§ Negação: evitar a percepção de algum aspecto doloroso da realidade, negando dados sensoriais. Afeta mais a percepção da realidade externa do que da realidade interna. Não é necessariamente psicótica, podendo estar a serviço de objetivos adaptativos ou neuróticos.
§ Projeção: perceber e reagir a estímulos internos inaceitáveis e seus derivados como se estivessem fora do self (eu). Pode levar a delírios francos sobre a realidade externa, usualmente de cunho persecutório; inclui tanto a percepção de seus próprios sentimentos em outros como agir em função dessa percepção.
§ Distorção: reformular grosseiramente a realidade externa no sentido de enquadrá-la aos desejos internos, podendo incluir crença irreal megalomaníaca, alucinações e delírios, utilizando sentimentos delirantes de superioridade ou autoridade.
II - Defesas Imaturas
§ Atuação (acting-out): expressão direta de um desejo ou pulsão inconsciente para evitar a consciência do afeto associado a eles. A fantasia inconsciente é vivida de modo impulsivo, gratificando mais o impulso do que a sua proibição. Inclui agir para evitar a tensão que resultaria se o impulso fosse postergado.
§ Bloqueio: inibição usualmente temporária dos afetos, pensamentos ou impulsos.
§ Hipocondria: transformação da censura alheia em autocensura e queixas de dor e enfermidade somática, como consequência de privação, solidão ou pulsões agressivas inaceitáveis.
§ Introjeção: internalização das características de um objeto amado, visando a aproximar-se deste e manter sua presença. A introjeção de um objeto temido, pela internalização das suas características agressivas, leva a um controle da agressão.
§ Comportamento passivo-agressivo: agressão para com o objeto, manifestada de forma indireta e ineficaz por meio de passividade, masoquismo e voltando-se contra si mesmo.
§ Projeção: atribuição aos outros dos próprios sentimentos inaceitáveis. Inclui preconceitos, rejeição, suspeita, excessiva cautela contra perigos externos, etc.
§ Regressão: retorno a um estágio anterior do desenvolvimento devido à dificuldade de enfrentar as ansiedades e desafios atuais. Inclui um retorno a pontos de fixação primitivos e incorporação de comportamentos já abandonados.
§ Somatização: conversão defensiva de derivados psíquicos em sintomas corporais
III - Defesas Neuróticas
§ Controle: tentativa exagerada de manejar ou regular os acontecimentos ou o ambiente externo com o objetivo de minimizar a ansiedade e resolver conflitos internos.
§ Deslocamento: sentimentos vinculados a um objeto são redirecionados a outro (p. ex. fobias).
§ Dissociação: modificação do caráter de uma pessoa ou de seu sentimento de identidade a fim de evitar angústia. Separa ativamente sentimentos, representações do self ou do objeto contraditórias como bem-mal, prazer-desprazer, etc.
§ Intelectualização: controle dos afetos e dos impulsos pensando sobre eles, mas não os experimentando.
§ Isolamento: divisão intrapsíquica ou separação entre o afeto e seu conteúdo, levando à repressão da idéia ou afeto ou ao deslocamento do afeto para um conteúdo diferente ou substituto.
§ Racionalização: aplicação de justificativas incorretas ou uso de sofismas convincentes para explicar atitudes, crenças ou comportamentos inaceitáveis de outra forma.
§ Formação reativa: expressão de sentimentos inaceitáveis de uma forma antitética ou oposta.
§ Repressão ou recalque: expulsão de uma idéia ou sentimento da percepção consciente para o inconsciente.
§
IV - Defesas Maduras
§ Altruísmo: satisfação vicária construtiva e gratificante das pulsões por serviços prestados aos outros.
§ Ascetismo: gratificação derivada da renúncia do prazer atribuída a uma experiência em favor de valores morais.
§ Humor: capacidade de fazer graça de si mesmo sem incômodo pessoal e sem causar desprazer nos demais. Permite que se tolere o que parece ser terrível de ser suportado.
