Em todas as lutas promovidas pelos povos, a liberdade sempre foi um tema presente. Liberdade de expressão, de credo, de ideologias... Liberdade. Mas, o que o ser humano faz com sua liberdade? Ele realmente quer ser livre, ou teme a liberdade?
O filósofo francês Jean-Paul Sartre defendia a ideia de que o ser humano estava condenado a ser livre. Na visão dele, ninguém é obrigado a tomar as decisões, quando escolhemos entre duas situações, independente de quaisquer motivos, exercemos o nosso poder de escolha e, portanto, usamos da nossa liberdade.
A ideia do filósofo se mostra condizente com a realidade, pois em todos os momentos da história da humanidade, o ser humano buscou elementos para cercear sua liberdade. Desde o homem primitivo houve uma busca por “algo” que restringisse essa liberdade. Por isso, a adoração de deuses, ídolos, reis, faraós, etc. As religiões funcionaram, desde os primórdios, como elemento controlador da sociedade. Ainda hoje, a religião tem essa finalidade, porém perdeu grande espaço para o Estado.
O Estado é investido do poder – dado pela própria sociedade – de restringir as liberdades de cada um. Ou seja, nós, míseros humanos, colocamos nossa liberdade nas mãos do Estado para que ele decida como devemos proceder. Mas quem é o Estado? Existe Estado sem seres humanos? Então, na verdade, entregamos nossa liberdade nas mãos de alguns seres humanos escolhidos para escolherem por nós.
Se a liberdade é um bem tão precioso e a entregamos ao Estado, de mãos beijadas, o que esse Estado deve nos dar em retribuição a nossa generosa doação?
Poderíamos dizer que em troca teríamos educação, saúde, segurança, habitação, provimentos para nossa existência... Mas, na realidade apenas entregamos a liberdade sem nada em troca, pois nem sempre o Estado zela de pela sociedade, ao contrário, impostos e taxações é o que mais ganhamos.
Retornamos ao início, o ser humano é livre e, sem dúvida, exerceu seu direito a liberdade quando dispôs desta a favor do Estado. Foi uma escolha. Portanto, a liberdade de cada um, até quando se imagina não tê-la, está sendo exercida. Não tem como, Sartre tinha razão! Estamos, todos, condenados a ser livres.
Viveremos com o peso da nossa liberdade de escolha e, reconheceremos o peso da escolha dos outros. O que não podemos é continuar a nos enganar de que não há escolha, que somos obrigados a essa ou aquela situação. Somos responsáveis por todas as nossas ações, as que praticamos e as que deixamos de praticar, pois ambas foram nossas escolhas.
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