quarta-feira, 1 de abril de 2015

Tiroteio no Alemão, Zona Norte do Rio, deixa baleados



Uma mulher morreu e pelo menos outras duas pessoas foram atingidas por balas perdidas durante um tiroteio no Conjunto de Favelas do Alemão, Zona Norte do Rio, por volta das 16h desta quarta-feira (1º). A vítima, identificada como Elizabeth de Moura Francisco, foi baleada no rosto, dentro de casa, e morreu na hora, informou a Sala de Polícia de Hospital Estadual Getúlio Vargas. Um suspeito também foi baleado na cabeça e também morreu no local.

Entre os outros baleados, está a filha de Elizabeth, Maynara Moura, e um outro rapaz. Até as 17h30, não havia informações o estado de saúde deles. Elizabeth trabalhava como auxiliar de serviços gerais da creche José Vieira da Silva, no Alemão.

Tiroteios constantes

Desde sábado (28), sete policiais militares se feriram em confrontos com criminosos em comunidades com Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), dois dele no Alemão. Nesta terça, um PM da UPP Fazendinha foi baleado no conjunto de favelas. Na segunda (30), outro policial da mesma UPP foi baleado ao sair do trabalho.

Confira o que abre e fecha durante o feriado da Semana Santa em Petrolina

Moradores de Petrolina devem gastar, em média, R$ 491 com compras no período natalino (Foto: Emerson Rocha / GloboEsporte.com)
Com o feriado da Semana Santa, comemorado na próxima sexta-feira (3), órgãos públicos e estabelecimentos comerciais mudam o horário de funcionamento. Veja o que abre e fecha durante os próximos dias em Petrolina, no Sertão de Pernambuco.
Órgãos públicos

A prefeitura de Petrolina informou que a partir desta quinta-feira (2), será decretado ponto facultativo nos órgãos da administração municipal.

Os serviços como atendimento de urgência e emergência de saúde e o atendimento da Guarda Municipal funcionam normalmente.
Detran-PE
No Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE), nesta quinta-feira (2), sexta (3) e sábado (4) não haverá expediente nas unidades. Também não haverá expediente nas unidades do Detran localizadas nos Expressos Cidadão, coordenados pela Secretaria de Administração (SAD).
Ministério Público do Trabalho
O Ministério Público do Trabalho em Pernambuco (MPT-PE) terá as atividades interrompidas a partir desta quarta-feira (1). O expediente da instituição voltará ao normal na segunda-feira (6), das 8h às 15h.

Shopping

Na sexta-feira (3), a praça de alimentação e área de lazer abrem das 12h às 22h. As demais lojas e o Expresso cidadão estarão fechados.

No sábado (4), as lojas, praça de alimentação e área de lazer abrem das 10h às 22h. O Hiper Bompreço abre das 8h às 22h e o Expresso Cidadão das 10h às 16h.

No domingo (5), o Hiper Bompreço abre das 9h às 21h. A praça de alimentação e área de lazer das 12h às 22h e as lojas das 14h às 20h. O Expresso Cidadão estará fechado.

Estabelecimentos Comerciais

Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Petrolina, a partir da quinta-feira (2), será ponto facultativo e ficará a critério de cada lojista se o comércio vai abrir.

Acidente com caminhão deixa três mortos em SP, dizem bombeiros

Caminhão tombado na Zona Norte de São Paulo fechado (Foto: Editoria de arte/G1)

Um acidente envolvendo um caminhão e um carro no fim da manhã desta quarta-feira (1º) deixou três pessoas mortas na Estrada Santa Inês, na Zona Norte de São Paulo. O trânsito está bloqueado no local, perto da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guaraú.
O Corpo de Bombeiros enviou 12 viaturas para o atendimento às vítimas, mas todas foram retiradas das ferragens sem vida, segundo a corporação. Também houve vazamento de óleo diesel na pista.
O caminhão capotou e ficou com as rodas viradas para cima. No acidente, um poste de energia elétrica foi derrubado. Uma equipe da Eletropaulo foi acionada e está no local para fazer o reparo.
Capotamento de caminhão na Zona Norte de SP deixa ao menos 2 mortos (Foto: Reprodução/TV Globo)Capotamento de caminhão na Zona Norte de SP deixa ao menos 2 mortos
Capotamento de caminhão na Zona Norte de SP deixa ao menos 2 mortos (Foto: Reprodução/TV Globo)Capotamento de caminhão na Zona Norte de SP deixa ao menos 2 mortos
Caminhão tombado na Zona Norte de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)Caminhão tombado na Zona Norte de São Paulo após acidente

