A economia brasileira ficou praticamente estagnada em maio. O
Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma
espécie de sinalizador do PIB (Produto Interno Bruto), registrou leve queda de
0,02% em maio em relação ao mês anterior. Os dados foram divulgados pelo Banco
Central nesta quinta-feira (12).
Apesar de negativo, o resultado é melhor do que o esperado
por analistas. Levantamento da agência de notícias "Reuters"
mostrou que o mercado esperava retração de 0,50% em maio.
O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três
setores básicos da economia-serviços, indústria e agropecuária.
Em 12 meses, o avanço sem ajuste sazonal em maio foi de
1,39%. Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, também sem ajuste
sazonal, o IBC-Br registra alta de 1,09%.
O BC revisou ainda para baixo o resultado de abril ante
março para uma alta 0,1%, depois de ter informado inicialmente avanço de 0,22%.
Já o resultado do primeiro trimestre foi revisado para indicar uma melhora no
período, ao passar de 0,49% anteriormente para uma alta de 0,54%.
Ritmo lento de
crescimento preocupa
No início de junho, o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu
0,2% no primeiro trimestre do ano em comparação com os últimos três meses de
2011.
Embora a expectativa seja de que a economia brasileira
consiga ganhar algum ímpeto no segundo trimestre, o lento ritmo da atividade
preocupa o governo e os agentes econômicos, principalmente depois do anúncio
pelo IBGE do fraco crescimento entre janeiro e fevereiro, abaixo das
expectativas.
A indústria é o setor que mais preocupa, pois vem impedindo
uma recuperação mais robusta da economia brasileira. Em maio, a produção do
setor caiu 0,9%, enquanto que o emprego recuou 0,3%.
Além disso, na quarta-feira o resultado das vendas no varejo em maio surpreendeu, ao mostrar queda
de 0,8% na comparação com abril, pior resultado em três anos e meio.
Devido à recuperação ainda lenta da atividade e ao cenário
internacional bastante conturbado, o próprio BC já reduziu sua projeção para o
crescimento da economia brasileira neste ano de 3,5% para 2,5%.
Juros caem a 8%
ao ano
Como forma de incentivar a economia, o Comitê de Política
Monetária (Copom) do BC reduziu ainda mais na quarta-feira (11) a taxa básica de juros, que já estava em sua
mínima histórica de 8,50% ao ano. O corte anunciado na Selic foi de 0,50 ponto
percentual, para 8% ao ano.
Foi o oitavo corte seguido feito pelo Copom desde agosto
passado, quando começou o processo de afrouxamento monetário. Ao todo, as
reduções já somam 4,50 pontos percentuais.
O governo vem buscando também adotar outras medidas de
estímulo à economia, como benefícios fiscais a indústrias e consumidores, além
de aumento das compras governamentais.