§ Sublimação: gratificação de uma pulsão cuja finalidade é preservada, mas cujo alvo ou objeto é convertido de socialmente objetável em socialismo valorizado. Permite que as pulsões sejam canalizadas em vez de reprimidas ou desviadas.
§ Supressão: decisão consciente ou semiconsciente de adiar a tenção para um impulso ou conflito consciente.
§ Representações da gestante como mulher e mãe.
§ Fantasias a respeito do filho e da sua identidade futura.
§ Antecipações de dificuldades profissionais e no relacionamento com omarido.
§ Medo da própria morte e/ou do bebê no parto, bem como de malformações
Durante o processo do divórcio observam-se minicrises previsíveis para as quais os adultos devem estar preparados (Seibt, 1996) :
1. no momento da decisão de separar-se;
2. quando a decisão é comunicada à família e aos amigos;
3. quando se discutem dinheiro e visitas;
4. quando a separação física acontece;
5. quando o divórcio legal é assinado;
6. quando assuntos precisam ser renegociados, como, por exemplo, dinheiro e visitas e quando um dos pais começa a namorar;
7. quando se comemoram aniversários, formaturas e outros acontecimentos importantes (um dos dois casa novamente, por exemplo).
EXPRESSÃO GRÁFICA
§ O domínio do traço oblíquo: a criança vai mais além do desenho do quadrado, da cruz, do círculo e do triângulo para o desenho do losango e do “x”.
§ O detalhamento e a coordenação das estruturas do desenho da figura humana: surgem atributos como mãos e olhos e posicionamento adequado do pescoço e dos diferentes segmentos do corpo.
§ O aparecimento no desenho do movimento e de interações: a criança se expressa mais pelo desenho do que pelo relato de fatos.
§ A noção de profundidade e de sombreado: noções que surgem ao final e indicam mudança no sentido da aquisição de perspectiva tridimensional.
AS TAREFAS EVOLUTIVAS DA MEIA-IDADE
§ aceitação do corpo que envelhece;
§ aceitação da limitação do tempo e da morte pessoal;
§ manutenção da intimidade;
§ reavaliação dos relacionamentos;
§ relacionamentos com os filhos: deixar ir, atingir igualdade, integrar novos membros;
§ relação com seus pais: inversão de papéis, morte e individuação;
§ exercício do poder e posição: trabalho e papel de instrutor;
§ novos significativos, habilidades e objetivos dos jogos na meia-idade;
§ preparação para a velhice.
MEDIDAS PREVENTIVAS
§ Manter a saúde física com a prevenção das doenças degenerativas;
§ Independência econômica;
§ Ter seu próprio espaço físico ou moradia;
§ Ter laços de amizade e vínculos fortes com a família;
§ Manter um relacionamento íntimo com um(a) companheiro(a);
§ Ter um vínculo com a comunidade;
§ Manter-se sempre ocupado e com planos para o futuro;
§ Se possível, manter um vínculo com seu antigo trabalho ou profissão;
§ Buscar ajuda na comunidade;
§ Praticar exercícios, manter uma atividade física regular.
TAREFAS EVOLUTIVAS DO
ADULTO JOVEM (20 A 40 ANOS)
1. Desenvolvimento de um sentido do self e do outro – a terceira individuação, com busca do preenchimento das lacunas deixadas pelas duas outras (infância e adolescência). Ele permite uma separação psicológica dos pais da infância e uma (relativa) auto-suficiência no mundo adulto; facilita a relação de reciprocidade com os pais.
2. Desenvolvimento de amizades adultas, mais difíceis de serem mantidas, diferentes daquelas da adolescência. Amizades com pessoas de diferentes idades, e de diferentes backgrounds. (“Não vale” só pessoas da mesma idade, da mesma profissão, do mesmo nível sócio-econômico-cultural, etc.)
3. Desenvolvimento da capacidade para a intimidade emocional e sexual. Rever a crise conforme Erikson: intimidade versus isolamento (resultado: amor e filiação).