Ministro diz que 56 cidades do Nordeste estão em 'colapso' hídrico

O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, afirmou nesta quarta-feira (1º) que 56 cidades no Nordeste estão em situação de "colapso" no abastecimento de água. Ele participou de uma entrevista coletiva com demais representantes do governo para apresentar dados sobre os reservatórios e a segurança hídrica no país após o período das chuvas.
De acordo com Occhi, há racionamento no fornecimento de energia nesses municípios e em algumas cidades há o abastecimento de água um dia e enquanto não há em 15.
“Identificamos 56 cidades que hoje estão em colapso, sendo atendidas pelas prefeituras ou pelos governos estaduais. Nenhuma dessas é atendida pelo governo federal, mas como a situação está se ampliando, o governo federal pediu um levantamento e nós podemos chegar, dentro de uma avaliação, ao número de 105 cidades que estão ou poderão estar [em colapso]”, afirmou.Inicialmente, ele havia dito que cerca de 100 cidades estavam em situação de “colapso” hídrico. Questionado sobre os detalhes, o ministro informou que, na realidade, 56 cidades do Nordeste estão nessa situação. No entanto, segundo o governo está fazendo um levantamento e o número de cidades em colapso no fornecimento de água, nas contas do ministro, pode subir para 105.
"As chuvas passaram seu período de maior intensidade, temos uma permanente preocupação com região Nordeste, por conta da escassez hídrica", continuou Occhi. Ele afirmou que entre 6,5 mil e 7 mil carros-pipa têm fornecido água para as cidades da região.
Além do ministro, participaram da coletiva a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu, e o diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastre Naturais, Carlos Nobre. Eles apresentaram à imprensa as conclusões de uma reunião que fizeram mais cedo sobre a situação do abastecimento de água no país após o período chuvoso, de outubro a março.
Sudeste
Nobre afirmou na entrevista coletiva que o volume de chuva na última estação chuvosa no Sudeste, entre outubro do ano passado e março deste ano, correspondeu a cerca de 75% da média histórica.

Segundo ele, na primeira parte da estação, de outubro a janeiro, as chuvas ficaram bem abaixo da média. Em fevereiro e março, porém, o índice normalizou. 
"O quadro atual é: as chuvas de outubro, período chuvoso, até março, foram em torno de 70% a 75 % dos valores médios históricos, com chuvas dentro da média nos meses de fevereiro e março, e muito abaixo da média de outubro a janeiro", enfatizou.

Petrobras assina contrato de US$ 3,5 bilhões com banco chinês

A Petrobras informou nesta quarta-feira (1º) que assinou com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) contrato de financiamento de US$ 3,5 bilhões, recursos que devem trazer algum alívio para empresa, que agora tem mais dificuldades de captar recursos por conta da crise decorrente do escândalo da corrupção.
O contrato, assinado entre o CDB e a Petrobras Global Trading BV, subsidiária da estatal, é o primeiro de financiamento de um acordo de cooperação a ser implementado ao longo de 2015 e 2016, ressaltou a petroleira em comunicado.
"Adicionalmente, as duas partes confirmaram a intenção de desenvolver novas cooperações no futuro próximo", disse a Petrobras.
Segundo a Petrobras, o contrato é um importante marco para dar continuidade à parceria estratégica com a China, para quem a estatal exporta petróleo, "fortalecendo as sinergias entre as economias dos dois países".
Por volta das 13h30, as ações preferenciais da Petrobras subiam mais de 6% na Bovespa, enquanto o Ibovespa tinha alta de 2,59%. 

