“ O Homem deseja ser confirmado em seu Ser pelo Homem, e anseia por ter uma presença no Ser do outro... – secreta e timidamente, ele espera por um sim que lhe permita ser, e que só pode vir de uma pessoa humana a outra”. Martim Buber
“ O desenvolvimento não se faz em linha reta e sim por crises. Não há desenvolvimento fora dos sofrimentos e alegrias, sucessos e fracassos, satisfações e frustrações, progressões e regressões do processo existencial”. Carlos Byington
Desenvolvimento
Desenvolvimento, segundo Aurélio, significa ato ou efeito de desenvolver, crescimento, progresso, adiantamento. E Desenvolver é progredir, aumentar, melhorar, se adiantar.
Segundo Houaiss, é tirar o que envolve ou cobre, fazer crescer, tornar-se maior, mais forte. Conduzir ou caminhar para um estágio mais avançado ou eficaz.
Iniciaremos este tema falando, rapidamente, sobre a teoria psicanalítica. Segundo Freud o aparelho psíquico está dividido em três planos ou sistemas – consciente , pré-consciente e inconsciente , com a analogia de que o funcionamento mental ocorre “comparado” ao iceberg. Pontua que a porção acima da superfície corresponde ao consciente, a porção que se torna visível, conforme o movimento das águas, corresponde ao pré-consciente e a parte sempre submersa, proporcionalmente muito maior, corresponde ao inconsciente.
O conceito de desenvolvimento da personalidade, para Freud, ocorre em sete fases: oral, anal, fálica, latência, adolescência, maturidade e velhice. Afirmando que em cada fase, a pessoa deve aprender a resolver certos problemas específicos, originados do próprio crescimento físico e da interação com o meio. A solução dos diferentes problemas, que em grande parte depende do tipo de sociedade ou cultura, resulta na passagem de uma fase para a outra e na formação do tipo peculiar de personalidade. No decorrer das fases, o indivíduo expressa seus impulsos e suas necessidades básicas dentro de moldes que visam a continuação da cultura, seu próprio crescimento e busca do prazer pessoal.
Abordaremos o desenvolvimento psicológico em cada uma dessas fases, salientando os pontos onde a sociabilização, a linguagem, a segurança no mundo, e em si, a vinculação, a independência, a auto-estima, etc, poderão ser fortalecidos, e o que poderia causar problemas, uma vez que o ser humano, tem por natureza, grande capacidade para a alegria. Observando crianças concluímos que não apenas vêem graça nas coisas, como criam brincadeiras para si, querendo compartilhar esse divertimento com quem está ao seu lado, funcionando como forma de sociabilização, aproximação e de troca de afeto.
Goethe em sua idade avançada descreveu as fases da vida nestes termos:
“A Criança é realista, o Jovem um idealista, o Adulto um cético, e o Idoso um místico!”
Fases do Desenvolvimento
“A bondade, a beleza e a verdade são os fundamentos da humanidade”. Platão
Os estudos demonstram ser o bebê extremamente competente sob muitos aspectos – é sensível, curioso, um aprendiz eficaz, manifestando grande percepção ao tom de voz, gestos, atitudes, expressões e movimentos dos adultos que estão ao seu redor, principalmente àqueles que tem algum significado emocional para ele.
A criança ao explorar seu meio em busca das descobertas, logo descobrirá que algumas restrições serão impostas, e irá manifestar seu desagrado através de birras e choro, aprendendo, no entanto, a lidar com as limitações que, saberá mais tarde, terá que conviver por toda a vida, mudando a cada estágio de seu desenvolvimento.
O ser humano aprende cedo e prontamente a lidar com as circunstâncias que influenciam, direta ou indiretamente, a obtenção de seus desejos, o que lhe traz desconforto, o que interfere em suas esperanças, bem como o que lhe traz medos e angustias, buscando formas compensatórias de evitação.
O nascimento é a primeira grande experiência vivida pelo ser humano e o primeiro obstáculo a ser superado no processo de desenvolvimento. Sair da segurança e proteção do útero materno e enfrentar os estímulos do mundo externo requer grandes adaptações psicológicos.
De acordo com vários autores, não resta ao recém-nascido outra alternativa senão viver a “angustia do desligamento”, a qual pode ser considerada como o protótipo de fenômenos psicológicos, que aparecerão em outras fases do desenvolvimento, e que denominamos de angustia, ansiedade, ou depressão.
