Mais de 500 mil migrantes chegaram às fronteiras externas da União Europeia (UE) entre janeiro e agosto de 2015, contra 280 mil em todo o ano de 2014, anunciou a Frontex, a agência europeia de controle das fronteiras.
Apenas no mês de agosto, 156 mil migrantes entraram na UE, segundo a agência que administra as fronteiras externas do bloco.
Ao mesmo tempo, a agência explicou que muitas pessoas que estão atualmente na fronteira entre a Sérvia e a Hungria já haviam sido registradas quando chegaram há algumas semanas à Grécia, procedentes da Turquia.
Crise
A chegada de tantos migrantes e refugiados aos países europeus gerou uma crise no bloco, com alguns Estados sendo mais requisitados que os outros e a necessidade de distribuição das pessoas.
Nesta segunda (14), ministros do Interior da União Europeia reunidos em Bruxelas chegaram a um acordo inicial para compartilhar 120 mil pessoas que buscaram asilo, além de 40 mil distribuídas em uma base voluntária até o momento. Mas detalhes do acordo, que será formalizado em 8 de outubro, foram vagos, e diversos países ex-comunistas da parte central da Europa ainda rejeitam as cotas obrigatórias.
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou estar "profundamente desapontada" com a falha da União Europeia em chegar a um consenso sobre o plano de compartilhamento na relocação dos refugiados.
"Acordos decisivos são necessários sem atrasos futuros para atender às necessidades, como uma ação corajosa baseada na solidariedade de todos os Estados membros", informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), em nota.
Já a Organização Internacional para as Migrações (OIM) disse que a indecisão política entre os Estados membros da União Europeia pode resultar em mais afogamentos de refugiados no Mediterrâneo, e fez um apelo por um acordo para "divisão de responsabilidade".
"À medida que o perigo aumenta, nós tememos que as indecisões na Europa resultem em mais mortes no mar (Egeu)", disse Leonard Doyle, porta-voz da OIM, em entrevista coletiva em Genebra. "As decisões tomadas por vários governos (europeus) de estabelecer controles de fronteira terão um efeito bastante prejudicial."
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