças (-2,8%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,5%); móveis e eletrodomésticos (-1,2%); tecidos, vestuário e calçados (-0,8%), além de combustíveis e lubrificantes (-0,6%).
Entre os poucos segmentos que viram suas vendas aumentarem estão artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,3%) e material de construção (5,5%). "Esse crescimento de 5,5% [do material de construção] não muda a tendência negativa que o setor vem mostrando em termos de venda, já que interrompe sequência de cinco taxas negativas, acumulando perda de 9,4% nesse período [cinco meses anteriores]”, disse Isabela.
Espelho de 2014
Quando o IBGE compara os números de junho de 2015 com os do mesmo mês do ano passado, os resultados negativos também prevalecem. Bebidas e fumo, por exemplo, recuaram 2,7%, tecidos, vestuário e calçados, 4,6% e combustíveis e lubrificantes (-1,0%).
Na contramão, assim como registrado na análise mensal, cresceram as vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,2%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (7,9%).
Depois das vendas de móveis e eletrodomésticos, o que mais caiu foi o resultado de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que mostrou recuo de 2,7%. "Esta atividade mantém alta correlação com a evolução da massa de salários, com desempenho negativo, além da influência da elevação dos preços da alimentação no domicílio", afirma o IBGE, em nota.
No semestre
Na análise semestral, as principais influências negativas partiram de móveis e eletrodomésticos (-11,3%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,8%), "pressionados tanto pela redução e encarecimento da oferta de crédito, quanto pela da redução da massa real habitual de salários, observada ao longo do ano de 2015".
Queda no Amapá
A maioria dos estados mostrou queda nas vendas, com destaque para Amapá (-10,2%); Paraíba (-9,0%); Alagoas (-8,0%); Goiás (-7,7%); e Amazonas (-7,6%).
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