Atentados com carros-bomba e usando explosivos deixaram, ao menos, 125 pessoas mortas e 140 feridas em Bagdá, no Iraque, entre a noite de sábado (2) e a madrugada de domingo (3).
Um deles atingiu uma movimentada área comercial do centro da capital iraquiana, que estava repleta de gente devido ao Ramadã, mês de jejum muçulmano. O grupo terrorista e extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque.
Outroas agências de notícias informam que o número de mortos é ainda maior. Segundo a Al Jazeera, são 131 mortos, enquanto a Reuters diz que cerca de 120 pessoas morreram. O jornal americano 'The New York Times' afirma que o número de mortos chegou a 143.
Em comunicado, a Casa Branca declarou sua união com o governo do Iraque para acabar com o Estado Islâmico. A Organização das Nações Unidas (ONU) também se manifestou com preocupação pelo desprezo com a vida humana.
A polícia disse que o número de vítimas poderá aumentar, já que mais corpos podem estar sob os escombros de prédios devastados.A sorveteria mais popular e antiga de Bagdá estava movimentada à 1h (horário local, 19h em Brasília). No momento do ataque, Al Karrada estava cheia mesmo tarde da noite porque os iraquianos costumam comer fora de casa durante o mês do Ramadã, já que passam o dia jejuando -- a solenidade termina na próxima semana.
O ataque à bomba é o mais mortal no país desde que as forças iraquianas desalojaram no mês passado militantes do Estado Islâmico de Falluja, reduto do grupo a oeste da capital que servia como plataforma para o lançamento de ameaças desse tipo.
Em torno da meia-noite de sábado (2), um artefato explodiu na estrada em um mercado em al-Shaab, um distrito xiita popular do norte da capital. Segundo a polícia e fontes médicas, pelo menos, dois morreram.
O EI assumiu a autoria do atentado em comunicado assinado e divulgado nas redes sociais, no qual garantiu que o alvo eram os xiitas. O grupo terrorista, que avaliou em 40 o número de mortos e em 80 o de feridos, advertiu que "com a permissão de Deus prosseguirão os ataques dos mujahedins contra os renegados".
O primeiro-ministro iraquiano, Haidar al Abadi, foi para o local do atentado e afirmou que os terroristas "após terem sido esmagados nos campos de batalha cometem ataques com explosivos em uma tentativa desesperada".
A população não recebeu bem a visita do chefe do governo e atirou pedras no comboio.
Além disso, outro carro bomba explodiu no mercado popular Shalal, situado na região de Al Shaab, no nordeste de Bagdá e de população também majoritariamente xiita. Este atentado causou a morte de um civil e feriu a cinco, além de danificar várias lojas.
O Iraque trava uma luta contra o EI desde junho de 2014, quando o grupo terrorista assumiu amplas regiões do norte e do centro do país e proclamou um califado.
Estados Unidos
Segundo a Reuters, a Casa Branca condenou os ataques em comunicado, afirmando que isso apenas fortaleceu a determinação dos Estados Unidos em enfrentar os militantes do Estado Islâmico.
"Permanecemos unidos com o povo e o governo do Iraque em nossos esforços combinados para destruir o Estado Islâmico", disse a Casa Branca em um comunicado.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, também condenou o atentado e pediu para que ataques desse tipo não sirvam para "estender o medo".
Em comunicado divulgado por sua Assessoria de Imprensa, Ban faz um chamado ao povo do Iraque "para rejeitar qualquer tentativa de estender o medo e minar a união do país".
Além disso, o secretário-geral da ONU se mostrou "consternado pelo desprezo absoluto à vida humana" demonstrado com este ataque e pediu ao governo iraquiano que julgue os autores desse massacre "o mais rápido possível".
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