No mês passado, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou todas as notas de crédito da petroleira, que perdeu o grau de investimento  – aplicações consideradas seguras para os investidores. Com a decisão, fica mais dificil para a empresa captar recursos no mercado.Momento difícil
O acordo vem em um momento de dificuldades para a Petrobras, que não tem conseguido recorrer ao mercado por conta das denúncias de corrupção da operação Lava Jato.

Segundo a Moody's, os rebaixamentos refletem uma preocupação crescente sobre as investigações de corrupção e pressões de liquidez, que podem resultar em de atrasos na entrega de demonstrações financeiras auditadas.
Na quinta-feira, o BNDES estimou uma perda de R$ 2,6 bilhões por conta de sua participação na estatal. Desse valor, R$ 1 bilhão já foi reconhecido no balanço de 2014.

SURREALISMO - PESQUISA ESCOLAR

O que é Surrealismo:


Surrealismo foi um movimento artístico e literário de origem francesa, caracterizado pela expressão do pensamento de maneira espontânea e automática, regrada apenas pelos impulsos do subconsciente, desprezando a lógica e renegando os padrões estabelecidos de ordem moral e social.

A origem do termo "surrealismo" ocorreu em 1917, através de G.
Apollinaire, sendo uma palavra com o significado de "o que está acima do realismo". Apesar disso, enquanto movimento artístico e literário, só surgiu em França na década de 1920.
O surrealismo tinha como objetivo ultrapassar os limites à imaginação que tinham sido criados pelo pensamento burguês e sua tradição lógica e pelas ideias artísticas que estavam em vigor desde o Renascimento.
O movimento surrealista evoluir apesar de ter estado em risco de ser exterminado, porque surgiram manifestações contrárias baseadas no anarquismo. Muitos pensadores do movimento trocavam acusações, afirmando que não seguiam os propósitos do surrealismo. Apesar deste clima de tensão, o surrealismo prosperou e influenciou o pensamento humano, porque criou uma nova concepção do mundo e do ser humano, mas também uma mudança relevante no processo artístico.
Alguns estudiosos afirmam que o surrealismo esteve em processo de gestação até 1924, quando surgiu o Manifeste du Surréalisme (Manifesto do Surrealismo), da autoria de Breton. Em substituição do sistema de valores que pretendiam abolir, os dadaístas e os primeiros surrealistas recorreram às teorias psicanalíticas, de recente difusão, para formular um novo pensamento poético.

Com o início da II Guerra Mundial, os surrealista se espalharam e pouco tempo depois o movimento foi dissolvido na Europa, porque existiam divergências de opiniões entre os membros e posições políticas distintas.

Surrealismo na Literatura


Os surrealistas defenderam uma ótica particular para interpretar o mundo da Natureza e das ações humanas. Esta ótica também explicava a função da poesia e da arte, de uma forma totalmente liberta do predomínio da razão.
As obras literárias Les Chants de Maldoror (Os Cantos de Maldoror), do Conde De Lautréamont, e o poema Le Bateau Ivre (O Barco Ébrio), de Rimbaud, são apontadas por vários especialistas como as principais obras que antecedem o surrealismo, porque exploram com intencionalidade o sonho e o inconsciente.

Os criadores do surrealismo foram L. Aragon, Ph. Soupault, P. Éluard, B. Péret e, sobretudo, André Breton, após o fim do grupo dadaísta, que era liderado por T. Tzara. Este grupo tinha como missão abolir as regras tradicionais estéticas e éticas, porque acreditavam que estas tinham contribuído para o início da I Guerra Mundial.