O ser humano ao nascer, e durante bastante tempo, é totalmente dependente de outros seres humanos para alimentá-lo, cuidar de sua higiene, protegê-lo e dar o apoio emocional, que como veremos a seguir, é essencial para o seu desenvolvimento psicológico.
Desde os primeiros instantes de vida, o comportamento materno (ou seu substituto) exercerá influência na formação da personalidade da criança, mesmo que inexista a comunicação verbal. A maneira como os problemas são solucionados, os gestos feitos na hora de segurar a criança e os sentimentos em relação a ela, irão provocar respostas de prazer ou desprazer no bebê, que poderá trazer efeitos duradouros na concepção de realidade.
Devemos dar atenção especial às mudanças que ocorrem na família com o nascimento de uma criança, pois novos papéis são exigidos e, além de manter os anteriores, aparecem os de pai, mãe, avô, avó, tios, primos, etc., acarretando, inevitavelmente, uma redistribuição na energia emocional da família, bem como alteração no status e nas exigências que serão feitas às pessoas para que cumpram o correspondente ao “papel”, e que nem sempre será aceito, ou vivido, com tranqüilidade.
Fase Oral
Período de aproximadamente um ano que segue desde o nascimento. Os impulsos da criança são satisfeitos principalmente na área da boca, esôfago e estômago, ou seja, a libido está intimamente associada ao processo da alimentação e contato humano, que vem associado ao ato de mamar.
A percepção da criança, nos primeiros meses após o nascimento, é de totalidade, não distinguindo ainda o “eu” do “não eu”. Se o seio (ou substituto) for gratificante, a imagem de aceitação será introjetada, e as expectativas futuras do mundo, em termos projetivos, serão otimistas, o que é conhecido como o “objeto bom”, e o seu oposto irá gerar insegurança e desconfiança.
Por volta dos seis meses, já há uma percepção da mãe “como uma pessoa total”, integrada em seus aspectos bons e maus, e a relação da criança com a mãe é mais realistas, aprendendo a controlar sua ansiedade e seus impulsos frente às demandas do meio, preparando-se para enfrentar os novos desafios da fase seguinte de seu desenvolvimento.
Para Erikson a primeira coisa que se aprende na vida é receber; e a criança recebe não só com a boca mas com os sentidos, com os olhos, ouvidos e com o tato. A atitude psicossocial básica que se aprende, neste estágio, é “saber” se pode confiar no mundo a sua volta, se será alimentada nos horários adequados e na quantidade correta, deixando-a confortável. Irá desenvolver, a Confiança X Desconfiança.
É importante salientar que, de acordo com Erikson, desconfiança na dose certa é importante, pois desenvolve a prontidão frente ao perigo, assim como a antecipação do desconforto desenvolverá o instinto de proteção, que ajudará a criança a tornar-se mais autônoma.
Fase Anal
No final do primeiro ano de vida estão presentes habilidades como virar-se, sentar, engatinhar, ás vezes andar, assim como o início da comunicação verbal, ora para pedir coisas, ora como forma de sociabilização. Nessa fase inicia-se a capacidade de julgar a realidade e antecipar situações, possibilitando maior tolerância ás tensões do cotidiano, e normais no desenvolvimento.
Durante o segundo e terceiro anos de vida a criança será estimulada a desenvolver a autonomia, tornando-se mais independente, inclusive no que se refere ao controle dos esfíncteres, e cuidados com a higiene pessoal, que estará de acordo com as exigências do meio em que vive e de sua cultura familiar.
Passa a viver outro conflito, pois embora tenha prazer em agradar os adultos que a elogia quando acerta, não poderá esvaziar a bexiga e o intestino imediatamente para, então, obter o alívio da tensão, pois tem local próprio e “hora certa” para fazê-lo. Deve aprender a reter quando desejaria eliminá-los, mas descobre que também pode ter prazer durante esse processo.
Os impulsos, nesta fase, levam a criança a vivenciar a busca do domínio do ambiente, e das pessoas que estão a sua volta, para obter o máximo de prazer possível. É a fase das “birras”, crises de nervos, parecendo necessitar de limites claros, para então se acalmar.
Erikson denominou esse conflito de Autonomia X Vergonha e Dúvida. Quando a criança consegue ter a autonomia para realizar o que é solicitado pelo meio, sente-se gratificada, e quando não consegue passa a sentir vergonha, podendo desenvolver o comportamentos obsessivos, tornando-se mal humorada, fechada e com uma hostilidade encoberta. É a fase onde pode tornar-se muito ordeira e meticulosa, sendo colaboradora e participativa.