4. Tornar-se pai ou mãe em termos biológicos e psicológicos, capacidade esta baseada em antecedentes ou conquistas desenvolvimentais prévias: identidade de gênero nuclear na infância, consciência da diferença entre os sexos, resolução saudável do Édipo, integração, na fase da latência, de atitudes pessoais, familiares e sociais em relação à masculinidade e feminilidade, evolução da vida sexual na adolescência e experiências evolutivas de sexo e intimidade na fase de adulto jovem. (Engravidar pode até ser fácil; difícil é ser pai ou mãe).
5. Formação de uma identidade profìssional adulta, encontrando um lugar gratificante no mundo do trabalho (atenção para as diferenças entre trabalho, emprego e subemprego na nova economia).
6. Desenvolvimento de formas adultas de brincar. Manter-se em contato com "a criança de cada um de nós" ; não esquecer que o brincar é a base do inventar, do criar, do descobrir, essenciais na atividade artística e científica.
7. Tomada de consciência da limitação do tempo e da morte pessoal, de forma integrada. (Rever a hipótese de Elliot Jaques: auge versus morte nas pessoas criativas entre os 35 e 39 anos.)
CARACTERÍSTICAS QUE SUGEREM PROVÁVEL ETIOLOGIA
PSICOSSOCIAL DOS SINTOMAS
§ A história e a descrição do sintoma não caracterizam nenhuma doença familiar para o médico.
§ A descrição do sintoma parece exagerada ou afetada, e imagens floridas são empregadas para descrever a queixa.
§ Queixas somáticas múltiplas, envolvendo vários sistemas, são relatadas.
§ O tipo da queixa física indica, por si só, alta probabilidade de etiologia psicogênica (por exemplo, dor abdominal recorrente, cefaléia crônica, hiperventilação, tonturas, etc).
§ A queixa é acompanhada de outros sinais e sintomas de natureza vegetativa (sudorese, palidez, tonturas, taquicardia, polaciúria, etc), e/ou de queixas vagas como fadiga, dores difusas, distúrbios do apetite e do sono.
§ O paciente parece indiferente ou pouco preocupado com a existência do sintoma, apesar da aparente gravidade deste, ou, ao contrário, sua preocupação é desproporcionalmente intensa para um sintoma pouco significativo.
§ As queixas surgiram após um evento ou situação estressante.
§ Os sintomas do adolescente se assemelham aos de alguma pessoa (pais, irmãos, parentes, amigo, vizinho) que faleceu recentemente ou está com alguma doença grave.
§ Há conflito familiar (desarmonia, drogadição, separação, doença grave, morte, etc), abuso sexual, e/ou história de queixas somáticas freqüentes nos pais.
§ O adolescente e/ou seus pais notam a relação entre a sintomatologia e eventos (ou situações) estressantes, e/ou sintomas emocionais com ansiedade, medo, tristeza, raiva, etc.
§ O adolescente e/ou seus pais relutam em aceitar a associação etiológica do sintoma físico com os fatores psicossociais, quando esta parece óbvia para o médico.
§ A sintomatologia física é acompanhada de sinais e sintomas de um distúrbio afetivo, como depressão, ou de ansiedade, ou de distúrbio de conduta, e/ou de condições como abuso de drogas, ideação suicida, ou preocupação exagerada com a morte.
§ A sintomatologia física parece trazer ganhos secundários desejados pelo adolescente, como faltas à escola ou à competição esportiva, maior atenção da família, menor responsabilidade, etc.
§ As queixas físicas motivaram freqüentes faltas à escola ou ao trabalho, e essas faltas não foram mencionadas pelo paciente.
§ O adolescente foi visto com a mesma queixa por vários médicos e/ou atendido várias vezes em pronto-socorros, e/ou realizou vários exames complementares, e/ou tomou vários medicamentos, sem melhora da sintomatologia.
§ A sintomatologia melhora após uma ou mais entrevistas de apoio, e/ou após medicação placebo, e/ou após exames que resultaram normais.
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