Surrealismo na Arte

 

No âmbito da arte, o pintor catalão Salvador Dalí é um dos nomes mais conhecidos do surrealismo. Na primeira fase do movimento, foram seguidas noções do dadaísmo como os pré-julgamentos, que criaram objetos fora do contexto, ou objetos surrealistas.
Muitos artistas usavam meios técnicos tradicionais da pintura, e representavam mitos, fábulas e sonhos, que seguiam as normas surrealistas criadas em 1924 por Breton. Algumas dessas normas eram a exaltação dos processos oníricos e da imaginação, assim como demonstrações da paixão erótica e do humor corrosivo, que eram manifestações opostas à cultura tradicional burguesa e aos valores morais definidos na sociedade.
A Galerie Surrealiste (Galeria Surrealista) foi fundada por um grupo em 1926 e a partir de 1930 o surrealismo começou a se propagar para além de França. Algumas exposições importantes foram organizadas na Dinamarca, Checoslováquia, Canárias, Londres, Nova Iorque e também em Paris (1938), onde foram reveladas obras de artistas de 22 países. Neste período novos membros se juntaram ao movimento, entre eles Salvador Dali e Giacometti.

Uma importante exposição internacional do surrealismo foi organizada em Paris, no ano 1947, ocasião em que os membros mais importantes se reencontraram.

Surrealismo no Brasil

 

No Brasil, as noções surrealistas começaram a surgir entre 1920 e 1930, através de elementos do Movimento Modernista do Brasil.
Alguns dos artistas brasileiros surrealistas (ou com tendências surrealistas) mais conhecidos são: Tarsila do Amaral, Maria Martins, Cícero Dias, Ismael Nery, etc.
https://www.google.com.br/search?q=SURREALISMO&biw=1280&bih=923&noj=1&site=webhp&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=Hw4cVePTNreQsQTdx4GQCw&ved=0CAgQ_AUoAQ

A Situação do Negro no Brasil (PESQUISA ESCOLAR)