Fase Fálica
O período que vai dos 3 aos 5/6 anos, a criança já tem maior consciência de si mesma, percebendo com maior clareza o mundo que a rodeia, interessando-se pelo ambiente e indagando sobre o significado e as causas dos fatos.
Aumenta o interesse pelo próprio corpo, principalmente pelos genitais, tornando-se mais exibicionista, masturbando-se e buscando contato físico com outras crianças.
Aparece, nesta fase, o fenômeno conhecido como complexo de Édipo, e o conflito da ambivalência entre o amor e o ódio, pois o seu “objeto de amor” também é a figura disciplinadora que coloca limites e restrições, e o “objeto odiado” é provedor, lhe dá segurança e proteção.
Erikson denominou esta fase de genital-locomotora, considerando que o desenvolvimento da personalidade envolve o equilíbrio entre duas atitudes psicossociais, que denominou de Iniciativa X Culpa.
Na chamada iniciativa existe a busca dos objetos que lhe dê a satisfação, e é o que move a criança a ligar-se ao “objeto de amor”, tentando identificar-se como o modelo entendido como “adequado”. A culpa surge como conseqüência dos sentimentos de onipotência, rivalidade, competição e ciúmes que acompanham o desejo de obter os fins procurados.
A conduta social básica que pode manifestar-se nessa fase é a de tentar sempre “tirar vantagem”, bem como o ataque frontal as pessoas que tentam colocar limites, tendo prazer na competição e na conquista, insistência em alcançar uma meta e, embora, demonstre segurança e tenha atitude resoluta, pode carregar traços de inferioridade. Por outro lado, nessa fase a criança torna-se amigável, colaboradora, amorosa, sendo capaz de proporcionar bem estar as outras pessoas uma vez que é capaz de ter empatia, podendo se colocar no lugar do outro.
Período de Latência
Dos 5 aos 10 anos a criança utiliza sua energia psíquica para o fortalecimento do ego, o qual se tornará melhor equipado para lidar com os impulsos que virão nos próximos anos, e para adaptar-se aos novo ambientes. Volta-se para o mundo externo, como escola, jogos, amizades e outras atividades, fora do ambiente familiar, passando a buscar novos ídolos e heróis, fora de casa.
Se ocorreram turbulências nas fases anteriores, poderá ser uma criança irritada, agressiva, exibicionista, com excessiva curiosidade sexual, apresentando mau aproveitamento escolar, podendo ter pavores noturno, enurese, ou dificuldades alimentares.
Nesse período da vida sua auto-estima já não depende exclusivamente da aprovação externa, tendo a própria crítica ao proceder de forma “certa ou errada”. A sensação de acerto provoca sentimento de segurança, prazer e auto valorização, e ao contrário, a sensação de erro traz culpa e remorso.
Segundo Freud aparece neste momento o superego, herdado do complexo de Édipo, podendo, a partir da auto crítica, surgir o medo excessivo de doenças, de acidentes, de perder o amor das pessoas, da morte e da solidão.
Passa a ter importância vestir-se como os de sua idade, o conhecimento intelectual, os valores sociais, os bens materiais, bem como a imagem de perfeição que construiu para si mesma. O ego procura manter esta imagem evitando o sofrimento vindo dos sentimentos de inferioridade e da diminuição da auto-estima que aparecerão sempre que os ideais forem frustrados.
Estabelecendo relações interpessoais fora da família, começa a empreender a difícil tarefa de ajustar-se às outras pessoas e manejar seus impulso para conseguir viver socialmente. Tem necessidade de pertencer a um grupo de iguais e de ser aceito pelos companheiros, bem como de sentir-se responsável e capaz de realizar feitos que recebam aprovação e lhe dêem um status no grupo, desenvolvendo um conceito de “si mesmo”.
Meninos e meninas formam grupos separados, excluindo-se mutuamente, buscando jogos diferentes, sendo que os meninos têm pavor de parecer-se com meninas, e se vigiam para denunciar quando isso acontece.
Identificam-se com profissões e com determinados profissionais, surgindo vocações e talentos e a famosa frase: “quando eu crescer serei...”, tentando obter reconhecimento pessoal, mas já percebendo que terão que ajustar-se às normas do mundo e que nem sempre são as mesmas de sua família de origem, deparando-se com os códigos de lealdade, que poderão trazer muitos conflitos internos e embates familiares.