A identidade de um povo, num Estado nacional, pode se transformar, lentamente, seguindo as modificações históricas ou de forma mais veloz, sobretudo em períodos de guerra ou de grandes transformações locais ou mundiais. Muitas vezes tais mudanças são geradas durante certo tempo e, a partir de algum movimento, tornam-se visíveis.
Assim sendo, para entender o presente, é preciso compreender o que a história significa no passado e para o futuro e, ainda, a diferença entre a história, os pontos de vista históricos e as interpretações da história.
O Estado brasileiro, escravista durante mais de trezentos anos, reestruturado por conceitos republicanos excludentes, impôs e estimulou, ao longo da história, conceitos de nacionalidade que determinaram um discurso cultural distante da realidade multi-cultural do país.
A cultura brasileira, essencialmente permeada por valores femininos, negros, caboclos, indígenas, definida por encontros e conflitos, foi mediada, durante anos, pelo discurso da democracia racial e sua manifestação material legitimada a partir de uma leitura política branca.
A rica diversidade da cultura dos povos de origem européia aqui recriada, as africanidades brasileiras, as contribuições asiáticas, judias e árabes, as expressões indígenas resultantes dos conflitos da colonização, as características de nossa 'antropofagia', nossa identidade construída com referência em uma diversidade hierarquizada -, nem sempre essa dinâmica foi considerada pelo discurso que justifica e teme as desigualdades estruturais.
Começa, porém, a ser desenhada uma cultura de democracia participativa, que necessariamente inclui a cidadania cultural. O Brasil, Estado/nação, vive, neste momento, um período privilegiado no que diz respeito às possibilidades de concretizar transformações fundamentais abortadas em vários períodos da história. As profundas transformações dos conceitos de identidade nacional são então amparadas por uma política cultural inclusiva, que começa a se materializar valorizando a diversidade e desestruturando a hierarquia herdada da escravidão.
Espelho, espelho meu....
Em 1814, o governo geral do Rio de Janeiro recomenda ao governador da Bahia:
'Determina Sua Alteza Real que V. Exa. proíba absolutamente os ajuntamentos de Negros chamados vulgarmente batuques, não só de dia, mas muito particularmente de noite, pois ainda que se lhes permitisse isto para os fazer contentes não deve continuar esta espécie de divertimento, depois de terem abusado tanto dela.'
(Com o aumento das revoltas da escravos e de outros grupos pobres, principalmente a partir do fim do século XVIII, os batuques foram considerados focos de rebelião e esteticamente proibidos)
O Brasil tem a maior população negra fora da África e a segunda maior do planeta. A Nigéria, com uma população estimada de 85 milhões, é o único país do mundo com uma população negra maior que a brasileira.
Responsável pelo maior translado humano da história - entre 3,6 e 5 milhões de africanos foram importados para o Brasil, de várias partes do continente africano -, a escravidão gestou estruturas, relações sociais e econômicas, valores e conceitos, visão de mundo incluindo visão de Estado, que tinham por meta sua permanência, sobrevida e a manutenção dos privilégios resultantes.
Só a partir da década de 1930, com base, principalmente, nas teses sobre a miscigenação e na forma envergonhada de expressão do discurso racista, consolidou-se no país o mito da democracia racial. O que significa que, ainda durante a maior parte deste século, foram inibidas ações de combate ao racismo, a organização cultural e política dos negros brasileiros, e a implantação de políticas para a superação das desigualdades raciais. No período pós-Abolição, a ausência de um sistema legal explícito que definisse as desigualdades e, ainda, as africanidades visíveis da cultura brasileira, serviu como argumento para que o Estado e a sociedade desconsiderassem a necessidade de se criar mecanismos para a inclusão do povo negro no processo de desenvolvimento nacional.
A rica história invisível dos seres escravizados nos vários países africanos, sua recriação cultural, são apenas parte do ser cultural brasileiro. A polícia, a prática da medicina e das outras ciências, a cultura de produção rural e de utilização da terra, a política de imigração, o sistema político, os métodos utilizados para a sistematização dos dados, as relações de produção e de gerenciamento da riqueza, o regime de propriedade e de créditos, o sistema legal e o escolar, o mercado de trabalho, tudo foi estruturado para atender à necessidade de enriquecer os senhores, de controlar o escravo ou, depois, para consolidar e justificar as desigualdades.
Mais de trezentos anos de escravidão, do século XVI até o final do século XIX, como instituição legal, social e econômica, que determinou o estilo de vida do Brasil colônia, representam uma referência histórica fundamental para se compreender as desigualdades raciais no país, e o aprofundamento da hierarquização dos direitos e da própria definição de humanidade, de valor social da pessoa.
O escravo, para que a escravidão se justificasse, não era considerado um ser totalmente humano por nenhuma das instituições, inclusive pela igreja. As práticas culturais e religiosas, a visão de mundo desse conjunto humano foram sistematicamente desqualificadas, apesar de sua integração ao modo de ser nacional, após mais de trezentos anos de convivência cultural, e sendo a sua força de trabalho responsável pelo desenvolvimento da economia. A aparência física dos negros, exceto quando se tratava de servir sexualmente os senhores, foi associada à dos animais e esteticamente desagradável ou inferior. Seu corpo era para o trabalho e sua força utilizada corno a dos animais. A participação nas artes, extremamente relevante sobretudo no século XVIII, pouco ampliou os seus direitos, ou lhes assegurou o exercício da cidadania.
"Durante a escravidão, e mesmo após, as expressões religiosas negras foram descritas por escrivão de polícia a que narrava invasões de terreiros ou derrotas de revoltas, por autoridades eclesiásticas e civis preocupadas em combater a 'feitiçaria' e a subversão dos costumes..." -
João José Reis

Se o movimento abolicionista foi longo, heterogêneo e, por fim, vitorioso, a República surgiu como reação ao fim absoluto da escravidão, apesar do engajamento de lideranças negras no movimento republicano.
Várias peças religiosas tomadas dos 'pretos', africanos, e dos 'criolos', afro-brasileiros, ainda hoje estão nas delegacias, senão foram destruídas ou desapareceram.
Principalmente a partir da promoção, pelo Estado, da imigração européia subvencionada para substituir a mão-de-obra negra, da criação de status superior de cidadania para os imigrantes recém-chegados em relação aos negros, das promessas do Estado de embranquecer a nação, da participação periférica dos afro-brasileiros no processo de industrialização, da fraca representatividade política, da desqualificação de suas referências culturais, estruturou-se o que pode ser chamado o sistema de exclusão racial informal.
O desejo, a quase que necessidade brasileira de ser uma democracia confundiu-se com o mito desmobilizador longamente cultivado.