Erikson descreve esta fase como Construtividade X Inferioridade, sendo que na construtividade busca o aprendizado e a realização, utilizando-se de suas potencialidades e capacidades. Na inferioridade, por não receber estímulo do meio considera-se incapaz em relação aos outros, sentindo-se a margem de seu grupo, desistindo de competir, como se estivesse destinado à mediocridade.
É a fase onde a transição está ocorrendo e não é mais criança, mas ainda não é jovem (fase infanto-juvenil), desejando em alguns momentos permanecer num estado de despreocupação, liberdade e aventura, e em outros total inércia.
Adolescência
A adolescência é uma fase cheia de questionamentos e instabilidade, que se caracteriza por uma intensa busca de “si mesmo” e da própria identidade. Nessa fase todos os padrões estabelecidos são questionados, bem como criticadas todas as escolhas de vida feita pelos pais, buscando assim a liberdade e auto afirmação.
Os adolescentes são desajeitados em seus movimentos, sendo que a fala fica alterada, a voz vibrante, desafinada e alta. O humor fica extremamente lábil, com crises de raiva, choro e risos, alternados e exagerados, além da insatisfação constante, e oposição a tudo o que o adulto sugere.
Erikson aponta com sendo a fase da Identidade X Confusão de Papéis, uma vez que há um grande desejo de ser valorizado por possuir ou realizar algo que seja só seu, algo inédito, que lhe traga um destaque no grupo; porém o medo de não ser capaz está sempre presente. É uma fase de muita criatividade, com críticas ao que acontece ao seu redor, ou no planeta como um todo, tendo necessidade de falar sobre o que pensa, mas só quando desejar, como se precisasse constantemente provar sua liberdade de falar ou calar.
Maturidade
Poderíamos dividir esta fase em dois momentos: o Jovem adulto, período que vem logo após a adolescência, e a Meia Idade.
Para Erikson o jovem adulto passa pela fase da Intimidade X Isolamento, onde deseja um relacionamento afetivo íntimo, duradouro e continuo, através de relações profundas, buscando, também nessa fase, a construção de uma carreira profissional que lhe dê estabilidade e boa condição financeira.
Erikson descreve a Meia Idade como sendo a fase da Produtividade X Estagnação, onde se a carreira profissional e as questões emocionais estiverem “resolvidas”, tanto pode ocorrer uma estagnação, como uma busca de novos desafios. Caso não tenha realizado seus ideais até este período da vida também poderá acontecer uma das duas saídas, dependendo das mensagens que estão gravadas em seu inconsciente, em função das fases anteriores do seu desenvolvimento, e as opções feitas no passado.
É o momento que anteriormente chamávamos de “ninho vazio”, em que os pais, principalmente as mães, consideravam-se sem função por não saber ser outra coisa na vida além de cuidadoras. Com o grande investimento que se fez nos últimos anos, mostrando que as mulheres tem outros afazeres além de ser cuidadora, e com a entrada da mulher no mercado de trabalho, essa crise não é tão acentuada. Paralelamente está ocorrendo uma mudança nos jovens, que hoje não tem a mesma premência de sair de casa, pois a liberdade aumentou, os pais são mais liberais, e as questões de estudo e trabalho ficaram mais exigentes, aumentando o período em que os filhos permanecem “no ninho”, cuidados, e até mantidos financeiramente – são chamados “adultolescentes”.
A chamada crise dos 40 ocorre quando se avalia que não se tem mais todo o futuro pela frente, e que o recomeço não é tão simples, pois sair do conhecido, e lançar-se no escuro amedronta, torna-se mais preocupante do era que antes.
Jung, no entanto, vê esta fase como extremamente criativa dizendo ser o “inicio do libertar-se do aprisionamento do ego” e em vez de representar a última chance, como pensam alguns, é sim um período especial, com significativas possibilidades para a maturação saudável, e que o importante é responder as seguintes perguntas :
“Para o que quero usar meu potencial?
O que tenho realmente que fazer na vida?
Qual é a minha verdadeira tarefa?”.
Velhice
Erikson descreve esta fase como sendo aquela onde se desenvolve a Integridade X Desesperança, onde ocorre naturalmente a avaliação do que foi vivido, com a percepção clara de que não é possível mudar muitas das coisas que já passaram. É um fato real que a pele já não tem a mesma elasticidade, que os olhos enxergam diferente, que dentes e ossos são mais frágeis, e que se o idoso ficar preso a essas perdas haverá muito inconformismo, revolta ou depressão.
Em contra partida, é fácil observar que pessoas de idade avançada realizam tarefas de grande importância em várias áreas de atividade humana, quer na política, ciência ou nas artes, e que muitos sábios, músicos, escritores, pintores e escultores realizaram suas conquistas já bastante idosos.
Erikson entende que se o idoso conseguir manter a “integridade do ego” para adaptar-se às mudanças pessoais e sociais, conseguirá satisfazer seus anseios, com maior tolerância para com as ocorrências da vida atingindo, como resultado de toda experiência vivida, o dom da sabedoria.
“O desenvolvimento Humano é comumente definido como transformações físicas e psicológicas que ocorrem com o passar dos anos”. Tony Booth
A Impossibilidade da Não Comunicação
O adulto ensina falando e a criança descobre que o ato e a palavra vêem juntos, e vários autores concordam que “aquilo que exatamente se diz” adquire enorme importância, passando a ter, desde muito cedo, significado dentro de um “sistema de crenças”, altamente complexo, que irá regular muitas atitudes futuras ou contribuir para a evitação de situações que, de acordo com os valores introjetados, poderiam constrangê-la. Essas crenças dizem respeito à imagem do próprio eu , ou seja, do como se é : corajoso ou covarde, esperto ou “bobo”, muito amado ou tolerado, organizada ou desorganizado, sadio ou doente, etc.
Na relação humana não existe a linguagem linear – aquela que tem por objetivo um significado estável, sem distorções, ambigüidade, com separação clara entre significado real ou emocional. Como afirma Paul Watzlawick, no livro Pragmática da Comunicação Humana é “impossível para o ser humano não se comunicar de alguma forma, mesmo sem o uso da palavra ou da escrita”.
Gregory Bateson define a psicologia social como: “O estudo das relações dos indivíduos às reações de outros indivíduos. Temos que considerar não só as reações de A ao comportamento de B, mas também de que modo elas afetam o comportamento posterior de B e o efeito disso sobre A”
O desenvolvimento psicológico ocorre paralelamente ao processo de crescimento físico e social do ser humano, desde o seu nascimento até a sua morte, com todas as adaptações possíveis, sua história pessoal, os dados biopsicológicos herdados, as idiossincrasias de seu meio familiar, suas condições ambientais, sociais e culturais, os dados adquiridos na interação hereditariedade-meio, as características e condições de funcionamento do indivíduo nessa interação, possibilitando adaptações e mudanças em situações futuras.
A família proporciona a primeira imagem de sociedade (e sociabilidade), no contexto de sua sub cultura específica, apresentando os padrões de relação que a criança aprenderá e que servirá como um primeiro, mas poderoso, vislumbre das possibilidades de interação entre pessoas. Todos os membros de uma família são influenciados pelos costumes desse grupo (leis familiares), assim como ao sair sofrerão a influencia das “agências de sociabilização” (escola, parque, creche, vizinhos, etc.), e consequentemente, trarão esses padrões para dentro de casa, alterando o comportamento familiar, através do desenvolvendo de novos papéis, modificando alguns valores aprendidos de seus antepassados, podendo ocorrer grandes choques nas relações, interferindo no desenvolvimento psicológico de seus membros, e aparecimento dos famosos “bodes expiatórios”.
Gostaria de terminar deixando a frase do psicólogo e terapeuta de casal e família Salvador Minuchin: “ Ser pai e educador é um processo difícil e ninguém o desempenha a seu inteiro contento e ninguém o atravessa incólume”.
Bibliografia
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Booth, Tony, Psicologia do Crescimento em Sociedade, Ed. Zahar, 1976
Briggs, Doroty Corkille A Auto Estima do Seu Filho, Ed. Martins Fontes, 1996
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Donaldson, Margaret A Mente Humana, Ed. Martins Fontes, 1996
Erikson, Erik H. Infância e Sociedade,, Ed. Zahar, 1974
Griffa & Moreno, Maria Cristina e Maria Cristina, Chaves Para A Psicologia Do Desenvolvimento, Ed. Paulinas, 2001
Jung, Carl G., O Desenvolvimento da Personalidade, Ed. Vozes, 1988
Lievegoed, Bernard Fases da Vida – Crise e Desenvolvimento da individualidade,
Ed. Antroposófica
Viorst, Judith, Perdas Necessárias, Ed. Melhoramentos, 1990
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